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Pregadeira Manuelina – Manueline inspired brooch

As minhas aulas de joalharia continuam a correr bem. É pena que sejam só quatro horas por semana porque demoro imenso tempo a terminar uma peça, mas gosto muito de lá estar. O ambiente é óptimo e faz-me bem interagir com outros humanos ocasionalmente, especialmente com pessoas que partilham os mesmos interesses. Estar no atelier é completamente diferente de andar na escola porque ninguém está lá por obrigação. Há sempre alturas mais frustrantes, em que as coisas correm mal ou em que é preciso fazer uma tarefa mais monótona ou complicada, mas o nàvel de queixume geral é surpreendentemente baixo. Grande parte disso deve-se ao professor que é extremamente positivo e faz um esforço enorme por manter toda a gente motivada.

Terminei finalmente a segunda peça do curso. Foi uma pregadeira, com tema lançado pelo professor: monumentos portugueses. Escolhi o Convento de Cristo em Tomar. Inicialmente pensei basear-me numa escada em caracol mas posteriormente optei por uma janela. Não a famosa janela Manuelina mas uma outra, redonda, que se situa por cima dessa. O aspecto da janela faz-me lembrar o obturador de uma máquina fotográfica e tem o mesmo desenho em espiral da escada que eu tinha escolhido inicialmente.

Janela que inspirou o design da peça

Para não criar algo terrivelmente óbvio, acabei por usar a distorção da perspectiva causada pela foto para criar uma peça oval em vez de redonda, com a abertura da janela, onde iria assentar uma pedra, descentrada.

estudos para o projecto

Estabelecido o desenho da peça, foi necessário cortar as várias chapas que iriam ser soldadas, sobrepostas.

As chapas foram depois embutidas para ficarem com uma curvatura e montadas temporariamente numa base de plasticina até se obter o encaixe perfeito entre todas as peças.

Como é praticamente impossível soldar uma peça desta complexidade aos bocadinhos, esta montagem temporária foi coberta com gesso para manter todas as placas no sítio. A peça foi retirada da plasticina, ficando presa ao gesso. Esta montagem permitiu fazer os primeiros apontamentos de solda.

Quando as peças estavam todas soldadas numa ponta, foi possível retirar o gesso e proceder ao resto da soldadura.

Quando estava tudo finalmente montado e soldado, foi a vez de fazer a bata. A bata é uma tira metálica que serve para dar altura à peça. É particularmente importante em peças como pendentes ou pregadeiras, para que estas ganhem algum destaque em vez de ficarem planas junto ao corpo.

As batas não têm de ser muito grossas mas como a peça era grande, ficou com cerca de um milàmetro de espessura. Depois de laminar a chapa com a altura e espessura correctas, cortei secções do tamanho de cada uma das placas do topo para manter a saliência dos cantos. Soldar a bata foi complicado porque esta não tinha apoio. Estabilizar uma peça com um centàmetro de largura sobre uma superfàcie curva, tendo a certeza que fica alinhada com o limite da chapa de base e não cai durante o processo é um verdadeiro quebra-cabeças. Assentei a peça numa base de gravilha (areia térmica) para dar estabilidade e prendi a bata à peça com fio de ferro mas, como a base era redonda, o fio tinha tendência para escorregar.

Foi um processo longo e algo frustrante porque ocasionalmente a bata mexia na pior altura possàvel e era difàcil voltar a prendê-la na posição correcta, já para não falar na complicação que foi preencher todas as juntas de solda sem ficar nenhum furinho. Como a curvatura das diversas peças era diferente, foi complicado ajustar perfeitamente a curvatura da bata, o que criava pequenos espaços aqui e ali. A solda não serve para preencher espaços pelo que foi preciso alguma ginástica para completar o processo com um acabamento perfeito. O outro problema técnico é que a peça tinha muito metal, o que quer dizer que é difàcil de aquecer uniformemente. Isso implica que a solda nem sempre corria na direcção desejada e era muito fácil derreter soldaduras anteriores. Usei e abusei do corrector e mesmo assim foi necessário acrescentar solda nalguns pontos onde a solda anterior teimava em fugir. Foi de facto um puzzle complicado de montar.

Quando estava tudo finalmente montado, foi necessário fazer um acabamento prévio. Limei e lixei as arestas e arredondei a peça para a junção da bata com a chapa ser menos evidente e a peça ter um aspecto mais coerente por inteiro. Este tipo de acabamento só se costuma fazer no fim mas como precisava de soldar mais elementos em cima desta forma base, precisei de o fazer agora.

A fase seguinte consistiu em enrolar dois fios de prata de 0,7 mm para criar as cordas, elemento tàpico da arquitectura Manuelina. Já tinha feito cordas de dois fios enrolados, mas sempre com fio comprado já na espessura certa e recozido. Neste caso tive the passar o fio na fieira para o por com a espessura indicada e recozer o fio com o maçarico. Recozer fio uniformemente com maçarico é complicado. O resultado é muitas vezes irregular, o que faz com que o fio não enrole todo da mesma forma. Para resolver esse problema, tive a ajuda do professor Paulo que foi aquecendo os fios com o maçarico, enquanto eu enrolava. Acredito que dê para fazer isto só com uma pessoa mas é muito mais complicado e uma pequena distracção pode derreter o fio todo.

Depois de cortar as secções de “corda” à medida, fiz um apontamento de solda sobre a bata e depois moldei a corda à forma das chapas antes de soldar a outra ponta. Mais uma vez, manter as pequenas cordas no sàtio certo não foi fácil, mas menos complicado do que soldar a bata. A parte mais complicada foi conseguir aquecer toda a peça sem derreter as cordas. A solução foi soldar as cordas dando calor por baixo da peça já que a chapa metálica, que é uma área muito maior, precisava de aquecer mais do que a corda que era composta por fios fininhos.

Com a base terminada, foi a vez de criar as peças da pregadeira. A pregadeira é composta por 3 elementos:

1. O click, que neste modelo é uma chapa comprida enrolada em caracol. É a peça que permite abrir e fechar a pregadeira.

Para fazer o click usei uma tira de chapa a 0,5 mm de espessura com 4×17 mm. A 2 mm de uma ponta dobrei a chapa em L. O lado mais curto foi soldado à parte de trás da pregadeira e a ponta mais comprida (com cerca de 15 mm) é que se enrola em caracol, depois de soldar. Não se dá nenhuma serragem na dobra para não fragilizar o componente.

2. O pé é o nome que se dá ao espigão. É afiado numa ponta e na outra tem uma forma achatada, de cantos redondos. Esta forma pode ser feita de duas maneiras: ou se solda uma pequena chapa por baixo da ponta do fio ou se derrete uma bola na ponta do fio que depois é martelada até a espalmar. Em ambos os casos é preciso arredondar a zona de baixo e é depois feito um furo no meio desta zona mais larga por onde vai passar um rebite. Este furo só se faz depois de soldar o gonzo na peça. O comprimento inicial do pé deve ser ligeiramente maior do que a distância do gonzo ao click. No final lima-se a ponta até formar um bico para espetar na roupa. O pé é o último componente da peça a ser montado.

3. O gonzo: Base em U com um furo onde se prende o pé através de um rebite. Funciona como uma dobradiça.

Dobrei ao meio uma chapa de 0,5 mm com 16×5 mm, deixando espaço entre as duas metades para encaixar a zona espalmada do pé (espigão). Forma-se assim um U com a chapa. Esse U vai ser soldado deitado, com a dobra virada para o click. Antes de soldar é necessário recortar uma curva e bico no topo da forma, como se pode ver na foto, e furar a chapa para passar o rebite. Quanto o gonzo está furado, insere-se o pé, verifica-se se roda bem e marca-se o sàtio do furo. Só nesta fase é que se faz o furo no pé para ter a certeza que fica alinhado com o furo do gonzo.

O rebite era um pequeno fio com 1 mm de espessura, que era também o tamanho dos furos. Devem ficar 1 ou 2 mm de fora de cada lado, quando se insere no gonzo. Para prender o rebite basta apertar com um alicate de ambos os lados.

Com os componentes da pregadeira feitos, virei-me para a cravação da pedra. A pedra escolhida foi um cabochon de goldstone azul. É uma pedra sintética, feita através da suspensão de minerais em vidro num ambiente com pouco oxigénio, mas tem um brilho fantástico.

Fiz uma cravação em virola, com uma chapa de 0,3 mm com altura suficiente para cobrir apenas cerca de um milímetro acima do início de curvatura da pedra. Por dentro soldei um anel feito com fio de 0,8 mm para servir de base à pedra. já tinha feito cravação de virola assente sobre uma chapa mas nunca tinha usado fio como base. Poupa-se imenso metal e a parte de baixo da pedra fica muito mais exposta, com menos trabalho. Acho que vou passar a usar esta técnica de futuro para pedras resistentes. Pedras muito moles ou quebradiças podem necessitar de mais apoio atrás.

Foi necessário cortar o centro da peça e, com uma fresa de diamante, gastar o metal na zona do furo até a virola encaixar perfeitamente. Depois soldei a virola à base e na mesma altura soldei o click e o gonzo nas traseiras.

Antes do polimento escureci a peça com patina, neste caso sulfureto de potássio (também conhecido como fígado de enxofre). Ao polir, a prata recuperou muito do seu brilho mas a patina dá destaque ao entrançado das cordas e um tom mais cinzento a toda a peça, que combinam melhor com a pedra escura.

O polimento demorou cerca de 5 horas. É sempre uma das partes mais demoradas, mesmo em peças simples. Depois de polir foi altura de cravar a pedra e fixar o pé. Como não era possível martelar a cavilha para formar o rebite, o fio que prende o pé ao gonzo foi apertado com um alicate para esmagar as pontas, formando uma cabeça de prego de cada lado.

Como é costume nestas coisas, quando achava que estava tudo pronto, o pé partiu. Não sei se o metal estava demasiado duro e o rebite demasiado apertado ou se foi uma falha do metal. Só sei que tive de gastar o rebite para soltar o pé, soldar, voltar a polir e colocar novo rebite. Pelo menos aprendi a reparar uma pregadeira partida 🙂

Apesar de ter sido feita por mim, esta peça é propriedade do atelier de joalharia, que forneceu todos os materiais utilizados. O objectivo é expor esta e outras peças dos restantes alunos com o tema dos monumentos portugueses, em eventos como a Portojóia. É uma forma de mostrar o trabalho desenvolvido pelos alunos do atelier. Há quem faça um duplicado para si, mas sinceramente eu estou mais interessada em aprender as técnicas do que ficar com todas as peças que produzo. E não há dúvida que uma peça desta complexidade técnica ensina muito.

English:

My jewellery classes are going well. It’s a shame that they’re only 4 hours a week because it takes so long to finish each piece at this pace, but I enjoy being there. here’s a great atmosphere and it’s good for me to interact with other adult humans once in a while, especially with people who share the same interests. Being at the jewellery studio is so different than being in a regular school because no one feels they’re forced to be there. Sometimes it’s frustrating, when things go wrong with the work or you need to do more repetitive tasks, but the overall complaint level is surprisingly low. Our teacher is greatly responsible for this positive atmosphere because he’s a very good humoured person who makes a great effort to keep people motivated.

I finally finished the second piece in the course. This time it’s a pin, or brooch, with a theme selected by the teacher: Portuguese Monuments. I chose the Convent of Christ in Tomar. It was built over a long period of time so it has elements from several different styles, from Romanesque, Gothic, Manueline (Portugal’s late gothic style, known for it’s stone knotwork) and into the Renaissance period.

At first I was going to base the design on a spiral staircase but opted for a window instead. Not the famous Manueline window, which for me would have been way too obvious and make the piece a little too busy, but a smaller, round window above it, that reminded me of a camera shutter mechanism and also followed the spiral pattern similar to the staircase I had chosen initially.

I didn’t want to make it too obvious so I used the photograph’s perspective distortion to make an oval rather than round piece, with the window’s opening, where the stone would sit, placed off center.

Once the design was set, I used a jeweller’s saw to cut all the parts out of 0,5 mm sterling silver sheet. The plan was to solder the edge of each one on top of the previous, like steps. I drew numbers on all the parts with a needle, so I wouldn’t mess up the order they should be assembled in. An obvious step but one that we sometimes forget by trying to rush ahead.

All the spiral parts were domed in a dapping cube (by hammering the dapping punch over the metal until it conforms to the curve) and then I assembled the shape over plasticine until I was happy with the overlap. This is a great technique to secure all the bits in place when you have an intricate design like this one.

It’s really difficult to solder a piece of this complexity bit by bit and make everything line up correctly, so I poured plaster over all the pieces assembled in the plasticine. This keeps everything in place.

Once the plaster dried, I removed it from the plasticine, and the metal remained attached to the plaster, allowing me to solder while keeping all the metal parts in place. I soldered all the tips together. I could solder everything at once, but if I did that there was no room for error, and being a newbie still, it was safer to solder the tips and then make sure everything else was still in place before running the solder over all the joints.

Once the parts were all attached to each other I removed the plaster. I broke off the larger pieces and then placed the rest in a container full of water to help remove the rest. The plaster show go in the trash. Don’t poor it down the drain because it can clog up your pipes.

After soldering all the “steps” in the spiral, it was time to make the walls. The walls add height to a piece and make it solid and finished instead of a flimsy piece of sheet metal. It’s particularly important for brooches and pendants because it makes them stand up from the body or clothing.

Walls don’t need to be very thick, but this was a large piece so I settled on 1 mm thickness. I made 2 mm square wire in the rolling mill and the squashed it until it was 1 mm thick. I could have made it all one piece but I wanted the corners in each plate to stand out so I cut portions as I went, curved and filed them to fit the plate.

Soldering the walls wasn’t easy. I had to stabilise a thin strip over the very edge of a curved shape and it kept slipping out of place.

It was a long and frustrating process. I used a pumice pan to support the piece and tied the wall with iron binding wire but it would still move around. The best option was to hold the wall with third hand tweezers but even then it would slip out of place at the worst possible time, making it really hard to get back into place. It took forever!

It was also difficult to make the walls conform perfectly to the curve: each part of the spiral had a slightly different curvature and I had to make sure there were no gaps. It turns out I wasn’t using enough solder, but even still, it was quite a headache getting everything to fit properly. Solder should never be used to plug gaps anyway because it will move the next time you heat the piece and the gap will should up again.

The other problem I faced was the fact that this was my first large piece and it took forever to heat up enough for the solder to flow. I covered previous joints with white correction fluid but the solder would still move on occasion or it wouldn’t run in the direction I wanted it to.

When I managed to solder everything into place I had to do a bit of cleanup by filing the edges where the curved sheet metal connects with the wall, to round up the shape and make it all fit together. This was done now because I still had to solder other elements on top of the shape.

The next step was twisting two 0,7 mm wires together to make “rope”, a typical element of Manueline architecture. I had done this sort of thing before but I’d used industrially made wire that was already annealed. This time I had to use a drawplate to get my wire to the desired thickness and it’s not easy to uniformly anneal wire with a torch. Some bits will usually get softer than others, which makes it hard to twist the wires evenly.

To solve this issue, my teacher heated the metal with a torch as I was twisting the wire, whenever we felt that a section wasn’t cooperating. It can be done by a single person but you have to play close attention to the process and where you point the torch so as not to risk melting the wire or burning something.

I cut all the “rope” sections, soldered one end to the brooch and then molded it along the curved edge before soldering the other end. Once again, keeping the twisted wires in place wasn’t easy but much simpler than the walls. The hardest part was heating the whole piece without melting the twisted wires. To prevent such a disaster I heated from underneath.

The body of the brooch was completed so I focused on the construction of the pin mechanism. The pin is made up of three components:

1. The catch – in this case it’s made from a long strip curled into a spiral. It’s what keeps the brooch closed.

To make the catch I used a 4×17 mm strip of 0,5 sterling silver. At 2mm from one end I bent it to form an L shape. The shorter end was soldered onto the back of the brooch and the longer end (15 mm long) was then curled into a spiral.

2. The pin stem – a long wire with one sharp end and a flat end with a hole in the middle (top of the picture above). The flat end is attached to the joint by a rivet and the sharp end goes through the clothing to keep it in place.

I made the pin out of 1 mm wire. It can be made out of thicker wire but the thicker it is, the more likely it can damage the clothes.

The flat end can be achieved by hammering and then drilling a hole though it or you can solder a small square of silver sheet and round the corners. I chose to hammer the wire. This flat area will need to be drilled but only after the joint has been soldered into place.

The length of the pin depends on how far apart the catch and the joint are placed. I made it longer than I needed to make sure there would be enough to go through the catch. Only after everything was in place did I cut it to size and file the sharp end.

3. The joint – a U-shaped hinge that connects to the pin stem.

I bent a 16×5 mm strip of 0,5 mm sterling silver sheet in half, leaving enough room in the middle so the pin stem could slot into it. The U shape is soldered on its side, with the closed portion facing the catch. I cut one side of the U shape according to the design in the photo (front and back). Drilled a hole in the middle of the round area and soldered it onto the brooch, opposite the catch. Then I inserted the pin stem, checked the shape and marked where I should drill the hole so it would line up with the one on the joint. Only then did I drill the hole in the pin stem.

I attached the pin with a rivet. The rivet was made out of a small portion of 1 mm wire (the same size as the hole). There should be 1 or 2 mm of wire sticking out of each end when inserted. To close it I simply squeezed it with pliers.

This part is done only at the very end, after all the soldering and polishing is done.

Finally I worked on the stone setting. I used a round blue goldstone cabochon. I made a bezel out of 0,3 mm sterling silver sheet, only tall enough to reach about 1 mm beyond the part of the stone that starts to curve inward.

I soldered a jump ring inside the bezel, at the base, to support the stone. This uses less metal than a backplate and allows light to shine through. If the stone isn’t too fragile it’s a good option.

In order to accommodate the bezel, I had to cut out a hole in the brooch. I used a diamond burr to open the orifice until the bezel fit perfectly. I soldered the bezel into the brooch first and then added the catch and joint to the back.

Before polishing, I used Liver of Sulfur to oxidize the piece. When I polished, the silver regained it’s shine but the recessed areas remained dark, adding depth to the design. I think it also matches the dark stone as well.

Polishing took about 5 hours, mostly because I’m not that experienced at it yet. It is always time consuming, though, even for more experienced people.

After polishing I set the stone and finally added the pin stem, which broke. I don’t know if it was too hardened or too tight, but it didn’t make it. When something goes wrong it’s usually at the very end. Fortunately, it was an easy fix. I filed the rivet head on one side so I could remove it, made a new pin stem, polished it and attached it with a new rivet. At least I learned how to fix a broken pin.

Even though I made this piece, it belongs to the jewellery studio and was made with materials supplied by my teacher. Every two years the students make an exhibit piece that remains in the studio for show. Each collection has a theme and will be shown in several venues over the next couple of years in representation of the school. Some students make a duplicate for themselves but i’m more interested in learning the techniques than keeping everything I make, so I didn’t. I did learn a lot, though.

 

Ferramentas e materiais para bijutaria em arame ““ parte 3

Outras ferramentas úteis

Um dos elementos mais básicos na bijutaria são as argolas. Podemos comprar argolas feitas mas também podemos fazer as nossas, já que isso nos permite maior flexibilidade nos tamanhos e grossura de arame disponà­veis e também nos dá a certeza de não se acabar o material a meio do projecto, uma vez que podemos sempre fazer mais.

Podemos fazer argolas com o alicate de pontas redondas, mas se precisarmos de muitas de uma vez e quisermos ter a certeza que ficam todas com o mesmo tamanho, o ideal é usar uma adrasta para enrolar o arame. As espirais que se formam com este método, são depois serradas para formar argolas individuais.

coil_makerNão é preciso investir numa ferramenta cara. Em muitos casos, algo como uma agulha de tricot com o diâmetro certo serve perfeitamente. No entanto, se fazer argolas for uma tarefa muito frequente, como no caso de pessoas que se especializam em peças de cota de malha, uma ferramenta especà­fica para enrolar espirais de arame, como o coil bead maker (à€ esquerda na foto), reduz bastante o esforço necessário. Enquanto que para enrolar as argolas numa simples agulha de tricot precisamos de exercer alguma força para impedir que a espiral alargue, esta ferramenta tem uma alavanca que, ao rodar, estica enrola o arame sem ser necessária tanta força fà­sica.

tricotPara além de serem óptimos moldes para fazer espirais, as agulhas de tricot também servem para o seu propósito original – tricotar – só que com arame.

Utilizando arame fino – 0,2 ou 0,3mm – podemos elaborar peças usando os mesmos pontos do tricot tradicional, tendo apenas o cuidado de formar cada laçada com o tamanho certo. Podemos também juntar fio de crochet ou lã juntamente com o arame para dar cor e textura, e adicionar contas ou misturar arames de cores diferentes.

A par do tricot, também é possível fazer crochet com arame. As agulhas podem ser finas ou grossas mas tanto as de tricot como as de crochet devem ser de metal. As de plástico ou madeira são muito moles e ficam facilmente estragadas quando usadas com arame.

adrasta_aneisPara fazer anéis precisamos de um objecto cilà­ndrico com a grossura do dedo para formar a base do anel. Este objecto pode ser qualquer coisa, desde a pega de um utensà­lio de cozinha a um marcador grosso. Porém, quem prefere utilizar a ferramenta apropriada para o efeito, pode adquirir uma adrasta de anéis, que se vê no topo da foto ao lado. É um cone metálico que permite formar anéis mais grossos ou finos, variando a zona onde se molda o metal.

Também existem adrastas com outras formas – quadradas, ovais, triangulares, etc. – e adrastas para pulseiras, com um diâmetro maior.

O objecto do meio serve para medir anéis já formados. Não serve para formar aneis porque a zona dos números é plana e causaria deformação no anel. É uma ferramenta útil para descobrir que medida de anel uma pessoa usa através da medição de um anel que já tenha, mas não é necessária para o artesão comum. A aneleira é outra ferramenta de medida para anéis com o objectivo inverso: consiste num conjunto de anéis de tamanhos graduados e serve para medir o próprio dedo para determinar o tamanho do anel a executar.

bigornaA forja é uma técnica de trabalho de metal que consiste em martelar o metal em cima de uma superfà­cie rà­gida, como o aço. Há quem use apenas uma chapa de aço com cerca de 1 a 2 cm de altura mas o tradicional é a bigorna. Ao lado vemos uma versão pequena de uma bigorna, ideal para trabalhar argolas e outras pequenas peças de bijutaria. O metal, ao ser martelado torna-se mais duro e por isso tem mais tendência a manter a forma que lhe demos.A ferramenta mais abaixo na foto chama-se um paquà­metro e serve para medir a espessura da chapa metálica, tamanho das contas, espessura do arame, etc. Recomendo a versão moderna digital que é extremamente precisa.

Ao usar um martelo de metal vamos achatar o arame, uma técnica que permite dar mais interesse à s peças pelas diferenças na espessura ao longo do arame. Alguns martelos têm um lado direito e ou lado curvo, como uma bola, que permite dar textura ao metel. Se quisermos fortalecer um componente sem o deformar devemos utilizar um martelo de nylon (à  esquerda na imagem) ou de cabedal (mais tradicional).

serrasNa foto do lado vemos dois exemplos de serras de joalheiro ajustáveis, que utilizam umas serras muito finais ideais para cortar arame e placas metálicas sem criar um espaço muito grande entre as duas pontas a serrar. Esta serra é ideal para cortar espirais de argolas, sendo mais rápida e eficiente do que o alicate de corte a criar um grande número de argolas de uma vez. A serra deve ser lubrificada com óleo ou cera para não agarrar ao metal (porque poderia partir) nem aquecer demasiado

à€ direita das serras vemos 3 limas, utilizadas para retirar os bicos das pontas do arame e marcas dos alicates. Tal como a lixa, as existem limas com um grão mais grosso que permitem retirar mais metal de uma só vez ou mais finas para os acabamentos. Os arames coloridos ou banhados a prata ou ouro não podem ser limados porque a cor é apenas uma camada superficial que é arrancada com este processo.

tumblerO tambor rotativo (tumbler) ilustrado na foto ao lado, foi criado para polimento de pedras mas também é muito utilizado em bijutaria para endurecer o metal dos componentes que requerem alguma resistência, como por exemplo os anzóis de brincos, e também para limpar e polir as peças terminadas.

O funcionamento desta ferramenta consiste em colocar dentro do tambor a peça que queremos limpar ou endurecer, juntamente com pequenos pedaços de aço de diversos formatos que, com a rotação do tambor chegam a todos os recantos da peça, permitindo um acabamento mais perfeito. Se não quisermos endurecer o metal mas apenas limpá-lo, as bolinhas de aço podem ser  substituà­das por arroz cru e seco. Estes fragmentos vão friccionando a peça através da rotação do tambor e procedem assim à  limpeza ou endurecimento.
O processo pode ser feito a seco (no caso do arroz) ou adicionando água e sabão ou outro pó de limpeza quando se utilizam as bolinhas de aço.

É preciso cuidado no que diz respeito ao tipo de peças que se podem colocar no tambor rotativo. Pérolas, turquesa e outras pedras moles, ficam danificadas com este processo e não podem ser limpas aqui. O mesmo acontece com contas de vidro que tenham uma camada colorida superficial ou no interior já que essa camada será arrancada juntamente com a sujidade da peça. Os arames com banho de prata ou ouro são geralmente seguros desde que a camada não seja demasiado fina. Este método é particularmente eficaz para limpeza de correntes e outros objectos com recantos onde é difà­cil chegar manualmente.

torchPor fim temos as ferramentas necessárias para soldar, que podem ser vistas na foto do lado.

Aqui começamos já a entrar no domà­nio da joalharia mas a soldadura pode ser necessária em alguns casos, mesmo em bijutaria.

Antes de começar, convém obter bastante informação sobre o assunto ou até mesmo ter umas aulas. É importante compreender as normas de segurança uma vez que estamos a trabalhar com fogo e metal que chega a atingir os 800 graus, o que pode causar graves queimaduras. Para além disso, a soldadura requer alguma experiência porque o ponto de fusão da solda e da chapa ou fio é um intervalo muito pequeno que ocorre em poucos segundos. É boa ideia fazer algumas experiências com pequenos restos de metal antes de tentar soldar uma peça que já deu horas ou dias de trabalho.


 

Necessitamos primeiro de um maçarico. O da imagem é pequeno e semelhante aos utilizados para culinária. Para não pegar fogo à  mesa, é também necessária uma base que dissipe o calor, como por exemplo um azulejo ou tijolo refractário. A soldadura requer obviamente solda, que pode ser em pasta, em fita ou em chapa e um fluxo de soldar, ou seja, um là­quido que ajuda a solda a fluir e que em português se chama “tincal“. Existe tincal là­quido (frasco amarelo), em pó (frasco branco) ou sólido. O tincal também serve para proteger o metal da oxidação, especialmente na zona da soldadura, uma vez que a solda só corre se o metal estiver bem limpo. É aplicado com pincel ou por imersão da peça. Quando ferver tem tendência a desalojar os palhões de solda pelo que, em trabalhos delicados, prefiro usar a solda em pasta (a seringa da imagem).

Quando mexemos nos quà­micos convém usar luvas para proteger a pele das mãos e também é conveniente usar uma máscara e trabalhar num ambiente ventilado devido aos gases de combustão que são produzidos pelo maçarico.

Na imagem vemos também um tijolo de carvão que se usa como base para soldar. Ao contrário do material refractário que dissipa o calor, o carvão concentra-o, aquecendo a peça mais rapidamente. Também é útil para soldar pequenas peças em que a chama directa faria derreter o metal rapidamente. Apontando a chama para o carvão, criando assim um calor indirecto, permite soldar fios muito finos e outras peças delicadas.

Parte 1 deste tutorial.

Parte 2 deste tutorial.

 

Truques: como evitar perder pequenos items no branqueamento – Tips: how not to lose small items in the pickle pot

Não há nada mais irritante do que andar a pescar peças pequenas do fundo do branqueamento. Aqui ficam algumas sugestões de como o evitar.

Quando são peças maiores do que os furos uso um cesto de plástico que depois puxo para fora com a ajuda de uma pinça de plástico.

Mas se forem bolinhas para granulação ou palhões de solda que tenham ficado muito oxidados, são elementos pequenos demais e passam pelos furos do cesto. Para um caso destes tive de improvisar.

A solução foi usar uma colher de plástico segura por uma pinça com base (a chamada “terceira mão”). Funciona lindamente. O único cuidado a ter é não deixar o ácido do branqueamento aquecer demais para não derreter a colher. – Having to fish out small components from the bottom of your pickle pot is extremely infuriating. Here are some suggestions on how to solve that.

For larger items, a plastic basket that is as high as the pickle pot is the easiest solution. This one came from a cutlery cleaning product. It was much taller so I cut it to size. I use plastic tweezers to pull it out.

But sometimes items are too small to stay in the basket – granulation balls, small solder pallions that are extremely oxidized. In those instances I have to improvise.

My solution was to place them on a plastic spoon, suspended near the top of the pickle solution. I use third hand tweezers to keep it in place.
Just be careful not to overheat the pickle because it might melt the spoon.

Os primeiros brincos e mola de brinco do curso de joalharia – My first post earrings and earnuts at jewellery class

Acabei ontem os brincos que tenho andado a fazer na aula de joalharia. É a minha primeira peça do curso. Parecem terrivelmente simples mas passaram por uma série de etapas que a maioria das pessoas nem deve imaginar que são necessárias para chegar a uma peça destas. Resolvi documentar o processo que agora apresento aqui.

Projecto

O primeiro passo é, obviamente, fazer o projecto. Fiz diversos esboços até chegar a uma peça que cumpria os requisitos do exercàcio (aprender a serrar e limar) e com um aspecto que eu gostava – um losango com duas formas curvas na sua superfàcie. A minha ideia inicial era simplesmente cortar as formas na chapa de base e pronto, estava feito. O meu professor tinha outras ideias. Nada de facilitar demasiado porque assim não se aprende.

Desenhei cada forma em papel vegetal de arquitecto e transferi-as para a chapa de prata de 0,5mm usando papel quàmico. Depois risquei por cima do desenho com uma agulha presa a um punho de latão (na foto do lado). Riscar a chapa desta forma evita que o desenho desapareça a meio do processo.

Serrar

Com todas as peças marcadas na chapa, chegou a vez de serrar com uma serra de joalheiro.

Até aqui tinha serrado principalmente argolas e chapa a direito e é uma diferença enorme quando se começam a recortar peças tão pequeninas e com imensas curvas. Estas serras são muito finas e partem-se facilmente, especialmente a fazer as curvas, se se torcer a serra. Como tinha umas curvas muito apertadas, ainda parti umas quantas serras antes de lhe apanhar o jeito. Basicamente é preciso serrar no mesmo sítio enquanto se vira a serra lentamente. O movimento ter de ir abrindo um buraco largo o suficiente para a serra virar.

Para facilitar o processo, em desenhos com muitos ângulos apertados, pode-se fazer um furo nos cantos, fora da linha do desenho, para ajudar a serra a mudar de direcção. Não fiz isto porque o objectivo era aprender a usar a serra em qualquer circunstância.

Uma das ferramentas que deu imenso jeito neste processo foi o punho de madeira (na foto acima) que é uma ferramenta essencial para segurar a chapa quando trabalhamos com formas pequenas. Podemos usar um alicate paralelo mas este tem mais tendência para deixar a chapa fugir e requer pressão constante, que faz doer a mão ao fim de algum tempo.

A cunha de madeira (estilheira) serve para apoiar a chapa, oferecendo estabilidade enquanto se trabalha e permitindo manter uma postura correcta ao ter o trabalho praticamente à altura dos olhos.

Limar

Na foto de cima vemos as peças já serradas e prontas a limar. Comecei com uma lima mais grossa e depois passei para as mais finas. Utilizei três tipos de lima: redonda, triangular e de meia cana.

Por vezes, devido ao reflexo da luz na chapa, torna-se difàcil ver o risco e podemos serrar demasiado longe. Nestes casos, em vez de perder horas a limar, mais vale voltar àserra e retirar mais um bocadinho da chapa.

As chapas na foto de cima já estão limadas e prontas a formar. Arredondei-as ligeiramente na embutideira (um cubo com furos que aparece numa das fotos abaixo. Martela-se o metal até este ganhar a forma curva da “taça” cavada no cubo.

Mola de brinco

Faltavam ainda as molas para o espigão pelo que avancei para essa fase.

Desenhei a forma da mola em chapa de prata de 0,5mm de espessura, que é basicamente um circulo no centro de um rectângulo fino e comprido. O rectângulo mede 52×3,5mm e o circulo tem 7mm de diâmetro. Pode ser preciso fazer uma mola maior ou mais pequena, dependendo da escala dos brincos.

Serrar esta peça deu mais desafio do que as anteriores. As formas geométricas simples – càrculos, quadrados… – são muito mais difàceis de cortar direitinhas do que possa parecer. Se existir alguma falha os nossos olhos dão logo por isso.

Porque é uma peça que vai ser necessário repetir muitas vezes, fiz um molde em cobre que usei depois para riscar as duas peças de prata. É preciso ter atenção ao facto das cópias ficarem sempre ligeiramente maiores do que o molde pelo que se pode serrar logo no risco, sem ser necessário deixar margem para limar.

Quando consegui as duas peças iguais, arredondei os cantos com a lima e depois encurvei-as na embutideira. Foi preciso recozer as peças porque o metal endurece ao martelar. Recozer quer dizer aquecer o metal até este ficar mole novamente.

Depois de branquear (colocar a peça em ácido) e catrabuchar (esfregar com uma escova de latão chamada catrabucha), enrolei as pontas para formar a mola, furei o centro do circulo com uma broca de 1 mm e passei com a serra por dentro para abrir o canal para o espigão.

Enrolar as pontas

Na foto de cima vemos as molas já com o furo.

Foi altura de fazer o espigão. Como a superfàcie de contacto entre o espigão de 1 mm soldado perpendicularmente a uma chapa era muito pequena, criando assim uma soldadura vulnerável a quebras, tinha duas opções: ou furava a chapa de base e inseria o espigão ou soldava uma pequena argola à volta do espigão para dar estabilidade. Optei pela segunda solução.

Formei umas pequenas argolas com diâmetro interno de 1 mm (espessura do espigão) e soldei tudo à pequena peça que iria suspender o brinco. Soldei também uma pequena argola na ponta para suspender a peça principal do brinco.

Cortei o espigão para ficar com cerca de 11 mm de comprimento e, com a serra, criei um pequeno recorte à volta do espigão, a cerca de 2 mm da ponta. Este recorte serve para evitar que a mola caia para fora do espigão. Na verdade, uma mola bem feita deve fazer click quando encaixa neste recorte. Se não fizer, algo precisa de ser apertado.

O recorte pode ser feito com um alicate de corte, fazendo uma pequena pressão e rodando o espigão, mas é preciso cuidado para não apertar demais e cortar o espigão.

Soldar

Foi altura de soldar a peça principal. Amarrei as peças pequenas em cima da base com fio de ferro, cobri com tincal (làquido à base de borax, que impede a oxidação do metal e permite o fluir da solda), coloquei solda nas pontas (os únicos pontos de contacto) e aqueci a base, porque é a peça maior.

A solda escorre sempre para a zona que estiver mais quente e as peças pequenas aquecem mais depressa do que a grande, pelo que o calor tem de ser apontado para o componente maior ou dado por baixo. Para soldar peças pequeninas, o ideal é mesmo aquecer o carvão à volta da peça em vez de apontar a chama directamente para a chapa. Demora mais tempo mas compensa.

Uma das minhas peças aqueceu demasiado e as pequenas chapas curvas caàram e ficaram completamente soldadas à base. Precisei de começar tudo de novo porque não havia maneira de soltar a solda sem derreter a peça toda. Foi preciso cortar as três formas de novo. Felizmente lá acabei por conseguir soldar tudo àsegunda vez.

Olhando para trás, devia ter inserido uma mina de grafite por baixo das peças curvas, para as sustentar mas na altura não me ocorreu tal coisa.

Acabamento

Com a soldadura completa foi a vez do acabamento. A base teve um acabamento texturado, feito com uma fresa de diamante. As peças curvas tiveram um polimento para um acabamento espelhado. O problema maior é que é muito complicado polir o topo sem destruir a textura da base, uma vez que estão muito próximos. Na foto nota-se que há uma ou duas áreas da base que ficaram polidas e precisavam ainda de retocar a textura.

No final uni os componentes fazendo um elo de ligação com uma pequena conta de onix.

Yesterday I finished the earrings I’ve been making in my jewellery/goldsmith class. It’s the first piece I’ve made in school. The earrings look terribly simple but went through many stages that most people probably don’t even dream that are required to complete such an item. I decided to document the process.

English:

Project

The first obvious step is to make a project. I did several sketches until I found one I liked and that fulfilled the requirements for the exercise (learning to use the jeweller’s saw and files). A diamond shape with two swirls on top. My first idea was to simply cut the swirls out of the sheet metal and be done with it, but my teacher had other plans. That would have been way too easy.

I drew each shape on tracing paper and passed it onto the 0,5 mm sterling silver sheet with the help of some carbon paper between the metal and the tracing paper. Then I scratched the design with a regular sewing needle held in a pin vice, in case the carbon paper line got smudged while sawing.

Sawing

With all the shapes drawn, it was time to cut everything with a jeweller’s saw.

So far I had only used the saw for jumprings and to cut straight lines. It’s very different when you have to cut small shapes with lots of curves. A jeweller’s saw is very fine and can break easily if the wrong sort of pressure is applied, especially if you twist it. I broke quite a few until I got the hang of it. Basically, you need to saw in place when you want to turn the saw in another direction. The movement must be smooth.

To save time when cutting sharp corners, you can drill a hole just outside the drawn line to help the saw make the sharp turn. I didn’t do this because the point was to learn how to use the saw in any situation.

A tool that was most helpful while sawing was the wooden ring clamp. It’s a great tool to hold the metal, especially when working with small parts. You can also use parallel jaw pliers but it’s easier to let the metal slip and it requires constant pressure which makes my hands hurt after a while.

The bench pin is used to support the sheet metal while you saw, making it steady and allowing you to keep the correct posture at the bench, by placing the work at almost eye level.

Filing

After cutting I had to file the sharp edges. I started with a coarser flat file, to smooth out the shape and then moved on to needle files with a finer grain – round, half round and triangular. Other shapes are also available but these are the basics.

Sometimes it’s hard to see the lines on the metal while sawing, if the light is reflecting off the metal. That can make you go off course. I tried cutting on the outside of the lines, knowing I could file it down later, but if the cut line is too far off the mark, sometimes it’s easier to pick up the saw and cut a little closer.

Once the metal parts were filed and ready to shape, I rounded them up a bit in the doming cube (you hammer the dapping punches over the metal until it conforms to the curved shape of the doming “bowl” cut into the cube)

Making Earnuts

I still had to make the earnuts that keep the post earrings from falling off.

I drew the earnut design on 0,5 mm sterling silver sheet, which is basically a circle inside a long rectangle. The rectangle measures 52×3,5mm and the small circle in the middle has a diameter of 7mm. You can make it larger or smaller, depending on the scale of the earrings.

Sawing this item was a lot more work than I had anticipated. Geometric shapes – circles, squares, and so on – are really difficult to cut because the design needs to be very accurate. Any mistake and our eyes catch it immediately.

Since the earnut is something I will have to make more of in the future, I began by making a copper template to keep. I then used this template to draw the silver ones, by placing it over the silver sheet and scratching the design with the needle. You need to be aware that the copies will be a little larger than the template so I tried cutting over the line rather than outside of it this time, and I could still file it a little without making it too small.

When I managed to get both earnuts the same size and shape, I rounded the corners with a file and then placed them on the doming cube to curve them. I had to anneal the metal after doming because the hammering had hardened it. Annealing means to heat the metal until it turns soft again.

After pickling the earnut (placing the metal in acid to clean it) and scrubbing with a brass brush, I made a loop on each end with round nose pliers. The loops should nearly touch in the middle. I drilled a 1 mm hole in the center of the circle because I was going to use 1 mm wire (18 awg) to make the post. I inserted the saw into the hole to cut a small channel between the two loops, to guide the post when inserting.

It was time to make the post. Since there is little contact surface when soldering a 1mm wire, meaning the joint would be too fragile and break easily, I had two options: either drill the sheet metal to insert the post or make a small jumpring to go around the post and add stability. I opted for the second solution.

I made a couple of jumprings with 1mm inside diameter (the same size as the post) and a bit of 1 mm wire for the post. I filed the end of the wire flat and soldered the post and jumpring to the back of the earring. I used a third hand to stabilize the post while soldering. It also sucks up some of the heat so it makes it harder for the post to melt. I added another jumpring to the tip of the small diamond shape, to suspend the main part of the earring.

I cut the earring post to about 11 mm and used the saw to cut a small notch all the way around the post, at about 2 mm from the edge. This is a safety mechanism to prevent the earnut from falling off the post. In fact, a correctly made earnut will click when inserted into the post. If it doesn’t, something needs to be tightened.

The notch can also be made by lightly squeezing cutting pliers in the right spot and turning the post, but you should be careful not to squeeze too hard or you risk cutting the post.

Soldering

Time had come to solder the main part of the earrings. I tied the small swirls to the base plate with binding wire, added liquid flux (a liquid form of borax that prevents the metal from oxidizing and allows the solder to flow), placed a solder pallion on each corner (the only points of contact – the middle of the swirls was meant to be raised) and heated the sheet metal, which was the larger component.

Solder will always flow toward the hottest area and small components heat up faster than large ones, so the heat must be directed towards the largest component. Sometimes, in a case such as this, you must heat from below. Other times, when soldering very small components, you must avoid pointing the flame at the metal itself and instead heat the coal surface around it. The heat will travel to the metal at a slower pace and there’s less risk of melting it.

Since this was my first time working on a larger component than simple jump rings or wires, I overheated one of my pieces and the swirls lost their curvature, fell and the solder ran all around the shape. Oddly enough, it was on the second earring. The first one was perfectly fine.

I had to start over and cut the shapes again but fortunately on the second go all went according to plan.

In hindsight, I should have inserted a graphite stick (from a mechanical pencil) under each swirl to support the shape, but it didn’t occur to me at the time.

Finishing

When all the soldering was done it was time to finish the earrings. The large diamond shapes were textured with a diamond burr and the swirls were polished to a mirror shine. It’s not easy to polish one small component without touching the textured area, right next to it, so in the pictures you can see a couple of spots where the texture still needed to be retouched.

Once everything was polished, I connected the main shape to the small diamond shape with the post through a wrapped connector with a small onix bead.

Tutorial de resina – Resin tutorial

resina_12A resina é um material que permite uma grande variedade de projectos. Eu tenho usado para bijutaria mas há imensas outras coisas que se podem fazer, desde bases para copos, imans de frigorà­fico, diversos objectos decorativos, molduras para fotos, etc.

A técnica em si é de explicação muito fácil mas para obter um bom resultado final há que ter em atenção alguns detalhes.

resina_3Em primeiro lugar, a segurança é muito importante. A resina, antes de endurecer, causa reacções alérgicas por contacto com a pele. O uso de luvas é imprescindà­vel para evitar esse problema. As luvas devem ser de Vinil. As luvas de latex nunca se devem usar porque reagem com a resina e acabam por agir como condutor do quà­mico ao longo da pele em vez de a proteger. Geralmente vem um par de luvas de plástico junto com a resina mas são largas e pouco práticas. Vendem-se no supermercado caixas de luvas de vinil, que se adaptam melhor à  mão e são mais confortáveis.

Para além do contacto com a pele, a resina là­quida também pode ser tóxica por inalação. Logo é necessário ter boa ventilação na sala de trabalho. Uma janela aberta ou ar condicionado ligado ajudam mas para estar em segurança uso máscara e depois evito ficar na sala durante as primeiras horas da cura da resina, altura em que o odor é mais forte.

resina_1Os materiais necessários são os seguintes:
– Resina – componente A (resina) e componente B (endurecedor)
– 2 copos de medida, 1 para cada componente. Geralmente vêm com a resina
– 1 copo de plástico transparente para misturar os dois componentes
– 1 pauzinho de gelado ou semelhante para misturar a resina
– Luvas de vinil
– Toalhas de papel
– 1 molde onde deitar a resina depois de misturada
– folha de papel vegetal para forrar a mesa
– pequenos objectos que queremos colocar dentro da resina
– 1 palhinha
– 1 palito

Ambiente de trabalho:

– sala bem arejada com uma temperatura amena e pouca humidade

A resina que eu uso é da marca Gedeo (Pebeo) e tem uma proporção de 2 para 1, ou seja, por cada 20ml de resina (componente A) é necessário adicionar 10ml de endurecedor (componente B). A medida de cada componente deve ser o mais exacta possível porque senão a resina pode não curar e fica para sempre pegajosa. Nesses casos geralmente não há nada a fazer.

A melhor forma de misturar a resina é usar os copos de medida graduados, deitando cada componente para um copo de medida diferente e depois deitar o conteúdo de ambos para um copo de plástico transparente, tendo o cuidado de raspar bem todo o conteúdo dos copos de medida, para utilizar o máximo possível da resina e manter as proporções equilibradas. A resina tem uma consistência mais espessa, enquanto que o endurecedor é là­quido como água. É preciso cuidado para não entornar nem deixar os là­quidos escorrer pelo lado dos frascos. Se isso acontecer deve-se limpar imediatamente com uma toalha de papel. Eu gosto de trabalhar em cima de uma folha de papel vegetal para não sujar a mesa.

Depois de vazar os copos de medida aconselho a limpá-los também com uma toalha de papel para que fiquem logo prontos para voltar a usar.

Pegamos então no nosso pauzinho de gelado e começamos a misturar a resina devagarinho. Quando mais depressa misturarmos, mais bolhas de ar vamos introduzir na resina e estas são difà­ceis de retirar. Em quase todos os projectos ficam algumas micro-bolhas, mas convém evitar ao máximo adicionar mais.

Tanto a resina como o endurecedor são là­quidos incolores, completamente transparentes. No entanto, quando começamos a misturá-los, ficam com um aspecto esbranquiçado e com muitos “riscos”. Quando a resina está bem misturada volta a ficar completamente transparente e não se vêm riscos quando mexemos o pauzinho. Convém lembrar sempre de raspar o fundo e as laterais do copo para ter a certeza que toda a resina fica misturada.

Bolhas
Bolhas

Com a resina misturada, costumo esperar cinco minutos para deixar as bolhas subir à  superfà­cie. Para ajudar este processo também podemos soprar para dentro do copo, usando uma palhinha. O dióxido de carbono da nossa respiração ajuda as bolhas a rebentar. Há quem use chama ou uma heat gun, mas esse processo não deve ser feito nunca com a resina dentro do copo de plástico, porque o copo derrete com o calor. Com a resina dentro do molde de silicone podemos usar calor de forma superficial e muito rápida, tendo o cuidado de mexer constantemente a chama ou heat gun.

Tapar para proteger do pó
Tapar para proteger do pó

Ao fim de cinco minutos, podemos deitar a resina para o molde. Esperamos uns minutos e verificamos se tem bolhas. Rebentamos as bolhas com um palito ou sopramos com uma palhinha e tapamos o molde para evitar que caia lá dentro pó, pelo de gato ou outros detritos. Depois é deixar repousar 12 horas se for para acrescentar nova camada ou 24 a 48 para curar totalmente.

Existem moldes de plástico e de silicone. Eu uso de silicone porque são mais fáceis de encontrar em Portugal – desde moldes da Gedeo até aos de culinária para chocolates e cupcakes, por exemplo – e é muito mais fácil desenformar a resina no fim. Os moldes de plástico têm a vantagem de não serem tão opacos e permitirem-nos espreitar por baixo, o que dá jeito quando a parte de baixo do molde é a frente da peça.

Eu fiz um video de como fazer moldes em silicone para ajudar quem quiser fazer os seus.

Quanta resina se deita para o molde depende da intenção. Vou dar uns exemplos.

Se a frente do projecto ficar virada para cima podemos começar por deitar apenas uma camada fina de resina no molde à  qual adicionamos cor ou purpurinas para fazermos um fundo sobre o qual colocamos mais tarde a nossa peça principal – uma flor, autocolante, pequeno objecto, foto, bolinhas de decorar bolos, etc. Deixamos a resina secar durante 12 horas e depois adicionamos o nosso objecto e deitamos uma segunda camada para cobrir.

folhas parcialmente cobertas, à  espera da segunda camada.
folhas parcialmente cobertas, à  espera da segunda camada.

No caso de objectos que flutuam geralmente coloco-os logo na primeira camada, deixo-os vir à  superfà­cie e umas horas depois, quando a resina já está a começar a solidificar, tapo com uma segunda camada. O objecto já ficou preso à  primeira camada de resina e não volta a flutuar.

Se a parte da frente do projecto ficar virada para baixo, temos de decidir se queremos o nosso objecto encostado à  frente ou se preferimos que fique mais recuado. Podemos inserir logo o objecto e deixá-lo cair para o fundo ou deitar uma pequena camada fina, esperar umas horas e só depois adicionar o objecto. Passadas 10 a 12 horas, podemos adicionar mais uma pequena camada de resina colorida ou com purpurinas para criar um fundo.

Seja como for, costuma ser necessário fazer este processo por camadas, portanto a resina deve ser feita em pequenas quantidades de cada vez a menos que tenhamos muitos projectos de uma só vez.

Podemos encher os moldes com água e depois retirar a água com uma seringa para ver a quantidade de resina que precisamos. É preciso secar muito bem o molde molhado antes de deitar a resina porque esta não se dá bem com humidade. Aliás, a resina só cura se não estiver num sí­tio nem demasiado húmido nem demasiado frio. Nestas condições é necessário aquecer a sala e ligar um desumidificador ou a resina pode demorar vários dias a curar. Ou seja, é uma técnica mais adequada ao verão.

Quando queremos adicionar imagens em papel à  resina necessitamos primeiro de impermeabilizar o papel. A resina causa manchas de aspecto gorduroso no papel não impermeabilizado. A impermeabilização faz-se pincelando todo o papel com cola branca: coloca-se o papel sobre um saco de plástico, pincela-se com uma camada espessa de cola e deixa-se secar. A cola ao secar fica transparente, criando uma camada plástica, e não afecta o aspecto do desenho. Costumo dar 2 a 3 camadas, depois descolo o papel do plástico, viro e volto a pincelar mais cola nas costas. Não esquecer de pincelar bem as margens, para selar completamente. No final corta-se com tesoura a cola extra que fica agarrada a toda a volta. Não é necessário ser muito perfeito porque como a cola é transparente não se vai ver dentro da resina. É preciso ter cuidado para não cortar o papel ou a resina irá ser absorvida nesse ponto e causar uma mancha de gordura no papel.

Ao fim de 24 horas podemos tirar a resina do molde e passar à  fase de acabamentos. O lado que ficou virado para cima, dentro no molde, fica sempre ligeiramente cà´ncavo. Nesta fase temos de decidir se adicionamos uma nova camada de resina para alisar ou ficar convexa em ambos os lados, ou se lixamos as arestas.

Para adicionar mais resina é preciso verificar que a concavidade tem a mesma altura a toda a volta. Se existir um buraco numa zona, a resina vai escorrer por aà­ e estragar o outro lado da peça. Se optar por esta solução, aconselho a colar um bocadinho de patafix ou produto semelhante na zona que fica virada para baixo, para prender a peça à  mesa e usar um nà­vel para confirmar que as arestas estão à  mesma altura. Deve-se deitar pouca resina no meio e esperar que espalhe. A resina é auto-nivelante. Se deitarmos demasiada resina ela acaba por escorrer pelos lados em vez de parar no limite da forma.

Se escorrer pelos lados, ou se limpa logo, o que pode piorar a situação ao mover a peça, ou pode-se esperar 10 a 12 horas e arrancar o excesso. Nessa fase de meia cura a resina ainda está maleável o suficiente para ser removida sem ser preciso lixar a peça.

Para lixar as arestas é também necessário ter algumas precauções.

A forma mais rápida de lixar é usar uma Dremel ou motor semelhante. A desvantagem é que faz muito pó. É imprescindà­vel usar uma máscara de pó e óculos de protecção sempre que se lixa com este método.

Para lixar à  mão, a forma mais segura é arranjar um recipiente com um pouco de água no fundo, colocar uma lixa impermeável (preta) lá dentro, com o grão virado para cima e lixar dentro da água, esfregando a peça na lixa.

Dependendo da quantidade de produto que é necessário retirar, podemos usar lixa de grão 240 até 400. Quando a peça estiver com o aspecto que queremos, costumo passar lixa 600 ou 800 para retirar os riscos maiores.

As zonas lixadas ficam com um aspecto esbranquiçado e baço. Se for mesmo só na aresta, muitas vezes não é preciso fazer mais nada, mas se for uma área grande ou até mesmo todas as costas da peça. é necessário pincelar, ou uma camada fina de resina, ou uma a duas camadas de verniz para finalizar.

Há verniz próprio para resina mas nem sempre é fácil de encontrar. Eu descobri uma alternativa que funciona bem que é verniz para vitral. Tem um cheiro forte e é preciso diluir ligeiramente para não ficar com riscos, mas dá um acabamento bastante polido à  peça, desde que se tenham retirado os riscos mais óbvios com a lixa.

Uma alternativa simples e barata é o verniz das unhas que também funciona muito bem. Só é preciso ter o cuidado de verificar que a peça está completamente curada antes de colocar verniz. Enquanto a resina está là­quida, o verniz reage com a resina que fica amarelada e pode não curar completamente, ficando viscosa.

Para mais informações sobre lixar e envernizar a resina, veja o video:

Para dar cor à  resina podem usar-se diversos materiais. Em primeiro lugar vende-se resina já colorida e as cores disponà­veis podem misturar-se entre si. Para colorir em casa podemos usar pastel seco moà­do ou uma pintinha de tinta acrà­lica, que dão um aspecto opaco à  resina

Para manter a transparência da resina pode-se usar tinta de esferográfica (uma quantidade muito pequena, retirada com um alfinete).

Qualquer destas técnicas é económica e funciona. É preciso ter cuidado para misturar os corantes muito bem porque de outra forma ficam bocados suspensos na resina que vão afectar o aspecto final do projecto.

Para evitar esse problema, o método que uso para colorir a resina é novamente o verniz vitral. Existe em imensas cores que se podem misturar e dá uma cor uniforme e transparente. – resina_12

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Bolhas

Tapar para proteger do pó

Watch the video on how to make silicon moulds.

folhas parcialmente cobertas, à  espera da segunda camada.

Watch the video on how to apply varnish to resin:

Ferramentas e materiais para bijutaria em arame ““ parte 2: alicates

Alicates

alicatesDepois do arame, os alicates são a ferramenta mais importante em wire wrapping. Há 3 alicates fundamentais para começar: o alicate de corte, o alicate de pontas redondas e o alicate direito liso (ou seja, sem dentes por dentro, para não marcar o arame).

Na foto ao lado podemos ver diversos tipos de alicates, os três básicos já mencionados e outros com funções mais especà­ficas que podemos necessitar ou não conforme o tipo de peças que queremos fazer.

A zona do alicate que tem mais força e que agarra melhor o arame é junto ao cabo. Quanto mais para a ponta segurarmos o arame maior a possibilidade deste fugir, especialmente quando trabalhamos com arame grosso.

Vamos conhecer mais detalhadamente as caracterà­sticas e funções de cada alicate e as suas muitas variantes.

Alicates de corte

O alicate das duas primeiras fotos parece semelhante ao da terceira foto mas tem uma diferença crucial. São ambos alicates de corte frontal mas o primeiro corta uma das pontas do arame completamente a direito (flush cut) enquanto que o outro deixa um bico em forma de V em ambas as pontas cortadas.

O primeiro é então o alicate de corte ideal. O lado de fora faz um corte vertical perfeito, o lado de dentro forma um bico em V.

Nos alicates de corte comuns, como o da terceira foto, ambas as pontas ficam com um bico o que implica mais tempo perdido a limar. É muito importante que as pontas do arame que vamos usar estejam direitas ou arredondadas para não arranharem nem se prenderem nos tecidos. É um dos factores que distingue uma boa peça de bijutaria de algo feito a despachar.

Existem também alicates de corte lateral ou diagonal, como o da esquerda, em cima. Devemos escolher o alicate de acordo com a espessura e grau de dureza do metal a cortar. Os mais pequenos geralmente servem só para cortar arame até 1mm de espessura e de consistência mais macia (ouro, prata, cobre, alumà­nio). Há alicates especà­ficos para arames mais grossos e metais duros, como o aço rà­gido (memory wire). É o caso do alicate da foto da direita, que funciona mais como uma tesoura. Este alicate tem a vantagem de cortar ambas as pontas a direito (flush cut).

Alicates direitos

alicate_lisoEste é o alicate mais comum e tem múltiplas funções. Serve para segurar as peças enquanto trabalhamos, para abrir e fechar argolas, dobrar ou endireitar o arame, etc. Deve ser completamente liso por dentro para minimizar as marcas no metal e fechar bem. Há que coloque fita de papel por dentro, para minimizar os vincos das arestas mas a fita estraga-se rapidamente e tem tendência a deixar cola no alicate, pelo que eu prefiro utilizar o alicate de nylon para tarefas que possam marcar muito.


 

alicate_nylonO alicate de pontas de nylon não é indicado para trabalhos minuciosos porque deixa o arame escorregar com mais facilidade, mas é ideal quando é necessário aplicar força no arame para o dobrar sem vincar. Também serve para endireitar o arame: agarra-se na ponta com um alicate comum e puxa-se, deixando todo o arame deslizar por dentro do alicate de nylon.

As pontas de nylon são substituà­veis. Aconselho a comprar logo duas ou três recargas juntamente com o alicate porque estragam-se depressa com muito uso.

alicate_paraleloO alicate paralelo é semelhante ao alicate direito mas os dois lados movem-se sempre paralelamente, o que permite agarrar o arame e as peças a trabalhar com mais segurança e sem marcar. Não é tão conveniente quando temos de mudar constantemente a zona da peça a segurar mas excelente quando precisamos de uma ferramenta para segurar uma peça pequena e dar estabilidade. Este alicate também é mais eficaz quando se trabalha com arame grosso e uma óptima ferramenta de apoio para trabalhar com chapa metálica.

alicate_pontas_curvasO alicate de pontas curvas é semelhante ao alicate direito mas as pontas são finas e curvas para permitir trabalho mais minucioso em zonas interiores ou com pouco espaço. É muito usado também para abrir e fechar argolas.

 

 

Alicates de pontas redondas

Na foto da esquerda vemos o tradicional alicate de pontas redondas. Este alicate é composto por dois bicos cónicos e serve para formar argolas e curvas no arame. Agarra-se a ponta do arame com o alicate e vai-se enrolando o arame à  volta de um dos bicos do alicate para formar a curva. O tamanho da curva varia de acordo com a zona do cone onde se agarra o arame – quanto mais na ponta do alicate, mais pequena fica a curva.

Existem alicates de pontas redondas maiores e menores. Os mais pequenos como este não têm força suficiente para trabalhar arame muito grosso, especialmente junto à s pontas.

Na segunda foto vemos uma variante deste alicate que tem apenas um bico cónico e outro direito. A vantagem deste alicate é que não marca o arame ao apertar.

Na foto da direita temos mais uma variante, desta vez com um bico direito, tal como no alicate do meio, e outro bico formado por 3 cilindros de tamanhos diferente. Permite formar argolas sempre com o mesmo tamanho com mais facilidade.

Parte 1 deste tutorial.

Parte 3 deste tutorial.

Ferramentas e materiais para bijutaria em arame – parte 1

Introdução

A utilização de arame para fazer bijutaria é algo que pode ir do muito simples ao muito complexo

Há diversas técnicas que podem ser utilizadas individualmente ou em conjunto para criar peças únicas, interessantes e originais, desde o mais básico em que se utiliza apenas arame e alicates, sem recorrer a soldadura, mas que mesmo assim permite fazer peças bastante resistentes e complexas.

Para quem gostar posteriormente de aprender técnicas mais complexas, existem imensas ferramentas complementares para trabalhar metais como bigornas, serras, maçaricos, embutidores, laminadores, máquinas de polir e outras ferramentas utilizadas no trabalho de metal mais tradicional e na joalharia.

Materiais e ferramentas básicos

A vantagem da bijutaria em arame é precisamente o facto de não necessitar de uma vasta gama de ferramentas para começar. No fundo, assim que tivermos um bocado de arame e dois ou três alicates, podemos começar a fazer as nossas primeiras peças. Os elementos mais básicos da bijutaria não requerem muito mais do que isso.

No entanto, o primeiro passo na aprendizagem de qualquer técnica é conhecer bem os materiais e ferramentas mais adequados ao trabalho que queremos realizar e a forma correcta de os usar.

Vamos então conhecer os nossos materiais com mais pormenor.

Arame ou fio

O arame utilizado em ourivesaria e joalharia é de prata ou ouro e chama-se fio. Na bijutaria podemos incorporar também outros materiais como o cobre, aço, alumà­nio, latão e bronze, que nos permitem jogar com diferentes tons de metal e efectuar peças muito interessantes. Convém porém ter algum cuidado com as ligas que contém nà­quel, uma vez que muitas pessoas são alérgicas a este metal.

O fio de prata ou ouro, por ser de metal precioso, necessita de cuidados especiais para evitar desperdà­cio. Geralmente trabalha-se sobre uma gaveta aberta de forma a recolher as limalhas e pontas cortadas que podem mais tarde ser fundidos e reaproveitados.

A gaveta também serve para evitar que peças pequenas ou ferramentas que caiam não vão parar ao chão. Pode parecer desnecessário de inà­cio mas depois de passarmos meia hora de joelhos no chão à  procura de uma pedra de 3mm percebemos que poupa imenso tempo e esforço.

Para começar e para fazer um primeiro protótipo de uma peça é costume começar-se com o cobre. Em termos de maleabilidade o arame de cobre é semelhante à  prata e tem um custo mais baixo, o que é importante quando ainda estamos a treinar.

Também existe arame de cobre colorido ou com banho de prata ou ouro. É uma opção mais económica para peças que são para usar uma só estação mas não aconselhável para peças que se querem duradouras uma vez que a camada de cor ou metal precioso vai saindo com o uso, deixando o cobre de base à  mostra.


 

Uma variante intermédia, muito usada em substituição de o fio de ouro tradicional é o gold filled. Consiste num núcleo de latão coberto com uma camada de ouro de 14 quilates. Ao contrário do banho de ouro, a camada de metal precioso do arame gold filled é bastante espessa e permite limar e martelar o fio sem risco de se ver o núcleo. É mais económico do que o fio de ouro comum mas contém uma quantidade de ouro suficiente para permitir peças mais duradouras do que o arame com banho de ouro. A limitação do fio gold filled está na soldadura. Para soldar é necessário fio de ouro tradicional.

arameNa foto do lado podemos ver diversos tipos de arame para bijutaria.

à€ direita vemos dois rolos de cabo de aço flexà­vel. Ao contrário do arame, o cabo de aço não pode ser dobrado e enrolado com o auxilio de alicates. Apesar de ser metálico, é um material flexà­vel que não mantém a forma.

No post seguinte vou falar sobre os alicates.

Para informação sobre as várias espessuras de arame, para que servem, e a conversão de gauge para mm, consulte este post.

Para mais informações sobre arame e trabalho com metais, consulte este post.

Parte 2 deste tutorial: alicates.

Parte 3 deste tutorial: outras ferramentas.

Como formar anéis

anel_espiralduplaCriar um anel em arame é muito simples. Enrolamos o arame à  volta de um objecto cilà­ndrico do tamanho do dedo uma, duas ou três vezes, para formar  a base, e depois trabalhamos a parte de cima formando espirais, como na foto ao lado, ou acrescentando contas.

O objecto cilà­ndrico ou cónico utilizado para formar os anéis chama-se, em português, adrasta. Em inglês chama-se “˜mandrel’ – uma informação importante para quem procura tutorials ou lojas online nessa là­ngua.

mandrelAs adrastas também podem ser quadradas, triangulares, octogonais, etc. e existem em tamanhos grandes, para fazer pulseiras, ou tamanhos pequenos para formar argolas. No entanto, para experimentar fazer o seu primeiro anel em arame, não precisa de comprar logo uma adrasta de anéis. Se procurar na gaveta dos utensà­lios de cozinha ou na caixa de ferramentas,  decerto encontrarás um objecto com a forma e tamanho certa. No passado eu já usei o cabo de uma chave de fenda, o cabo de um afiador de facas e uma secção de canalização de cobre ou PVC.

É claro que quando se trabalha profissionalmente, a adrasta dá jeito porque permite-nos fazer vários tamanhos de anéis com precisão, graças à  sua forma cónica e marcações, e também permite alargar os anéis, martelando com um martelo de nylon, madeira ou cabedal, em direcção à  zona mais larga.

Quando se utiliza uma adrasta cónica deve-se virar o anel com alguma frequência para evitar que este fique mais fino de um lado do que do outro. Outro detalhe importante é enrolar o arame um pouco acima da marca uma vez que o circulo formado alarga um bocadinho quando se solta a pressão exercida sobre o arame – é o efeito de mola.


 

Se o anel que vamos fazer é para nós, este método é o ideal. No entanto, se estamos a pensar fazer anéis para oferecer, podemos não saber a medida do dedo da pessoa. Nesse caso convém optar por fazer um modelo que seja ajustável. Os anéis ajustáveis necessitam de uma abertura que permita abrir ou fechar a circunferência do anel para se adaptar ao tamanho do dedo.

Como faço principalmente anéis para outras pessoas, tenho testado diversas formas de fazer anéis ajustáveis. Deixo aqui algumas fotos de inspiração.

Os anéis de chapa são formados da mesma forma mas requerem o auxà­lio do martelo de nylon ou cabedal para ajudar a enrolar a chapa à  volta da adrasta.

Alguns destes anéis encontram-se disponà­veis na secção de Bijutaria, onde pode ver mais fotos dos mesmos.

 

– Flattening wire with a pasta machine

– It’s easy enough to buy square or half round wire in precious metals but it’s harder to find anything other than round wire in other metals.

The obvious solution to this problem is buying a rolling mill, or square drawing plates, but since they’re expensive, I was thinking of alternatives I could use. In the past, for smaller pieces, I’ve hammered the metal but it takes practice to get an even result.

I thought about my Sizzix but you’d have to keep opening and closing the sandwich and since the plates are plastic, I’m not sure it would work.

When I finally thought about the obvious solution I felt really stupid for not considering it before: I have a pasta machine!

In the picture you can see, from left to right, round 0,8 mm wire and next to it is the flattened version after going through the pasta machine on one of it’s thinnest settings (I think it was setting 8). Next to that is a 1 mm round aluminium wire and finally the flat version of the same on the thinnest setting. It makes a great flat wire for braiding or wrapping.

Annealing the copper wire may be necessary to make it soft enough.

I’m sure a lot of people have thought of this before since it seems so obvious but I decided to make a post just in case in can help anyone else.

– Alternative beading needles

– I’m not a great beader since I work mainly with wire and polymer clay, but once in a while I will incorporate cord into my designs. Since the end of the cord tends to fray and open up, I like using a large eye beading needle to thead the beads into the cord.

Unfortunately, it’s hard to find good beading needles in the area where I live, and if I need to order them online at a time when I don’t need to buy any other materials, I end up paying more for shipping than I do for the needles.

In a pinch I tend to make my own needles out of thin wire. It’s simple enough and it works great so long as the bead is not too tiny: Cut a piece of wire, fold in two, twist the two ends together leaving a loop to thread the wire and you’re ready to go.

The downside is that, since you have two ends entering the bead, one of them sometimes bends back and you can spend more time readjusting the needle than you do threading beads.

The other problem is that if the beads are too small, the pressure caused by the folded cord entering the bead can be too much for the thin wire and it will break but if you don’t have many beads to thread it works fine.

Recently, however, I’ve found another alternative beading needle that I really like.

About a year ago, I woke up one morning to find I had a new canine tooth popping out. Considering that I was 38 this seemed odd. My dentist denied my suspicions of possibly turning into a vampire (a troubling thought since I tend to pass out at the sight of blood) and told me that my current canine was in fact still a milk tooth and the new one had finally decided to emerge (better late than ever, I guess).

The result was that I had to get braces to help the new tooth along (missing a tooth at this age is neither cute nor very sexy, I can tell you that much) and this led to my discovery.

Braces make it very hard to floss, so my sister-in-law recommended a thing called floss-threaders. They’re basically thin plastic needles to help you thread the floss in between the brace wires. As soon as I saw them I thought “these would be great for beading!” and they are.

These are called “Eez-thu”, I can buy them at the drugstore and they come in packs of 25. They solve the two wire end problem, are very thin so they can even go though small seed beads and are actually quite strong.

The eye is really large so threading the wire is a breeze and they’re not even that expensive – they end up costing about 15 cents each. Plus, if you know someone who wears braces you can always share the cost and just keep a couple for yourself 🙂

I’m not saying they’re better than metal needles but they certainly work for me, and best of all, they’re easy to find.