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Anel de prata e ametistas – Silver and amethyst cabochon ring

A penúltima peça de joalharia do primeiro ano do curso foi um anel com 3 ametistas.

O objectivo do exercàcio era fazer uma anel em chapa com bata. A curvatura e a forma geral eram ao meu critério. Optei por um anel mais estreito atrás, por uma questão de conforto. Para tal corta-se a chapa em losango que depois é encurvado na embutideira e soldado na zona mais fina, formando o corpo principal.

silver ring tutorial by Dee Caria

As batas (fio que dá espessura ao anel para não ficar apenas uma chapa fininha) foram feitas com fio de 1mm quadrado e soldadas por dentro da chapa, uma de cada lado. Não é um processo fácil devido à curva da chapa. As batas devem encaixar na chapa mas geralmente tendem a descair. Convém amarrar tudo com fio de ferro para ter a certeza que não descaem quando a solda começa a correr.

Convém também que a soldadura da bata coincida com a soldadura da chapa do anel, para a eventualidade de ser necessário serrar o anel (apara alterar o tamanho, por exemplo) se poder serrar tudo de uma só vez.

silver ring tutorial by Dee Caria

Para maior segurança na soldadura, comecei por colocar apenas um palhão de solda e depois de ter a bata presa por esse ponto, acertar a curvatura e só então soldar o resto. Tentar fazer tudo de uma vez tem mais tendência para dar problemas.

Nesta altura fiz alguma limpeza da superfàcie e arredondei as arestas. Foi um passo necessário porque depois de soldar mais elementos em cima da base torna-se mais difàcil corrigir certas imperfeições. O problema é que ao retirar o excesso de solda cedo demais, corre-se o risco da solda mexer quando se aquece outra vez e ficar com pequenas zonas por preencher. Mesmo utilizando o corrector para proteger as soldaduras anteriores, isso tem tendência para acontecer. A melhor forma de o evitar é usar solda com diferentes pontos de fusão – começar com uma com menos cobre para as batas e depois usar outra com mais cobre para o resto.

Com a base do anel completa, fiz virolas para os cabochons de ametista. As virolas são feitas com uma tira de prata com 0,3 mm de espessura para ser fácil de pressionar sobre as pedras. A base teve de ser limada até seguir a curva da chapa, antes de soldar. Amarrei as virolas à base com fio de ferro para as manter no lugar durante a soldadura. Com as virolas no sítio, fiz um furinho na chapa de base, no centro de cada uma, e serrei o excesso de metal para que a luz passe através da pedra.

silver ring tutorial by Dee Caria

Fiz duas alianças de fio redondo e dois S que coloquei como elementos decorativos, por cima e por baixo das virolas. Depois lixei a superfàcie, satinei com a fresa de diamante para dar alguma textura àsuperfàcie e assim permitir ao oxido uma melhor fixação, e cravei as pedras.

silver ring tutorial by Dee Caria

Por fim oxidei a peça. Para oxidar uma peça parcialmente, o método mais simples é aquecê-la ligeiramente (se as pedras forem resistentes à temperatura) e aplicar o óxido com um pincel fino. Depois é só polir as zonas que não ficaram oxidadas e dar apenas uma breve passagem nas zonas oxidadas para que fiquem com um pouco de brilho mas sem retirar a cor.

silver amethyst ring by Dee Caria

English:
One of the last pieces from the basic jewellery course I’m attending was an amethyst ring.

The goal of the piece was to make a domed ring with an inner wall. This adds a certain dimension to the band without the need to use heavy gauge sheet. The curvature and general shape of the ring were up to me. I chose to taper the ring toward the back, so it fit more comfortably on the finger. I’m not used to wearing such wide bands, so this was my compromise.

To make the ring band I cut a lozenge shape out of 0,5 mm (24 AWG) silver sheet, curved in on a doming block, sized it and soldered the thinner end together. The size should be a little larger than the intended finished size because the inner walls will take up some room on the inside of the band.

The inner walls were made from 1 mm (18 AWG) square wire, formed into two circles and then curved until they followed the edges of the ring band, which in this case had a slight curve to it, due to the tapered shape. The walls must fit perfectly inside the ring band.

Due do the domed shape of the band, these inner walls tend to slip into the ring rather than stay put at the edges like intended. I used iron binding wire to secure them in place while soldering. The best technique is to find one spot where the wall meets the band in the exact place you want it and add some solder to that spot only. Once this spot is secure you can more easily manipulate the walls to fit better all around before soldering the rest.

It’s also a good idea for the join of the walls to coincide with the join on the band so that, in case you need to saw it open (to adjust size, for example) you saw the whole thing over the soldered join rather than risk cutting the walls into bits that could move when the ring is re-soldered.

At this point I did some cleanup and rounded the edges of the ring. After soldering other elements on top it gets harder to reach certain areas and might be impossible to correct certain imperfections. On the other hand, when possible I only clean solder joins at the end because when I solder again the solder may move and create pits or small gaps. The best solution for this problem is to start with hard solder for the structure of the ring and then move on to medium.

Once the ring base was done I made bezels for the amethyst cabochons I had chosen for this piece. The bezels were made from a silver strip 0,3 mm thick (28 AWG) so they were thin enough to easily bend over the stone. The base of the bezels had to be filed until it conformed to the dome shape of the ring. I tied the bezels to the ring shank with iron binding wire to secure them before soldering. After soldering the bezels in place I drilled a hole in the center of each one and sawed off excess sheet metal from underneath the stones. This is done so that light can shine through the stone. It also helps if you need to push out the stone at some point.

I made another two circles out of 0,9 mm (19 AWG) round round wire that fit over the edge of the band on both sides. I also created some decorative S shapes to solder on the sides of the cabochons.

Once all the soldering was done I sanded the ring with 400 and 600 grit sandpaper and used a diamond burr to add texture to the outer surface of the ring. Liver of sulfur, used to darken the metal, adheres better to a textured surface.

I set the amethyst cabochons. I used a burnisher to finish polishing the bezels after setting.

Finally I applied the LOS (liver of sulfur). To partially oxidise the piece, the best method is to heat it up just a bit with the torch and then apply the patina with a thin paintbrush. I did a final polish to remove any patina stains from areas that should be bright and buffed the oxidised area briefly to bring out some shine.

Gargantilha com cravação de garras – Silver collar necklace with claw settings

O projecto de gargantilha tinha dois objectivos. Por um lado, aprender a formar da gargantilha em si, com particular atenção à curva do pescoço, e por outro aprender a cravação de garras. Enquanto a cravação de virola se utiliza para cabochons e outras pedras com uma base direita, a cravação com garras utiliza-se para pedras com pavilhão (bico com diversas facetas na base da pedra. É o que dá o brilho à pedra).

Formar a base

Comecei com fio de prata de 2 mm que foi laminado até ficar um fio rectangular de 2,30 x 1,70 mm. Esse fio foi moldado à volta de um busto de ferro até formar a curva do pescoço. Os dois detalhes importantes deste processo são os seguintes:

1. O fio fica de pé, ou seja, assenta sobre a face mais fina. A face mais larga é a que contorna o pescoço. Isso torna a gargantilha mais confortável de usar.

2. para além da curva à volta do pescoço, deve também formar-se uma curva para baixo, de forma a ajustar a gargantilha à curvatura natural dos ombros. ou seja, quando assente sobre a mesa, a base não fica completamente plana. Assenta apenas à frente e atrás e levanta no meio.

Assim que se consegue a forma correcta no fio de base, é altura de adicionar os elementos decorativos. Há quem tenha criado folhas e flores de chapa, cachos de contas e outras soluções possàveis. Eu optei por espirais em fio com pedras de topázio e citrino. Queria algo decorativo mas não tão pesado que fosse preciso uma ocasião especial para poder usar a peça.

Acrescentar elementos decorativos

Criei as espirais em fio de 1,5 mm e martelei as pontas para espalmar ligeiramente as curvas. Por um lado as diferenças na espessura do arame dão mais interesse à peça e por outro o metal fica mais duro e as curvas não se deformam tão facilmente. Funciona como “fixador” da forma que damos ao metal.

Montagem temporária sobre plasticina

A gargantilha foi toda montada no busto de ferro sobre plasticina até ficar satisfeita com a disposição dos diversos elementos. Apesar de ter feito o projecto em papel inicialmente é sempre necessário fazer pequenos ajustes ao desenho quando se passa para o tridimensional.

Soldar elementos

Depois foi uma questão de começar a soldar as várias partes. Devido à quantidade de metal foi necessário usar uma chama grande e rodear a zona a soldar de carvões para reter o calor na área que interessava. Descobri que era muito fácil sobreaquecer as pontas das espirais mas felizmente não cheguei a derreter nenhuma. Para tal, foi preciso usar muito corrector nas pontas e tapar algumas espirais com bocados de carvão para evitar que o calor incidisse nelas directamente.

Com a base soldada a gargantilha até podia ficar só assim. No entanto eu gosto sempre de dar cor às peças, através do uso das pedras. Foi altura de aprender a fazer as cravações.

Utilizando novamente o fio de 2 mm, laminei até obter uma tira rectangular com uma altura um pouco menor do que o pavilhão da pedra. Neste caso o pavilhão media 4 mm e o fio ficou com 2,20 de altura por 0,6 mm de espessura. Criar as base da cravação foi um processo complicado porque, ao contrário das virolas em que basta enrolar o fio à volta da pedra e temos a medida certa, nas cravações de garra a base deve ser ligeiramente mais pequena do que a largura da pedra, de forma a que não se veja quando olhamos de cima, ou seja, o diâmetro da pedra deve ser semelhante ao diâmetro exterior da base. O paquàmetro é essencial neste processo para percebermos se estamos a tirar demais ou de menos relativamente ao tamanho da pedra. É um processo que exige bastante rigor.

Cravações redondas e em gota

Fiz dois formatos de cravação – redonda e em gota – e em casa fiz ainda mais um, em quadrado, para um anel. Já que estava em modo de aprender a técnica, queria experimentar o máximo de variações possàveis para tirar dúvidas.

As garras foram feitas com fio de 0,8 mm. Para as prender à base tentei duas técnicas:

1. soldar uma cruz, sobrepor a base da cravação, dobrar as quatro pontas para cima e soldar

2. Criar um U invertido que encaixa sobre a base e soldar as garras duas a duas.

Gostei mais da segunda versão. Pareceu-me mais fácil de controlar a orientação das garras e permite segurar o fio com uma pinça apoiada (terceira mão) durante a soldadura.

Soldei as cravações concluàdas à estrutura. Mais uma vez, a diferença de tamanho entre a cravação e a base torna este processo complicado. É necessário concentrar o calor e evitar apontar a chama directamente para as garras, que são o ponto mais fraco e com mais tendência para derreter. O calor deve ser sempre focado no metal maior, que demora mais tempo a aquecer.

Antes de colocar as pedras na cravação ainda passei por mais um passo: as garras têm de ser enfraquecidas por dentro para dobrarem facilmente sobre a pedra sem a partir. Para tal ajustei a altura das garras, de forma a sobrar apenas um milímetro acima do pavilhão da pedra, que é o necessário para a prender à cravação sem tapar demasiado a coroa (zona superior da pedra).

Depois usei a serra e a lima triangular para retirar algum metal no interior das garras, desde a base até ao milímetro do topo. Só então encaixei as pedras no lugar e dobrei as garras sobre a pedra com a ajuda de um alicate, mas sem exercer demasiada pressão. Mesmo com pedras resistentes é muito fácil lascar um cantinho se não tivermos cuidado. Até os cravadores experientes necessitam de ter uma ou duas pedras a mais para estes casos.

Uma das garras não estava a querer dobrar o que até foi bom porque aprendi um truque para resolver estas situações: inserindo a serra entre a pedra e a garra podemos gastar mais um pouco o metal, dando-nos a forma que precisamos para a garra descer o que falta.

Parece algo arriscado serrar junto à pedra. A primeira reacção é medo de riscar a pedra. Se for uma turquesa ou outra pedra mole, isso é sem dúvida um factor, mas quando falamos de diamantes, topázios e pedras da famàlia do quartzo, como a ametista ou o citrino, essa questão não se põe. A pedra tem uma dureza suficiente para não ser afectada pela serra ou pela lima. A lixa, por outro lado, tira brilho à pedra, pelo que as pontas das garras devem ser sempre arredondadas com a lima.

Com as pedras cravadas faltava ainda criar pequenos terminais para as gotas, de forma a tapar os furos e o fio que as suspende. Fiz um terminal em fio, tal como sempre tinha feito para os trabalhos em wire-wrapping, mas desta vez corri solda por entre os fios para que ficasse um objecto sólido. A vantagem é que assim não se corre o risco da ponta do cone se prender na roupa ou cabelo e desenrolar ou deformar. Tem uma construção mais sólida.

No final fiz o polimento habitual. Usei feltro para grande parte da superfàcie, seguido de uma escovinha rotativa para as reentrâncias, pompom para dar brilho e terminando com linha de algodão nos furinhos onde não entrava mais nada.

English:

The collar necklace project had two goals. To form a collar in a way that fit comfortably around the curves of the neck and shoulders, and to learn how to make a claw setting for a stone.

While the bezel setting is used mainly for cabochons and other stones with a flat back, a claw setting is mainly used for faceted stones with a pointy back (called the pavilion). The open back and less metal around the stone allows it to shine.

I made the base wire of the collar out of 2mm round wire that I ran through the rolling mill to flatten it into rectangular wire measuring 2,30×1,70mm.

I shaped this wire around an iron bust until it followed the contour of the neck. The main details in this process are:

1. The wire is shaped standing up, meaning standing on the thinner edge of the wire. The larger edge is in contact with the side of the neck, making it more comfortable to wear.

2. Aside from shaping the collar around the neck, it must also be shaped downward in order to adjust it to the natural curve of the shoulders. When placed on a table, only the back and the front of the collar should come in contact with the table. The sides must be lifted.

When the base wire if properly formed, it’s time to add any decorative elements. Some colleagues made leaves, flowers, grapes and other elements. I chose wire swirls and yellow and blue topaz stones. I wanted to make a decorative piece but nothing too heavy. I didn’t want it to be so fancy that I’d need a special occasion to wear it.

I made the swirls out of 1,5mm wire and hammered the ends to flare out the curves a bit. The variation in wire thickness adds interest and the hammering also allows the curve to “set”, making it harder to pull out of shape.

All the elements were assembled on top of the iron bust, using plasticine to attach everything temporarily until the layout was how I wanted it. Even though I had made an sketch, some changes are always required when going from two to three dimensions.

Once the layout was done and all the parts were shaped and filled in order to fit together, I began soldering one or two elements at a time. Since it’s a large piece, a large flame was required and I had to make charcoal walls around the areas I wanted to solder, to concentrate the heat as much as possible. When you crank up the heat it’s easy for wire ends, such as my swirls, to overheat and melt but fortunately I was able to prevent that by keeping the flame moving, using white correction fluid on the wire tips and even covering some parts with charcoal to prevent direct heat.

Once the swirls were soldered in place I could have stopped there but I always like adding color to my jewellery through the use of gemstones. It was time to get started on the claw settings.

I used 2mm wire once again. Ran in through the rolling mill until it was flattened to a thickness of 0,6mm (22g). The height of this strip was just a bit shorter than the height of the pavilion. In this case, the pavilion measured 4 mm and the silver strip measured 2,20mm in height, which was enough.

Making the seat for a faceted stone is not as easy as making a bezel. To make a bezel, all it takes is to wrap the bezel wire around the stone , mark where it overlaps, and cut. For a seat you still need to follow the shape of the stone but the size needs to be a little smaller than the stone so that no metal can be seen when you look from above. Basically the diameter of the stone should be the same size as the outside diameter of the seat. That is easy enough for round stones but for other shapes it can get a little trick to get the measurements just right. Digital callipers are a great help when comparing the size of the stone and the seat.

I made two different setting shapes – round and pear cut – and also made a square one at home, for a ring. While I was in learning mode I wanted to try different variations for the same technique in case I had any doubts. I have to say that for square stones, 8 claws are better than 4.

The claws were made from 0,8mm wire (20g). I used two different techniques to attach them to the base:

1. Solder a wire cross. Solder the stone seat on top of the cross, making sure it’s centred. Fold the claws up, along the outer walls of the seat and solder them.

2. Make an inverted U shape that fits snuggly over the seat and solder the claws two at a time.

I liked the second version better. It was easier to control the placement of the claws. I held the U in place with third-hand tweezers while soldering.

I soldered the settings to the collar. Heat control is very important to prevent the claws from melting. I covered as much as I could with correction fluid and pointed the flame away from the settings as much as possible until the rest of the metal was up to the right temperature. Easier said than done on a large piece.

Before setting the stones I prepared the claws. A notch has to be cut on the inside of each claw so they will bend easily over the stone without putting too much stress on it, to prevent chipping the edges. The claws were also cut to size, leaving only 1mm above the girdle. It’s enough to grab the stone without covering too much of the crown.

I used a jeweller’s saw an triangular needle file to remove some of the metal from the inside of the claws, leaving the top 1mm intact. I placed the stones inside the settings and folded each claw over the stone with the help of pliers, without putting too much pressure on it. Even sturdy stones can chip if we’re not careful. A pusher can also be used to bend the claws but I didn’t have one at the time.

One of the claws wouldn’t bend properly, which was a good thing because it allowed me to learn a new technique. I inserted the saw between the claw and the stone and removed the extra metal that was still in the way. After this step the claw folded perfectly into place.

This trick should only be used on hard stones that can’t be damaged by the saw like diamond, topaz, quartz… On these stones a saw or file is safe. Sandpaper, on the other hand, should be kept away because it will scratch. This is why the tips of the claws should be rounded with a file and not sandpaper (at least unless you’re extremely experienced).

I was also going to hang some gemstones drops so I made soldered wire cones to cover the wire going through the drops.

I finished the collar by polishing the metal. I used felt with green polishing compound for most of the wire and then a soft hair wheel for the detail and finally a cotton puff wheel with rouge for shine.

In some really tight areas I hand polished by running cotton string covered in polishing compound back and forth along the tiny holes that I couldn’t reach with anything else.

Dia da mãe

A propósito do dia da mãe tive de escrever um texto para a escola da Joana.

Era sobre o que é ser mãe e algumas caracterà­sticas da minha filha. Ao princà­pio custou-me um bocado porque estava mesmo a ver o tipo de texto lamechas que seria esperado e não é mesmo nada o meu estilo mas, quando comecei a escrever, entrei em modo de blogpost e a coisa saiu naturalmente. Nunca poderia ser o texto cor de rosa que algumas mães conseguem debitar sem pestanejar, porque isso não sou eu. A maternidade é difà­cil e nunca consigo ignorar esse lado da questão, mas acho que consegui encontrar o equilà­brio.

O mais difà­cil foi escrever algo sobre a maternidade exclusivamente baseado na Joana. As minhas memórias mais và­vidas são sobre o Tiago, já que a primeira vez que nos dão uma criatura indefesa para os braços tem um impacto tremendo.

Aqui fica então o resultado:

A maternidade muda uma pessoa para sempre. Significa por os nossos filhos à  frente das nossas necessidades e desejos mas também nos permite ver o mundo de novo como se fosse a primeira vez, através dos seus olhos e curiosidade. Mesmo quando os nossos filhos crescerem, vão continuar a ser os nossos bebés e vamos continuar a preocupar-nos com eles. É como se existisse um interruptor invisà­vel que se ligou no dia em que eles nasceram e que nunca mais será possível desligar.

É um grande desafio encontrar aquele equilà­brio entre tentar protegê-los e deixá-los explorar o mundo sozinhos. Sem dúvida que irei falhar muitas vezes mas será sempre com as melhores intenções. Ninguém é perfeito e cada um faz o melhor que consegue.

A Joana tem desde sempre uma personalidade forte. É teimosa porque sabe muito bem o que quer e não descansa enquanto não o obtém. Do ponto de vista de uma mãe isso é um grande desafio que implica muitas confrontações, mas sei que a persistência é algo que lhe vai dar vantagens no futuro.

Por outro lado, é uma criança muito meiga e comunicativa e por cada birra há sempre dois ou três momentos em que me faz rir com as suas histórias e explicações sobre a sua visão do mundo. O seu gosto pela brincadeira e mimos é sem dúvida contagioso.

Aquilo que mais aprendi com os meus filhos foi a ter paciência, e a perceber quando vale mais a pena entrar na brincadeira do que criar conflito porque há uma tarefa a cumprir e estamos com pressa. Nem sempre funciona, nem sempre é fácil, mas não há dúvida que muito mudou na minha atitude do dia a dia.

Acima de tudo estou curiosa para ver o que vem a seguir, agora que os meus filhos deixaram de ser bebés e se tornaram pequenos humanos com preferências, capacidade de expressar opiniões e argumentar. Tornam a vida muito mais interessante.
————–

Este ano ambos os meus filhos me ofereceram colares feitos por eles e o Tiago deu-me também um cartão que fez na aula de inglês com um dos seus divertidos desenhos. O colar do Tiago era feito com capsulas de café espalmadas (um dos materiais preferidos das escolas nos últimos tempos)e faz uma barulheira tremenda, mas a Joana insistiu que usasse ambos durante o fim de semana, por isso lá teve que ser 🙂

Para terminar aqui fica o cartão de dia da mãe que fiz para a minha mãezinha.

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Organização do atelier

Trabalho numa sala de 2×4 metros. Quando nos mudámos, aproveitei o comprimento da sala para fazer uma bancada a todo o comprimento. Mais recentemente, com as necessidades especà­ficas da joalharia, as secretárias que usava deixaram de ser suficientes. Com falta de fundos para investir numa banca de ourives a sério, improvisei, transformando uma cómoda sólida que tinha a altura certa. A estilheira está presa ao topo e a segunda gaveta, que cabe acima do colo, serve para recolher a limalha. As restantes gavetas são arrumação para as ferramentas.

Com esta alteração, porém, fiquei com um problema. A cadeira estava constantemente a deslizar entre as duas pontas da sala consoante eu precisava da bancada ou do computador, e a zona com melhor luz, mesmo por baixo da janela, não estava a ser utilizada.

Resolvi então mudar a organização da sala de forma a criar uma zona de trabalho em u, muito mais prática.

à€ entrada, em vez da mesa do computador, optei por colocar a estante com a casa de bonecas. Para quem só vê de fora acaba por ficar algo com um aspecto mais interessante em vez do caos habitual da mesa de trabalho.

Logo a seguir ficou a secretária do computador, que quero longe da janela para evitar reflexos. Depois tenho uma mesa com a tenda de luz para fotografar as minhas peças. Era essencial ter essa zona sempre montada e funcional para poder adicionar peças ao site mais regularmente.

Por baixo da janela ficou a secretária maior, com 1,80 m, que serve para qualquer trabalho necessário – bijutaria, cartões, apoio para a máquina de costura, o que for preciso. à€ direita desta, na parede oposta à  tenda de fotos, fica então a minha cómoda adaptada a banca de ourives, que como não tem uma grande superficie, funciona em conjunto com a secretária quando é preciso espalhar materiais (algo que acontece frequentemente).

Ao lado ficou um estante baixa que serve de suporte ao motor de suspensão, máquina de ultra-sons e forno do Fimo.

O restante espaço é ocupado com estantes que contêm livros e caixas de diversos materiais organizadas por tema. Essa parte ainda precisa de alguma reorganização para ser verdadeiramente funcional, mas pelo menos já não tenho de andar a empurrar estantes de um lado para o outro.

Cartões masculinos

A propósito do dia do pai, andei a pensar no tema dos cartões masculinos.

Se fizerem uma pesquisa rápida vão ver que na generalidade os cartões do dia do pai são muito repetitivos e pouco originais. Ou consistem num boneco fofinho com uma mensagem ou caem invariavelmente no cliché da gravata ou do bigode. Mas o que fazer quando os pais não usam gravata nem têm bigode? Porque não fazer cartões para pais mais descontraà­dos ou radicais, baseados nos seus interesses e personalidade?

Os cartões, por norma, são femininos, fofinhos ou humorà­sticos. Usa-se muito bonecos, flores e laços como elementos decorativos, algo que destoa claramente da noção geral do que é o masculino. No entanto, também não queria cometer o erro de ficar limitada a azul escuro, castanho e vermelho, cores que imediatamente relacionamos com o tema. O desafio foi fazer cartões masculinos mas coloridos.

Se fizerem uma pesquisa rápida vão ver que na generalidade os cartões do dia do pai são muito repetitivos e pouco originais. Ou consistem num boneco fofinho com uma mensagem ou caem invariavelmente no cliché da gravata ou do bigode. Mas o que fazer quando os pais não usam gravata nem têm bigode? Porque não fazer cartões para pais mais descontraà­dos ou radicais, baseados nos seus interesses e personalidade?

É uma questão que já me ocorreu em diversas ocasiões anteriores, sempre que tive de fazer cartões para homens. Nos cartões acima nota-se ainda uma certa relutância em experimentar com uma palete mais arrojada, compensando a falta de cor pelo uso de textura ou da imagem.

A utilização de imagens vintage é uma boa opção para criar cartões masculinos mas coloridos e ajuda também em termos de uma temática mais diversificada. Os cartões abaixo são um exemplo disso.

Temos assim a hipotese de fazer um cartão para um pai motoqueiro, escritor, fotógrafo, etc, dependendo da imagem utilizada.

As imagens foram impressas a preto e depois pintadas com marcadores copic e tinta de carimbo (aplicada com feltro para dar um aspecto mais esbatido). Podemos assim introduzir uma palete de cor mais diversificada, com cores vivas. O fundo é geralmente de um tom neutro, para dar mais destaque à  imagem, mas com textura ou um padrão interessante. Continuei a utilizar-se elementos decorativos extra, como os brilhantes ou a fita, mas colocados de forma subtil.

O cartão do automóvel está disponà­vel na loja, onde se podem ver imagens da ilustração interior.

Pendente triangular – Triangular pendant

Terminei mais uma peça nas aulas de joalharia. Desta vez foi um pendente, cujo objectivo era aprender a fazer tubos metálicos, chamados canevões. O design da peça era à minha escolha, desde que incluàsse o canevão como um dos elementos.

Escolhi fazer um pendente triangular com pequenas flores e placas onduladas. As flores são igualmente triangulares, para acompanhar o tema. Apesar dos elementos estarem dispostos de forma assimétrica, tentei criar um equilàbrio e preenchimento coerente do interior do triângulo. Os canevões são usados em duas situações: como pontos decorativos entre as placas onduladas e também como forma de sustentação do pendente.

Optei por fazer parte das flores em cobre para dar alguma cor à prata. Podia ter feito em ouro, que acrescentaria algum valor à peça, mas gosto mais da cor do cobre. É uma questão de preferência pessoal.

Para fazer a moldura do pendente, usei o primeiro lingote que fiz na aula. Foi laminado até ficar uma placa com 370×1 mm. Formei o triângulo, de acordo com o desenho, mas optando por manter os cantos arredondados.

Depois de serrar todas as peças, comecei por montar as flores.

Em vez de soldar um fio à base de cada triângulo, que podia partir facilmente, optei por formar uma pequena bola na ponta do fio e furar os triângulos para o pé atravessar a placa de cobre, tornando a construção mais resistente. A bolinha de prata no meio da flor também acrescenta algum interesse e variação.

Uma das flores foi feita através da soldadura de pequenas bolas de cobre a um fio de prata, àsemelhança de uns brincos que eu tinha feito antes do Natal. A diferença é que desta vez não martelei as bolinhas de cobre antes de soldar.

Depois de soldar todas as peças, foi a vez de fazer os canevões. É um processo relativamente simples mas requer uma ferramenta que não tenho ainda: uma embutideira para formar cilindros. Para formar um canevão utiliza-se uma chapa relativamente fina – 3,5mm – e corta-se um bico numa das pontas. Coloca-se a chapa na embutideira e por cima um objecto cilàndrico que encaixe no furo escolhido da embutideira (geralmente um embutidor deitado), martela-se o embutidor de forma a afundar a chapa até esta adquirir a forma arredondada da embutideira. Assim que o cilindro está meio formado, dobram-se as pontas da chapa, no lado do bico, e depois utiliza-se a fieira para fechar o resto do cilindro, puxando o bico com um alicate.

Depois do cilindro estar fechado podia continuar a puxar-se por furos mais finos na fieira, para reduzir o tamanho do canevão. Isso irá também aumentar a espessura das paredes, ao comprimir o metal.

Para fazer um canevão do tamanho certo logo desde o início deve-se utilizar a matemática: medida do diâmetro (interior ou exterior, àsua escolha) menos a grossura do metal (que só é importante para chapas grossas, senão pode-se saltar este passo) x3,14 (Pi) dá-nos a largura a cortar.

Também era possível continuar a passar para furos mais pequenos na embutideira e continuar a martelar a chapa até esta fechar completamente, mas este método tem um risco maior de deixar marcas na chapa. Utilizando a fieira é um método mais simples e limpo. De notar que o canevão meio formado deve ser recozido (aquecido) e coberto de cera antes de ser colocado na fieira. A cera funciona como lubrificação, tornando o trabalho mais simples e poupando a ferramenta.

Os canevões pequenos foram soldados no sítio e o grande foi forçado sobre uma adrasta de pulseiras, para adquirir curvatura. Utilizei apenas as mãos, segurando nas pontas do canevão e fazendo pressão sobre a adrasta. Utilizar um martelo ou outra ferramenta não é aconselhado porque cria mossas no canevão.

Para soldar o canevão de sustentação do pendente coloquei os elementos sobre a plasticina até estarem na posição correcta e depois cobri de gesso toda a peça excepto a zona que queria soldar. O gesso dá muito jeito quando queremos ter a certeza que os elementos não mexem durante a soldadura mas também absorve grande parte do calor o que torna a soldadura mais complicada e demorada. O truque é aquecer todo o gesso e não só o metal antes de focar o calor na zona a soldar. É das técnicas mais complicadas que aprendi até agora, apesar de ser algo que é suposto facilitar a soldadura.

O canevão serviu também para fazer os terminais do fio, aos quais foram soldados pequenas argolas para encaixar no fecho. O fecho é uma variante dos fechos em S. O aspecto final é em 8 e uma das pontas foi soldada para maior segurança.

Também criei um espigão para colocar uma pequena pérola num dos canevões decorativos. O espigão consiste num fio onde formei uma bola na ponta. A bolinha tem de ficar justa ao canevão e é soldada lá dentro. Depois é só uma questão de cortar o espigão à altura certa e colar a pérola após o polimento.

O interior da peça foi texturada com uma cabeça diamantada e o exterior foi polido com feltro e pom-pom de algodão. No final tirei a medida ao fio de cabedal, inseri-o no pendente e colei os terminais e a pérola. A cola utilizada foi Araldite cristal, que é basicamente resina de secagem rápida.

English:

I finished another piece from my jewellery course. This time it was a pendant. The goal was to learn how to make tubes and then use them in a design.

I chose to make a triangular pendant with small flowers and waves. The flowers also have a triangular shape to follow the theme. Even though the composition is asymmetrical, I tried to balance the elements in the design.
The tubes are used in two situations: As decorative “dots” between the wavy lines and also as a bail for the leather cord to slide through.

I chose to make part of the flowers in copper to add some color, since I wouldn’t use a gemstone. I could have used gold, which would add monetary value to the pendant but I happen to like the tone of copper. It was a personal preference.

To make the frame I used the ingot I had made in class. I flattened it in the rolling mill until I had a sheet measuring 370×1 mm.
I formed the triangle but chose to keep rounded corners.

After sawing out all the parts I began to shape and assemble the flowers. Instead of soldering wire to the base of each flower, which would make them fragile, I balled up the end of the wires, drilled a hole into the copper triangles and inserted the stems, with the ball on top, as the center of the flowers.

One of the flowers was different. I made it by soldering small copper balls around the silver stem, like small unopened buds.

After soldering all the pieces together I made the tubes. It’s a fairly easy process if you have the right tools. I still don’t have a swage block to shape the inicial half cylinders, so I can only do it in class.

To make a tube I started with a fairly thin strip – 3,5mm thick – and cut a triangular tip on one end. I placed this strip into the largest hole on the swage block with a doming punch on top of it and hammered it down until it conformed to the curve of the swage block. I kept moving to smaller and smaller grooves until the strip formed a half cylinder.

At this point I annealed and covered the metal with wax (for lubrication) before proceeding to pull it through a large hole on the drawplate with pliers, and then through smaller holes until the cylinder was closed.

From then on, if you keep moving through smaller holes you reduce the size of the tube and also compress the metal, so the thickness of the tube walls will increase.
To make a cylinder the size you want without increasing the thickness of the walls you should use math – diameter (inner or outer, your choice) minus thickness of the metal (only necessary for thick plates, otherwise you can skip this step) x3,14 (Pi) gives you the length to cut.

If you don’t have a drawplate with large enough holes, you can just shape the cylinder by hammering the metal around a mandrel, like a doming punch, until it’s closed. This has a greater risk of marring the metal but it can be done.

The tubes were soldered to close and the large one was curved over a bracelet mandrel to form a subtle curve. I used just my hands to curve it because I didn’t want to risk leaving tool marks or deforming it.

To solder the bail tube to the pendant I first filled the top of the triangle flat to give it a larger contact area and then placed the elements over plasticine to make sure everything was precisely where it should be. I covered everything in plaster except for the area I wanted to solder. Stabilising in plaster is the best way to prevent elements from moving out of place when you solder. The downside is that it sucks up a lot of heat so it takes longer to get the solder to flow. The trick is to heat the plaster before the metal. Once it starts to look burnt you can focus the heat on the metal.

The tube was also used for the leather cord end caps. I soldered a small jump ring at the end of each tube to connect them to the clasp. The clasp has an S shape that is very secure. One of the ends is soldered shut and only the other end is open.

In one of the decorative tubes, between the wavy lines, I soldered a prong do I could add a small pearl. To center the prong in the tube I balled up the end until it was a tight fit inside the tube and then soldered it. The prong was cut to size and the pearl was glued in place after polishing.

The inside areas were textured with a diamond burr. The outside was polished with felt and greed polishing compound and then buffed with a cotton puff and red rouge.

I inserted the leather cord into the pendant before gluing on the end caps. I used Araldite crystal glue, which is basically a fast drying form of epoxy resin.

Pregadeira Manuelina – Manueline inspired brooch

As minhas aulas de joalharia continuam a correr bem. É pena que sejam só quatro horas por semana porque demoro imenso tempo a terminar uma peça, mas gosto muito de lá estar. O ambiente é óptimo e faz-me bem interagir com outros humanos ocasionalmente, especialmente com pessoas que partilham os mesmos interesses. Estar no atelier é completamente diferente de andar na escola porque ninguém está lá por obrigação. Há sempre alturas mais frustrantes, em que as coisas correm mal ou em que é preciso fazer uma tarefa mais monótona ou complicada, mas o nàvel de queixume geral é surpreendentemente baixo. Grande parte disso deve-se ao professor que é extremamente positivo e faz um esforço enorme por manter toda a gente motivada.

Terminei finalmente a segunda peça do curso. Foi uma pregadeira, com tema lançado pelo professor: monumentos portugueses. Escolhi o Convento de Cristo em Tomar. Inicialmente pensei basear-me numa escada em caracol mas posteriormente optei por uma janela. Não a famosa janela Manuelina mas uma outra, redonda, que se situa por cima dessa. O aspecto da janela faz-me lembrar o obturador de uma máquina fotográfica e tem o mesmo desenho em espiral da escada que eu tinha escolhido inicialmente.

Janela que inspirou o design da peça

Para não criar algo terrivelmente óbvio, acabei por usar a distorção da perspectiva causada pela foto para criar uma peça oval em vez de redonda, com a abertura da janela, onde iria assentar uma pedra, descentrada.

estudos para o projecto

Estabelecido o desenho da peça, foi necessário cortar as várias chapas que iriam ser soldadas, sobrepostas.

As chapas foram depois embutidas para ficarem com uma curvatura e montadas temporariamente numa base de plasticina até se obter o encaixe perfeito entre todas as peças.

Como é praticamente impossível soldar uma peça desta complexidade aos bocadinhos, esta montagem temporária foi coberta com gesso para manter todas as placas no sítio. A peça foi retirada da plasticina, ficando presa ao gesso. Esta montagem permitiu fazer os primeiros apontamentos de solda.

Quando as peças estavam todas soldadas numa ponta, foi possível retirar o gesso e proceder ao resto da soldadura.

Quando estava tudo finalmente montado e soldado, foi a vez de fazer a bata. A bata é uma tira metálica que serve para dar altura à peça. É particularmente importante em peças como pendentes ou pregadeiras, para que estas ganhem algum destaque em vez de ficarem planas junto ao corpo.

As batas não têm de ser muito grossas mas como a peça era grande, ficou com cerca de um milàmetro de espessura. Depois de laminar a chapa com a altura e espessura correctas, cortei secções do tamanho de cada uma das placas do topo para manter a saliência dos cantos. Soldar a bata foi complicado porque esta não tinha apoio. Estabilizar uma peça com um centàmetro de largura sobre uma superfàcie curva, tendo a certeza que fica alinhada com o limite da chapa de base e não cai durante o processo é um verdadeiro quebra-cabeças. Assentei a peça numa base de gravilha (areia térmica) para dar estabilidade e prendi a bata à peça com fio de ferro mas, como a base era redonda, o fio tinha tendência para escorregar.

Foi um processo longo e algo frustrante porque ocasionalmente a bata mexia na pior altura possàvel e era difàcil voltar a prendê-la na posição correcta, já para não falar na complicação que foi preencher todas as juntas de solda sem ficar nenhum furinho. Como a curvatura das diversas peças era diferente, foi complicado ajustar perfeitamente a curvatura da bata, o que criava pequenos espaços aqui e ali. A solda não serve para preencher espaços pelo que foi preciso alguma ginástica para completar o processo com um acabamento perfeito. O outro problema técnico é que a peça tinha muito metal, o que quer dizer que é difàcil de aquecer uniformemente. Isso implica que a solda nem sempre corria na direcção desejada e era muito fácil derreter soldaduras anteriores. Usei e abusei do corrector e mesmo assim foi necessário acrescentar solda nalguns pontos onde a solda anterior teimava em fugir. Foi de facto um puzzle complicado de montar.

Quando estava tudo finalmente montado, foi necessário fazer um acabamento prévio. Limei e lixei as arestas e arredondei a peça para a junção da bata com a chapa ser menos evidente e a peça ter um aspecto mais coerente por inteiro. Este tipo de acabamento só se costuma fazer no fim mas como precisava de soldar mais elementos em cima desta forma base, precisei de o fazer agora.

A fase seguinte consistiu em enrolar dois fios de prata de 0,7 mm para criar as cordas, elemento tàpico da arquitectura Manuelina. Já tinha feito cordas de dois fios enrolados, mas sempre com fio comprado já na espessura certa e recozido. Neste caso tive the passar o fio na fieira para o por com a espessura indicada e recozer o fio com o maçarico. Recozer fio uniformemente com maçarico é complicado. O resultado é muitas vezes irregular, o que faz com que o fio não enrole todo da mesma forma. Para resolver esse problema, tive a ajuda do professor Paulo que foi aquecendo os fios com o maçarico, enquanto eu enrolava. Acredito que dê para fazer isto só com uma pessoa mas é muito mais complicado e uma pequena distracção pode derreter o fio todo.

Depois de cortar as secções de “corda” à medida, fiz um apontamento de solda sobre a bata e depois moldei a corda à forma das chapas antes de soldar a outra ponta. Mais uma vez, manter as pequenas cordas no sàtio certo não foi fácil, mas menos complicado do que soldar a bata. A parte mais complicada foi conseguir aquecer toda a peça sem derreter as cordas. A solução foi soldar as cordas dando calor por baixo da peça já que a chapa metálica, que é uma área muito maior, precisava de aquecer mais do que a corda que era composta por fios fininhos.

Com a base terminada, foi a vez de criar as peças da pregadeira. A pregadeira é composta por 3 elementos:

1. O click, que neste modelo é uma chapa comprida enrolada em caracol. É a peça que permite abrir e fechar a pregadeira.

Para fazer o click usei uma tira de chapa a 0,5 mm de espessura com 4×17 mm. A 2 mm de uma ponta dobrei a chapa em L. O lado mais curto foi soldado à parte de trás da pregadeira e a ponta mais comprida (com cerca de 15 mm) é que se enrola em caracol, depois de soldar. Não se dá nenhuma serragem na dobra para não fragilizar o componente.

2. O pé é o nome que se dá ao espigão. É afiado numa ponta e na outra tem uma forma achatada, de cantos redondos. Esta forma pode ser feita de duas maneiras: ou se solda uma pequena chapa por baixo da ponta do fio ou se derrete uma bola na ponta do fio que depois é martelada até a espalmar. Em ambos os casos é preciso arredondar a zona de baixo e é depois feito um furo no meio desta zona mais larga por onde vai passar um rebite. Este furo só se faz depois de soldar o gonzo na peça. O comprimento inicial do pé deve ser ligeiramente maior do que a distância do gonzo ao click. No final lima-se a ponta até formar um bico para espetar na roupa. O pé é o último componente da peça a ser montado.

3. O gonzo: Base em U com um furo onde se prende o pé através de um rebite. Funciona como uma dobradiça.

Dobrei ao meio uma chapa de 0,5 mm com 16×5 mm, deixando espaço entre as duas metades para encaixar a zona espalmada do pé (espigão). Forma-se assim um U com a chapa. Esse U vai ser soldado deitado, com a dobra virada para o click. Antes de soldar é necessário recortar uma curva e bico no topo da forma, como se pode ver na foto, e furar a chapa para passar o rebite. Quanto o gonzo está furado, insere-se o pé, verifica-se se roda bem e marca-se o sàtio do furo. Só nesta fase é que se faz o furo no pé para ter a certeza que fica alinhado com o furo do gonzo.

O rebite era um pequeno fio com 1 mm de espessura, que era também o tamanho dos furos. Devem ficar 1 ou 2 mm de fora de cada lado, quando se insere no gonzo. Para prender o rebite basta apertar com um alicate de ambos os lados.

Com os componentes da pregadeira feitos, virei-me para a cravação da pedra. A pedra escolhida foi um cabochon de goldstone azul. É uma pedra sintética, feita através da suspensão de minerais em vidro num ambiente com pouco oxigénio, mas tem um brilho fantástico.

Fiz uma cravação em virola, com uma chapa de 0,3 mm com altura suficiente para cobrir apenas cerca de um milímetro acima do início de curvatura da pedra. Por dentro soldei um anel feito com fio de 0,8 mm para servir de base à pedra. já tinha feito cravação de virola assente sobre uma chapa mas nunca tinha usado fio como base. Poupa-se imenso metal e a parte de baixo da pedra fica muito mais exposta, com menos trabalho. Acho que vou passar a usar esta técnica de futuro para pedras resistentes. Pedras muito moles ou quebradiças podem necessitar de mais apoio atrás.

Foi necessário cortar o centro da peça e, com uma fresa de diamante, gastar o metal na zona do furo até a virola encaixar perfeitamente. Depois soldei a virola à base e na mesma altura soldei o click e o gonzo nas traseiras.

Antes do polimento escureci a peça com patina, neste caso sulfureto de potássio (também conhecido como fígado de enxofre). Ao polir, a prata recuperou muito do seu brilho mas a patina dá destaque ao entrançado das cordas e um tom mais cinzento a toda a peça, que combinam melhor com a pedra escura.

O polimento demorou cerca de 5 horas. É sempre uma das partes mais demoradas, mesmo em peças simples. Depois de polir foi altura de cravar a pedra e fixar o pé. Como não era possível martelar a cavilha para formar o rebite, o fio que prende o pé ao gonzo foi apertado com um alicate para esmagar as pontas, formando uma cabeça de prego de cada lado.

Como é costume nestas coisas, quando achava que estava tudo pronto, o pé partiu. Não sei se o metal estava demasiado duro e o rebite demasiado apertado ou se foi uma falha do metal. Só sei que tive de gastar o rebite para soltar o pé, soldar, voltar a polir e colocar novo rebite. Pelo menos aprendi a reparar uma pregadeira partida 🙂

Apesar de ter sido feita por mim, esta peça é propriedade do atelier de joalharia, que forneceu todos os materiais utilizados. O objectivo é expor esta e outras peças dos restantes alunos com o tema dos monumentos portugueses, em eventos como a Portojóia. É uma forma de mostrar o trabalho desenvolvido pelos alunos do atelier. Há quem faça um duplicado para si, mas sinceramente eu estou mais interessada em aprender as técnicas do que ficar com todas as peças que produzo. E não há dúvida que uma peça desta complexidade técnica ensina muito.

English:

My jewellery classes are going well. It’s a shame that they’re only 4 hours a week because it takes so long to finish each piece at this pace, but I enjoy being there. here’s a great atmosphere and it’s good for me to interact with other adult humans once in a while, especially with people who share the same interests. Being at the jewellery studio is so different than being in a regular school because no one feels they’re forced to be there. Sometimes it’s frustrating, when things go wrong with the work or you need to do more repetitive tasks, but the overall complaint level is surprisingly low. Our teacher is greatly responsible for this positive atmosphere because he’s a very good humoured person who makes a great effort to keep people motivated.

I finally finished the second piece in the course. This time it’s a pin, or brooch, with a theme selected by the teacher: Portuguese Monuments. I chose the Convent of Christ in Tomar. It was built over a long period of time so it has elements from several different styles, from Romanesque, Gothic, Manueline (Portugal’s late gothic style, known for it’s stone knotwork) and into the Renaissance period.

At first I was going to base the design on a spiral staircase but opted for a window instead. Not the famous Manueline window, which for me would have been way too obvious and make the piece a little too busy, but a smaller, round window above it, that reminded me of a camera shutter mechanism and also followed the spiral pattern similar to the staircase I had chosen initially.

I didn’t want to make it too obvious so I used the photograph’s perspective distortion to make an oval rather than round piece, with the window’s opening, where the stone would sit, placed off center.

Once the design was set, I used a jeweller’s saw to cut all the parts out of 0,5 mm sterling silver sheet. The plan was to solder the edge of each one on top of the previous, like steps. I drew numbers on all the parts with a needle, so I wouldn’t mess up the order they should be assembled in. An obvious step but one that we sometimes forget by trying to rush ahead.

All the spiral parts were domed in a dapping cube (by hammering the dapping punch over the metal until it conforms to the curve) and then I assembled the shape over plasticine until I was happy with the overlap. This is a great technique to secure all the bits in place when you have an intricate design like this one.

It’s really difficult to solder a piece of this complexity bit by bit and make everything line up correctly, so I poured plaster over all the pieces assembled in the plasticine. This keeps everything in place.

Once the plaster dried, I removed it from the plasticine, and the metal remained attached to the plaster, allowing me to solder while keeping all the metal parts in place. I soldered all the tips together. I could solder everything at once, but if I did that there was no room for error, and being a newbie still, it was safer to solder the tips and then make sure everything else was still in place before running the solder over all the joints.

Once the parts were all attached to each other I removed the plaster. I broke off the larger pieces and then placed the rest in a container full of water to help remove the rest. The plaster show go in the trash. Don’t poor it down the drain because it can clog up your pipes.

After soldering all the “steps” in the spiral, it was time to make the walls. The walls add height to a piece and make it solid and finished instead of a flimsy piece of sheet metal. It’s particularly important for brooches and pendants because it makes them stand up from the body or clothing.

Walls don’t need to be very thick, but this was a large piece so I settled on 1 mm thickness. I made 2 mm square wire in the rolling mill and the squashed it until it was 1 mm thick. I could have made it all one piece but I wanted the corners in each plate to stand out so I cut portions as I went, curved and filed them to fit the plate.

Soldering the walls wasn’t easy. I had to stabilise a thin strip over the very edge of a curved shape and it kept slipping out of place.

It was a long and frustrating process. I used a pumice pan to support the piece and tied the wall with iron binding wire but it would still move around. The best option was to hold the wall with third hand tweezers but even then it would slip out of place at the worst possible time, making it really hard to get back into place. It took forever!

It was also difficult to make the walls conform perfectly to the curve: each part of the spiral had a slightly different curvature and I had to make sure there were no gaps. It turns out I wasn’t using enough solder, but even still, it was quite a headache getting everything to fit properly. Solder should never be used to plug gaps anyway because it will move the next time you heat the piece and the gap will should up again.

The other problem I faced was the fact that this was my first large piece and it took forever to heat up enough for the solder to flow. I covered previous joints with white correction fluid but the solder would still move on occasion or it wouldn’t run in the direction I wanted it to.

When I managed to solder everything into place I had to do a bit of cleanup by filing the edges where the curved sheet metal connects with the wall, to round up the shape and make it all fit together. This was done now because I still had to solder other elements on top of the shape.

The next step was twisting two 0,7 mm wires together to make “rope”, a typical element of Manueline architecture. I had done this sort of thing before but I’d used industrially made wire that was already annealed. This time I had to use a drawplate to get my wire to the desired thickness and it’s not easy to uniformly anneal wire with a torch. Some bits will usually get softer than others, which makes it hard to twist the wires evenly.

To solve this issue, my teacher heated the metal with a torch as I was twisting the wire, whenever we felt that a section wasn’t cooperating. It can be done by a single person but you have to play close attention to the process and where you point the torch so as not to risk melting the wire or burning something.

I cut all the “rope” sections, soldered one end to the brooch and then molded it along the curved edge before soldering the other end. Once again, keeping the twisted wires in place wasn’t easy but much simpler than the walls. The hardest part was heating the whole piece without melting the twisted wires. To prevent such a disaster I heated from underneath.

The body of the brooch was completed so I focused on the construction of the pin mechanism. The pin is made up of three components:

1. The catch – in this case it’s made from a long strip curled into a spiral. It’s what keeps the brooch closed.

To make the catch I used a 4×17 mm strip of 0,5 sterling silver. At 2mm from one end I bent it to form an L shape. The shorter end was soldered onto the back of the brooch and the longer end (15 mm long) was then curled into a spiral.

2. The pin stem – a long wire with one sharp end and a flat end with a hole in the middle (top of the picture above). The flat end is attached to the joint by a rivet and the sharp end goes through the clothing to keep it in place.

I made the pin out of 1 mm wire. It can be made out of thicker wire but the thicker it is, the more likely it can damage the clothes.

The flat end can be achieved by hammering and then drilling a hole though it or you can solder a small square of silver sheet and round the corners. I chose to hammer the wire. This flat area will need to be drilled but only after the joint has been soldered into place.

The length of the pin depends on how far apart the catch and the joint are placed. I made it longer than I needed to make sure there would be enough to go through the catch. Only after everything was in place did I cut it to size and file the sharp end.

3. The joint – a U-shaped hinge that connects to the pin stem.

I bent a 16×5 mm strip of 0,5 mm sterling silver sheet in half, leaving enough room in the middle so the pin stem could slot into it. The U shape is soldered on its side, with the closed portion facing the catch. I cut one side of the U shape according to the design in the photo (front and back). Drilled a hole in the middle of the round area and soldered it onto the brooch, opposite the catch. Then I inserted the pin stem, checked the shape and marked where I should drill the hole so it would line up with the one on the joint. Only then did I drill the hole in the pin stem.

I attached the pin with a rivet. The rivet was made out of a small portion of 1 mm wire (the same size as the hole). There should be 1 or 2 mm of wire sticking out of each end when inserted. To close it I simply squeezed it with pliers.

This part is done only at the very end, after all the soldering and polishing is done.

Finally I worked on the stone setting. I used a round blue goldstone cabochon. I made a bezel out of 0,3 mm sterling silver sheet, only tall enough to reach about 1 mm beyond the part of the stone that starts to curve inward.

I soldered a jump ring inside the bezel, at the base, to support the stone. This uses less metal than a backplate and allows light to shine through. If the stone isn’t too fragile it’s a good option.

In order to accommodate the bezel, I had to cut out a hole in the brooch. I used a diamond burr to open the orifice until the bezel fit perfectly. I soldered the bezel into the brooch first and then added the catch and joint to the back.

Before polishing, I used Liver of Sulfur to oxidize the piece. When I polished, the silver regained it’s shine but the recessed areas remained dark, adding depth to the design. I think it also matches the dark stone as well.

Polishing took about 5 hours, mostly because I’m not that experienced at it yet. It is always time consuming, though, even for more experienced people.

After polishing I set the stone and finally added the pin stem, which broke. I don’t know if it was too hardened or too tight, but it didn’t make it. When something goes wrong it’s usually at the very end. Fortunately, it was an easy fix. I filed the rivet head on one side so I could remove it, made a new pin stem, polished it and attached it with a new rivet. At least I learned how to fix a broken pin.

Even though I made this piece, it belongs to the jewellery studio and was made with materials supplied by my teacher. Every two years the students make an exhibit piece that remains in the studio for show. Each collection has a theme and will be shown in several venues over the next couple of years in representation of the school. Some students make a duplicate for themselves but i’m more interested in learning the techniques than keeping everything I make, so I didn’t. I did learn a lot, though.

 

Ferramentas e materiais para bijutaria em arame ““ parte 3

Outras ferramentas úteis

Um dos elementos mais básicos na bijutaria são as argolas. Podemos comprar argolas feitas mas também podemos fazer as nossas, já que isso nos permite maior flexibilidade nos tamanhos e grossura de arame disponà­veis e também nos dá a certeza de não se acabar o material a meio do projecto, uma vez que podemos sempre fazer mais.

Podemos fazer argolas com o alicate de pontas redondas, mas se precisarmos de muitas de uma vez e quisermos ter a certeza que ficam todas com o mesmo tamanho, o ideal é usar uma adrasta para enrolar o arame. As espirais que se formam com este método, são depois serradas para formar argolas individuais.

coil_makerNão é preciso investir numa ferramenta cara. Em muitos casos, algo como uma agulha de tricot com o diâmetro certo serve perfeitamente. No entanto, se fazer argolas for uma tarefa muito frequente, como no caso de pessoas que se especializam em peças de cota de malha, uma ferramenta especà­fica para enrolar espirais de arame, como o coil bead maker (à€ esquerda na foto), reduz bastante o esforço necessário. Enquanto que para enrolar as argolas numa simples agulha de tricot precisamos de exercer alguma força para impedir que a espiral alargue, esta ferramenta tem uma alavanca que, ao rodar, estica enrola o arame sem ser necessária tanta força fà­sica.

tricotPara além de serem óptimos moldes para fazer espirais, as agulhas de tricot também servem para o seu propósito original – tricotar – só que com arame.

Utilizando arame fino – 0,2 ou 0,3mm – podemos elaborar peças usando os mesmos pontos do tricot tradicional, tendo apenas o cuidado de formar cada laçada com o tamanho certo. Podemos também juntar fio de crochet ou lã juntamente com o arame para dar cor e textura, e adicionar contas ou misturar arames de cores diferentes.

A par do tricot, também é possível fazer crochet com arame. As agulhas podem ser finas ou grossas mas tanto as de tricot como as de crochet devem ser de metal. As de plástico ou madeira são muito moles e ficam facilmente estragadas quando usadas com arame.

adrasta_aneisPara fazer anéis precisamos de um objecto cilà­ndrico com a grossura do dedo para formar a base do anel. Este objecto pode ser qualquer coisa, desde a pega de um utensà­lio de cozinha a um marcador grosso. Porém, quem prefere utilizar a ferramenta apropriada para o efeito, pode adquirir uma adrasta de anéis, que se vê no topo da foto ao lado. É um cone metálico que permite formar anéis mais grossos ou finos, variando a zona onde se molda o metal.

Também existem adrastas com outras formas – quadradas, ovais, triangulares, etc. – e adrastas para pulseiras, com um diâmetro maior.

O objecto do meio serve para medir anéis já formados. Não serve para formar aneis porque a zona dos números é plana e causaria deformação no anel. É uma ferramenta útil para descobrir que medida de anel uma pessoa usa através da medição de um anel que já tenha, mas não é necessária para o artesão comum. A aneleira é outra ferramenta de medida para anéis com o objectivo inverso: consiste num conjunto de anéis de tamanhos graduados e serve para medir o próprio dedo para determinar o tamanho do anel a executar.

bigornaA forja é uma técnica de trabalho de metal que consiste em martelar o metal em cima de uma superfà­cie rà­gida, como o aço. Há quem use apenas uma chapa de aço com cerca de 1 a 2 cm de altura mas o tradicional é a bigorna. Ao lado vemos uma versão pequena de uma bigorna, ideal para trabalhar argolas e outras pequenas peças de bijutaria. O metal, ao ser martelado torna-se mais duro e por isso tem mais tendência a manter a forma que lhe demos.A ferramenta mais abaixo na foto chama-se um paquà­metro e serve para medir a espessura da chapa metálica, tamanho das contas, espessura do arame, etc. Recomendo a versão moderna digital que é extremamente precisa.

Ao usar um martelo de metal vamos achatar o arame, uma técnica que permite dar mais interesse à s peças pelas diferenças na espessura ao longo do arame. Alguns martelos têm um lado direito e ou lado curvo, como uma bola, que permite dar textura ao metel. Se quisermos fortalecer um componente sem o deformar devemos utilizar um martelo de nylon (à  esquerda na imagem) ou de cabedal (mais tradicional).

serrasNa foto do lado vemos dois exemplos de serras de joalheiro ajustáveis, que utilizam umas serras muito finais ideais para cortar arame e placas metálicas sem criar um espaço muito grande entre as duas pontas a serrar. Esta serra é ideal para cortar espirais de argolas, sendo mais rápida e eficiente do que o alicate de corte a criar um grande número de argolas de uma vez. A serra deve ser lubrificada com óleo ou cera para não agarrar ao metal (porque poderia partir) nem aquecer demasiado

à€ direita das serras vemos 3 limas, utilizadas para retirar os bicos das pontas do arame e marcas dos alicates. Tal como a lixa, as existem limas com um grão mais grosso que permitem retirar mais metal de uma só vez ou mais finas para os acabamentos. Os arames coloridos ou banhados a prata ou ouro não podem ser limados porque a cor é apenas uma camada superficial que é arrancada com este processo.

tumblerO tambor rotativo (tumbler) ilustrado na foto ao lado, foi criado para polimento de pedras mas também é muito utilizado em bijutaria para endurecer o metal dos componentes que requerem alguma resistência, como por exemplo os anzóis de brincos, e também para limpar e polir as peças terminadas.

O funcionamento desta ferramenta consiste em colocar dentro do tambor a peça que queremos limpar ou endurecer, juntamente com pequenos pedaços de aço de diversos formatos que, com a rotação do tambor chegam a todos os recantos da peça, permitindo um acabamento mais perfeito. Se não quisermos endurecer o metal mas apenas limpá-lo, as bolinhas de aço podem ser  substituà­das por arroz cru e seco. Estes fragmentos vão friccionando a peça através da rotação do tambor e procedem assim à  limpeza ou endurecimento.
O processo pode ser feito a seco (no caso do arroz) ou adicionando água e sabão ou outro pó de limpeza quando se utilizam as bolinhas de aço.

É preciso cuidado no que diz respeito ao tipo de peças que se podem colocar no tambor rotativo. Pérolas, turquesa e outras pedras moles, ficam danificadas com este processo e não podem ser limpas aqui. O mesmo acontece com contas de vidro que tenham uma camada colorida superficial ou no interior já que essa camada será arrancada juntamente com a sujidade da peça. Os arames com banho de prata ou ouro são geralmente seguros desde que a camada não seja demasiado fina. Este método é particularmente eficaz para limpeza de correntes e outros objectos com recantos onde é difà­cil chegar manualmente.

torchPor fim temos as ferramentas necessárias para soldar, que podem ser vistas na foto do lado.

Aqui começamos já a entrar no domà­nio da joalharia mas a soldadura pode ser necessária em alguns casos, mesmo em bijutaria.

Antes de começar, convém obter bastante informação sobre o assunto ou até mesmo ter umas aulas. É importante compreender as normas de segurança uma vez que estamos a trabalhar com fogo e metal que chega a atingir os 800 graus, o que pode causar graves queimaduras. Para além disso, a soldadura requer alguma experiência porque o ponto de fusão da solda e da chapa ou fio é um intervalo muito pequeno que ocorre em poucos segundos. É boa ideia fazer algumas experiências com pequenos restos de metal antes de tentar soldar uma peça que já deu horas ou dias de trabalho.


 

Necessitamos primeiro de um maçarico. O da imagem é pequeno e semelhante aos utilizados para culinária. Para não pegar fogo à  mesa, é também necessária uma base que dissipe o calor, como por exemplo um azulejo ou tijolo refractário. A soldadura requer obviamente solda, que pode ser em pasta, em fita ou em chapa e um fluxo de soldar, ou seja, um là­quido que ajuda a solda a fluir e que em português se chama “tincal“. Existe tincal là­quido (frasco amarelo), em pó (frasco branco) ou sólido. O tincal também serve para proteger o metal da oxidação, especialmente na zona da soldadura, uma vez que a solda só corre se o metal estiver bem limpo. É aplicado com pincel ou por imersão da peça. Quando ferver tem tendência a desalojar os palhões de solda pelo que, em trabalhos delicados, prefiro usar a solda em pasta (a seringa da imagem).

Quando mexemos nos quà­micos convém usar luvas para proteger a pele das mãos e também é conveniente usar uma máscara e trabalhar num ambiente ventilado devido aos gases de combustão que são produzidos pelo maçarico.

Na imagem vemos também um tijolo de carvão que se usa como base para soldar. Ao contrário do material refractário que dissipa o calor, o carvão concentra-o, aquecendo a peça mais rapidamente. Também é útil para soldar pequenas peças em que a chama directa faria derreter o metal rapidamente. Apontando a chama para o carvão, criando assim um calor indirecto, permite soldar fios muito finos e outras peças delicadas.

Parte 1 deste tutorial.

Parte 2 deste tutorial.

 

Brincos Cacho: ametista, citrino, quartzo azul – Cluster Earrings: amethyst, citrine, blue quartz

Brincos de prata com gotas facetadas de quartzo citrino suspensas por um cacho de pequenas contas facetadas de citrino, granada, cornalina e turmalina em tons de amarelo, laranja e castanho. As gotas de citrino medem 12x12mm e o comprimento total dos brincos é 4,5 cm.

Brincos de prata com gotas de ametista rosa suspensas de cacho composto por pequenas contas facetadas de ametista rosa, granada e turmalina em tons de rosa e roxo. As gotas de ametista medem 6x12mm e o comprimento total dos brincos é 4,5cm.

Brincos de prata com gotas de quartzo azul céu suspenso por um cacho de contas facetadas de peridoto, água-marinha, turmalina, ametista rosa e apatite. As gotas de quartzo azul céu medem 12x16mm e foram produzidas em laboratório (pedra sintética). Todas as outras pedras são naturais. Os brincos medem 6,3cm de altura total.

Pode encomendar estas e outras das minhas peças de bijutaria artesanal a partir da loja ou pedir informações preenchendo o formulário de contacto. –

Silver earrings with faceted citrine drops hang from a cluster of small faceted rondelle beads (citrine, garnet, canelian and tourmaline) in shades of yellow, orange and brown. The handmade hooks and headpins are sterling silver. The citrine quartz drops measure 12×12 mm and the full earring measured 4.5 cm from top to bottom (1.77 inches).

Silver earrings with faceted pink amethyst drops hang from a cluster of small faceted rondelle beads (pink amethyst, garnet and tourmaline) in shades of pink and purple. The amethyst drops measure 6×12 mm and the full earring measures 4.5 cm from top to bottom (1.77 inches).

Silver earrings with sky blue quartz drops hanging from a cluster of small faceted rondelle gemstones (peridot, aquamarine, tourmaline, pink amethyst and apatite). The sky blue drops are lab grown and measure 12x16mm. All other beads are natural. The earrings measure 6.3 cm in height (2.48 inches) from top to bottom.

These and other items available at my shop.

Brincos gota: turquesa, quartzo azul céu, citrino, ametista – Teardrop Earrings: turquoise, sky-blue quartz, citrine, amethyst

Brincos de prata com gota de turquesa. A gota mede 12x16mm

Brincos de prata com gota de quartzo azul céu. A gota mede 12x15mm

Brincos de prata com gota de quartzo citrino. A gota mede 10×9,5mm

Brincos de prata com gota de ametista. A gota mede 12x8mm

Pode encomendar a partir da loja ou pedir informações preenchendo o formulário de contacto. –

Silver earrings with turquoise drop. Drop measures 12x16mm.

Silver earrings with sky-blue quartz drop. Drop measures 12x15mm.

Silver earrings with citrine quartz drop. Drop measures 10×9,5mm.

Brincos de prata com gota de ametista. A gota mede 12x8mm

Silver earrings with amethyst drop. Drop measures 12x8mm.

These and other handcrafted items available at my shop.

Brincos Post: citrino, água marinha e ametista – Post Earrings: citrine, aquamarine and amethyst

Brincos de prata com contas de quartzo citrino. A gota do pendente mede 8mm.

Brincos de prata com contas de água marinha. A gota do pendente mede 6,5mm.
(Só por encomenda)

Brincos de prata com contas de ametista. A gota do pendente mede 10x7mm.

Pode encomendar pela loja ou pedir informações preenchendo o formulário de contacto. –

Silver post earrings with citrine quartz beads. Drop measures 8mm.

Silver post earrings with aquamarine beads. Drop measures 6,5mm.
(Made by request)

Silver post earrings with amethyst beads. Drop measures 10x7mm.

These and other handmade items are available through my shop.