Ao fim de quase 4 anos de joalharia, achei que estava na altura de ter uma bancada de joalheiro decente, especialmente porque quando acabar o curso vou deixar de ter acesso ao atelier e preciso do meu espaço o mais profissional possível.
Infelizmente é um grande investimento e por isso tenho vindo a adiar a coisa a favor de ferramentas mais urgentes, enquanto continuava a trabalhar numa cómoda alterada.
Estava a fazer contas para ver quanto é que tinha de poupar daqui até aos meus anos, quando o Pedro sugeriu que eu procurasse uma em segunda mão. Disse-lhe que já tinha andado a ver e, não só o preço não era assim tão mais baixo como depois tinha que a ir buscar ao norte (onde fica a maioria das fábricas de ourivesaria).
Em vez da resposta esperada ele disse “E então? Vamos lá buscar. Já passo tanto tempo em viagens que seis horas de carro não é nada.”
Com um empurrão destes era difàcil de resistir. Encontrei uma bancada usada a um preço aceitável, velhinha mas que não parecia estar a cair, contactei o dono e combinámos o encontro.
No domingo deixámos os miúdos com os meus pais e lá fomos nós até Gondomar. Três horas depois demos com o sítio, esperámos à porta que o senhor chegasse de uma festa de anos, e lá fomos ver a coisa.
Fiquei a saber que o senhor tinha comprado uma casa com um anexo nas traseiras onde funcionava uma oficina de ourivesaria que entretanto faliu. Os ourives levaram quase tudo mas deixaram duas bancadas de madeira completamente a cair e aquela, que estava usada, suja e um bocado ferrugenta mas usável.
O senhor ajudou o Pedro a carregar a bancada (que era de ferro e por isso mais pesada do que parecia) por um caminho que incluiu passar por cima de umas tábuas e descer umas escadas àngremes. Metemos aquilo no carro, com a certeza que levávamos umas quantas aranhas de Gondomar de volta connosco, e lá fizemos mais três horas de caminho para casa.
De facto, fazer isto de seguida, apesar das estradas serem boas, não é assim tão agradável. Mas pronto, também não é todos os dias.
Quando cheguei a casa reparei que o vendedor tinha deixado uma série de coisas na gaveta de cima e descobri, no meio de muito lixo, uns cadernos com apontamentos sobre as medalhas que eles produziam, uma caixinha com os moldes de algumas dessas medalhas, umas serras em bom estado e um conjunto de limas ferrugentas mas que espero conseguir recuperar.
Passei um dia a limpar aquilo o melhor que pude e ainda falta tirar a ferrugem, pintar e eventualmente mudar os puxadores das gavetas para dar um ar mais simpático à bancada. Estou desejosa de a começar a usar mas sei que se não perco um bocadinho a pà´-la em condições arrisco-me a que se deteriore mais, o que era uma pena depois deste trabalho todo.
Trip to Gondomar – buying an old jeweller’s bench
After studying jewellery for 4 years I felt it was time to get a proper jeweller’s bench. Unfortunately it’s not the cheapest piece of furniture, which is why I’d been delaying its purchase for so long.
The second hand benches I found online were either in a terrible state or not that much cheaper than a new one. On top of that, the jewellery industry in Portugal is mainly in the northern area of the country so it would mean travelling a long way to get it.
I spoke to my husband about it and he wasn’t chocked about making the trip so I searched again and found one that looked recoverable and wasn’t too expensive.
It took us a day to get there and back but I’m now the proud owner of a proper jeweller’s bench. It just needs a little love and attention.