Gravidez

Consulta e noite no hospital

Na terça feira, a um dia das 37 semanas, fomos a mais uma consulta. Desta vez começámos com o CTG, que demora uma eternidade. O problema não é tanto o tempo mas o facto de para se conseguir apanhar os batimentos cardà­acos eu ter de ficar a segurar no foco, geralmente com a mão numa posição muito pouco natural, durante quase uma hora. No final já nem sentia os dedos de tão dormentes que ficaram.

Na consulta foi feita mais uma rápida ecografia para verificar que continua tudo ok e um exame para ver como está o colo do útero.

Tal como esperávamos, o Dr Saraiva também vai sair do HGO e dia 30 era mesmo o último dia do seu contrato. Disse-nos porém que ainda iria fazer duas urgencias, a dia 7 e dia 14 e que podiamos agendar a cesariana para um desses dias. Ficou decidido então para dia 14, para dar mais duas semanas à  Joaninha para engordar e eu vou tentar conter a ansiedade o melhor que puder. Dia 14 calha precisamente nas 39 semanas, uma data de que eu nunca mais queria ouvir falar, mas também não vale a pena estar a ser supersticiosa por causa de algo que muito dificilmente se voltaria a repetir.

No dia seguinte, porém, quando fui buscar o Tiago à  escola aconteceram duas coisas que não gosatei nada. A primeira foi ser parada na rua por um tipo que nunca viu antes cuja única pergunta que me fez foi se o Tiago andava no infantário X. Fui tão apanhada de surpresa que nem cheguei a ter tempo de ter a minha reacção natural de protecção. Em vez de dizer ‘o que é que isso lhe interessa’ ou algo do estilo, tive a minha primeira reacção a tudo que é dizer a verdade – começo a perceber como isso à s vezes pode ser mau – disse ‘não’ fiquei a olhar para o homem com um ar suspeito à  espera de mais qualquer coisa tmas a única resposta que deu foi ‘ah, era só para perguntar’ o que finalmente levantou o meu radar. Só que por essa altura o Tiago já ia a correr sozinho pela rua fora e não tive hipotese a não ser ir atrás dele. Entretanto não voltei a cruzar-me com a mesma pessoa mas passei a andar um pouco mais alerta, apesar de achar que até é capaz de ter sido algo relativamente inocente como o tipo ter um filho ou irmão que ande na creche que ele mencionou. Enfim.

Quando cheguei a casa tive mais uma surpresa desagradável. Tinha uma mancha enorme nas calças e nem tinha dado por nada. Isto da gravidez tem a desagradável tendencia para uma certa incontinencia urinária no final, por causa da pressão da bexiga, e ainda pensei que pudesse ser isso mas na verdade não acreditei que fosse porque costuma ser só quando espirro, é só um bocadinho e isto era uma quantidade de là­quido equivalente à  palma de uma mão e não tinha qualquer cheiro. Resolvi esperar para ver e não aconteceu mais nada o resto do dia.

Ontem, fui novamente buscar o Tiago à  escola e quando o levantei para ele beber água da fonte achei que tinha sentido novamente perda de là­quido e decididamente não vinha da bexiga. Quando cheguei a casa tive a confirmação. Era menos do que no dia anterior mas estava lá. Depois de telefonemas para o Pedro e para a Enfermeira Tina, ficou decidido que o melhor era ir ao hospital para ter a certeza que estava tudo bem.

Eu estive sempre com a sensação que não era nada porque foi só um bocadinho, a Joana estava a mexer-se bem e dava para ouvir com o foco que a pulsação continuava a acelerar com os movimentos. Mas não vale a pena correr riscos, por isso deixámos o Tiago com os meus sogros e fomos ao Hospital. Entrei depressa para fazer o CTG que estava normal – mais uma vez a ter que segurar o foco o tempo todo – e depois voltei para a sala de espera até à  consulta. Essa foi a pior parte porque chega um ponto em que só queremos que nos digam qualquer coisa e ter de ficar ali 2 horas sem nada para fazer, sem comer nada desde as 4 da tarde e com menos 1 cêntimo do que custava uma garrafa de água na máquina, parecia uma tortura maior do que foi na realidade 🙂

Acho que devemos ter apanhado a hora de jantar dos médicos e terá sido isso que causou o atraso porque até nem estava muita gente à  espera. E o facto de me lembrar o que me levou ali da última vez também não ajudou, especialmente depois de ver uma senhora a chorar mais ou menos no sí­tio onde me sentei da outra vez. Há reacções que não conseguimos controlar. Mas pronto, desta vez estava tudo bem e o Pedro estava comigo, o que ajudou.

Eram quase 11 da noite, os meus sogros precisavam de dormir e o Tiago também. Liguei à  minha mãe para lhe pedir que trocasse com o Pedro mas precisamente nessa altura chamaram-me. A médica fez um exame ginecológico, pediu-me para tossir para ver se saia algum là­quido e concluiu que era apenas o rolhão mucoso que se deve ter soltado devido ao exame de quarta feira. Mesmo assim a médica foi fazer uma ecografia para confirmar que a quantidade de là­quido estava normal porque podia já tê-lo perdido todo sem dar por isso (era impossível em dois dias mas foi mesmo só para ter a certeza que verificavam tudo).

E pronto voltámos para casa, fomos buscar o Tiago, jantar e ver mais um episódio do Nip Tuck porque estava demasiado acordada para ir logo para a cama.

Hoje de manhã é que foi complicado acordar o Tiago que dormiu menos duas horas do que o costume e isso já costuma ser menos duas do que devia. Eu também fiquei um bocado cansada e acabei de voltar para a cama depois do pequeno almoço e dormi até ao meio dia. Há umas semanas atrás seria incapaz de tal coisa mas agora parece que não consigo manter os olhos abertos.

Quando acordei fui tratar de pagar as contas do mês e ainda tenho que organizar os papeis da contabilidade da Nitro para o segundo trimestre. Vamos ver se consigo concentrar-me o suficiente ou se tem de ficar para outro dia.

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1 Comment

  1. Té says:

    Ainda bem que está tudo bem contigo e com a bebé.
    Tenta descansar mais agora nesta fase final, não te esforçes muito.

    A minha bebé, a Marta, estava prevista para dia 11 de Julho/09, mas como optei por uma cesariana electiva nasceu às 39 semanas no dia 6.

    Essa do homem…que coisa estranha, ficámos logo a matutar!

    Bjinhos

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