Tiago

Tiago, 15 meses

Na sexta feira o Tiago foi à  inspecção médica no infantário. Vê-lo andar pelos corredores enquanto esperávamos lembrou-me que quando lá estivemos para o inscrever ele ainda não andava e agora já não faz outra coisa.

A aprendizagem continua a uma velocidade alucinante para quem vê de perto, enquanto que ao mesmo tempo parece que coisas que para os adultos são básicas demoram imenso tempo.

O Tiago já come com a colher, por exemplo, mas ainda com algumas falhas porque aplica demasiada força quando não é preciso ou morde a colher ao mesmo tempo que a puxa para fora da boca resultando numa grande porcaria.

Geralmente, como treino, dou-lhe uma colher para ele ir comendo o puré de fruta e vou dando e umas colheradas pelo outro lado. A papa não deixo porque fica mais papa no chão, roupa, cadeira e em mim do que na barriga dele. O peixe e a carne continua a comer sozinho e já mastiga muito bem por isso basta cortar em bocados pequenos e não é preciso picar. Só que como são coisas que não agarram à  colher as tentativas aà­ precisam de um pouco mais de ajuda porque é comum ele segurar a colher virada para baixo, por exemplo. Mas não posso ajudar muito porque o Tiago é muito independente e se começo a tentar virar a colher ou agarrar-lhe na não ele desiste. Quer fazer tudo sozinho.

A andar é a mesma coisa. Não gosta que lhe segure na mão. Quer ir sozinho. Mas já anda na rua sem problemas, e até na relva, algo que ele detestava há uma semana atrás. Fomos ao parque esta semana e ele fartou-se de andar na relva, em grande parte atrás dos patos que estavam a tentar dormir uma sesta à  sombra.

O mais interessante é que os livros dizem que depois de aprender a andar é que as crianças aprendem a agachar-se e com o Tiago foi ao contrário. Já se baixava e voltava a levantar dobrando os joelhos, para a apanhar coisas do chão, antes de andar. Também já atira a bola e apanha-a em movimento quando a atiramos para ele, já faz torres de cubos e copos da altura dele, já consegue por as peças do puzzle de madeira no sí­tio certo apesar de ainda não conseguir virá-las até encaixarem perfeitamente – fica frustrado muito depressa e desiste facilmente, acho que é porque ainda não percebe bem porque é que as formas não entram quando ele sabe que o sí­tio está correcto. Ou seja, a parte de reconhecimento das formas ainda não está aperfeiçoada mas já não deve faltar muito.

De resto, continua a gostar muito de livros. Agarra num livro e vem para o meu colo. Vai apontando para os vários objectos enquanto eu digo os nomes ou leio a história. É a melhor parte, neste momento. É bom saber que ele escolhe uma actividade para fazer comigo e que gosta de passar aquele bocado ao colinho enquanto ouve uma história.

Os lápis continuam a ser mais interessantes como comida do que como instrumentos de desenho e apesar de já fazer uns rabiscos não se parece interessar muito.

O nà­vel de dificuldade em termos de protecção anti-quedas vai aumentando, especialmente agora que ele já sobe para o sofá. Também sabe descer sozinho mas não se pode confiar porque à s vezes dá-lhe para se por em pé no sofá e pode cair dali abaixo. Por um lado ele anda mais independente e já vai para o quarto brincar sozinho o que em teoria me permitiria ter mais tempo livre mas na prática isso não funciona porque tenho de continuar a ir atrás dele para ter a certeza que não lhe dá para fazer qualquer coisa perigosa.

Por fim, passámos a ter de ir à  praia. Já não iamos há anos mas este ano tem de ser porque o Tiago adora. Quando descobriu a água ficou fascinado e nem quer saber se está fria. Chapinhar é que é.

Felizmente descobrimos uma praia com pouca gente. É preciso andar um bocado mas compensa. Se não fosse o vento ao final do dia, que é a hora que nos dá jeito, até iriamos mais vezes.

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