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Death Proof

Como estive a escrever sobre o Transformers e já não escrevia sobre filmes há algum tempo agora fiquei com vontade, por isso aqui vai outro post 🙂

Vi recentemente o Death Proof do Tarantino. Não posso dizer que os filmes do Tarantino sejam dos meus preferidos mas acho que valem sempre a pena ver. Acho que em termos de cinema ver um filme do Tarantino é experimentar algo a que não se consegue ficar indiferente. Pode não ser uma experiencia inteiramente agradável mas não se sabe isso até ser tarde demais.

Este filme não é excepção. Parece ser um filme sobre gajas e carros e até é, mas depois…

O inicio do filme é lento e parece consistir principalmente de grandes planos de rabos de gajas. Não acontece nada durante meia hora a não ser aqueles diálogos tipicamente Tarantino, que parecem uma conversa vulgar mas têm sempre algum pormenor estranho. E de repente explode tudo de forma altamente brutal e uma pessoa fica a olhar para aquilo sem saber se há de rir ou quê.

A segunda parte do filme  parece ser a repetição da primeira só que com novos personagens mas afinal não é bem assim e o final é fabuloso, algo inesperado e sem dúvida divertido, de forma muito sádica.

Não é possível falar sobre este filme em mais pormenor sem spoilers, que é algo que não gosto muito de fazer. Acho que é preciso conseguir achar piada a cenas de gore para gostar deste filme. Pessoalmente fartei-me de rir, mas não posso garantir que o filme cause o mesmo efeito noutras pessoas. Mas para quem sabe o que pode esperar do Tarantino, acho que vale a pena ver.

Agora, aquilo que me fez confusão e que está apenas indirectamente ligado com o filme é isto. No meio de uma conversa com outras pessoas que viram o filme alguém se referiu à  actriz Vanessa Ferlito, na cena em que ela dança para o Kurt Russel, como ‘aquela gaja gorda’ porque tinha um bocadinho de celulite e a barriga dobrava por cima dos calções quando se dobrava.

Isso chocou-me um bocado. Desde quando é que aquilo é uma mulher gorda? Como é que chegámos ao ponto em que um ou dois pedófilos atraà­dos por meninas pré-adolescentes consegue ganhar poder suficiente para influenciar toda a sociedade ocidental ao ponto de uma mulher com um corpo perfeitamente normal e até atraente passar a ser apelidada como ‘aquela gaja gorda’? Será que o mundo anda todo cego?

Faz-me ainda mais confusão porque tenho andado a ver filmes do James Bond dos anos 60 (com o Sean Connery, claro) em que as mulheres são todas redondinhas e eram as modelos da época, com curvas como é suposto. Como é que se muda tanto em tão pouco tempo e para algo tão falso? E será possível mudar de volta?

Não tarde nada vão tentar convencer-nos que os homens devem ter todos abdominais como os Espartanos do 300.

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4 Comments

  1. Dois pensamentos sobre as gajas gordas:
    1) tem piada que os homens dizem gostar delas elegantes e sem pedaço de banha, mas depois sempre gostam de umas carninhas para dar umas palmadas. Um dos muitos paradoxos de que os homens (e as mulheres) são feitos;

    2) estou convicto de que haverá volta. É como a moda. A boca-de-sino não voltou? Voltou. Os óculos de sol grandes não voltaram? Voltaram. Também assim teremos de volta as mulheres roliças e as púbis farfalhudas. É dar tempo.

  2. Grinch says:

    Sim! Mulheres roliças! Boas! Para eu me sentir uma top model. Que eu sinto-me uma top model na mesma, borrifando-me para as convenções. Acho que é tudo uma questão de aceitação e de adaptação da moda (não ando de top justo e curto com calças de cintura descaída, com a banhoca a sair pelos lados. Haja bom senso).

  3. Magellan_F says:

    “normal e até atraente” ??!??

    O comentário proferido por esse alguém, que a actriz Vanessa (Vanessa filha…psssstttt anda cá ao menino…fffuiiiififiiuuuu!!!!!!!!…….) é gorda, parece-me saído de uma boca frustrada ou de uma boca esfomeada!
    Minha cara “boca” a actriz Vani (linnddaaa….fffuiiiiffiiiuuuuu….anda cá…anda….) é não só uma actriz poderosa e com uma aura de culto, como mulher obviamente é um portento.

    -essa boquinha precisa urgentemente de alimento-

  4. Epá, de certeza que há um fan club da senhora num sítio qualquer onde te podes babar à vontade.

    De resto não é preciso partir para o insulto. Aquilo que descrevi não é um caso isolado mas uma reacção comum nos dias que correm. É efectivamente assim que a maioria das mulheres pensam independentemente de serem gordas, magras, casadas ou solteiras. É um reflexo da nossa cultura actual e isso é que é verdadeiramente triste.

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