Todos os artigos de Dee

Filmes – Movies

Há alguns dias vi o filme Stay e acho que demorei algum tempo a digerir tudo devidamente mas posso agora dizer que gostei bastante.

É um daqueles filmes que se gosta ou detesta dependendo do estado de espà­rito. Como não sabia nada sobre o filme (a melhor forma de ver filmes) nem tinha expectativas, surpreendeu-me. É estranho e por vezes parece não fazer sentido e passamos o filme todo à  espera de ver como é que acaba mas o final não é tão importante como o desenvolvimento do filme.
Percebe-se logo que vai ser um filme escuro e moody e gostei dos personagens, principalmente do principal, Henry Letham, interpretando por Ryan Gosling.

Também vi o Revolver há algum tempo e esse é mais difà­cil de definir se gostei ou não. Acho que é demasiado self-indulgent e apesar de ter algumas cenas muito boas, no geral é demasiado disperso. Só que ao contrário do Stay, tinha bastantes expectativas para este filme e pode ter prejudicado um bocado a visão do mesmo. Tudo porque o Lock, Stock And Two Smoking Barrels é um dos meus filmes preferidos de sempre e acho que um tipo que fez um filme assim podia fazer melhor.

Pelo menos o Shyamalan tem sido consistente e o Signs e o The Village foram dos filmes que me deram mais gozo ver nos últimos anos. Espero ansiosamente pelo Lady in the Water que nunca mais sai.

Quarta feira

Acabei de ser cortada à s tiras pela Buffy que estava em cima da minha mesa a dar patadas no ponteiro do rato no ecran e depois se assustou com o meu caderno que tem uma capa de pelo cor de rosa e começou a dar patadas furiosas, daquelas em velocidade relâmpago. Não sei que animal ela pensou que isto fosse mas depois das patadas começou a moreder, e como a capa começava a ficar em mau estado peguei-lhe. Não podia ter cometido um erro maior. Fiquei com umas avenidas cravadas em ambas as mãos. Mais perigoso que um gato agressivo só mesmo um gato assustado. Oh well. Mais umas cicatrizes para a colecção.

Passei a tarde a morrer de sono, mas como as obras continuam nem me pude deitar cinco minutos a ver se passava. Estive então a encher bonecos e a ver o Pirates of the Caribean (em preparação para o segundo).

A Buffy entretanto já se começa a habituar a ir ter comigo à  sala em vez de ter de estar sempre a ir buscá-la. O Pedro acha que eu devia deixar as gatinhas em paz em vez de estar sempre a ir caçá-las, mas como elas só são pequeninas durante uns miseros meses, tenho de aproveitar enquanto posso.

Terça feira

Ontem acabei finalmente a aranha. Acho que ficou com um ar verdadeiramente malévolo, o que tanto pode atrair como repelir algumas pessoas. Mas é assim mesmo. Agora vou começar a fazer a abelha.

Fui almoçar com o meu pai que está de férias e estava um calor brutal no restaurante. Acho que vou hibernar e só volto a sair de casa em Dezembro.

Recebi hoje o primeiro email negativo em relação à  loja de uma senhora que se queixou de que estava tudo mais caro do que nas lojas. Respondi a explicar que os preços incluem as despesas de envio, custo que as lojas não têm. Essa informação está escrita por todo o lado mas que nem toda a gente repara, motivo que me fez pensar muito antes de tomar a decisão de incluir o envio nos preços. Pareceu-me lógico porque as pessoas assim evitam surpresas desagradáveis no final mas também pode desencorajar logo à  partida.
Ainda por cima eu só envio coisas por correio registado porque não confio nos CTT e preciso de uma segurança que as coisas chegam mesmo ao seu destino, o que aumenta um bocado esse custo.

De tarde estive a trabalhar numa newsletter para a loja mas não fiquei muito convencida com o resultado. Pode ser que amanhã corra melhor.

Ultimamente ando outra vez em fase criativa em relação à s músicas. No fim de semana foi uma chamada Growing up e hoje foi outra chamada Dragon Lady. Nenhuma está terminada mas estão o suficiente para permitir gravar uma demo preliminar para me habituar à  música e limar arestas. A primeira foi em conjunto com o Pedro na nossa tentativa de substituir o piano pela guitarra nalgumas músicas. A segunda foi graças à  primeira: como já tinha escrito uma parte de piano para o verso da outra música que acabei por não usar, fiz uma pequena transposição para outra escala e usei para a segunda. Nada se desperdiça 🙂

O que tem piada é que apesar do principio das duas músicas ter partido da mesma base, são completamente diferentes. No fundo podem-se escrever 200 músicas com os mesmos 3 acordes. O que me lembra uma t-shirt muito gira com 3 acordes para guitarra e a frase ‘now go start a band’.

Segunda feira

O dia começou cedo. Acordei, ou forcei-me a acordar, de um sonho muito desagradável, como de costume. Foi o suficiente para sentir que ia ficar nervosa o dia todo. Para combater isso resolvi passar ao ataque e tratar de tudo o que pude antes das onze da manhã. Tive de sair 3 vezes, primeiro porque fui aos correios e voltei carregada de embalagens e depois porque me esqueci de fechar o envelope da Blue Planet com fita cola e tive de voltar a casa para o fazer, mas consegui tratar de tudo relativamante depressa.

Depois estive a corrigir mais umas traduções da loja, que ainda não estavam bem. Os emails de confirmação das encomendas ainda tinham partes em inglês porque a tradução está espalhada por milhares de templates diferentes em directorias diferentes. E este é o software mais user-friendly que encontrei. Mentira – encontrei um muito mais simples mas depois não funcionava bem.

As gatinhas estão enormes e não consigo parar de lhes tirar fotos. A Buffy já vem para o colo mas a Nikita não. Gosta de festas e farta-se de ronronar mas não gosta de colo nem de ser agarrada. Mas a Scully não vinha para o colo e agora não consigo parar de tirar pelo branco da camisola, por isso é capaz de ser só uma questão de tempo. Quando estiver grande e perceber que nos pode cortar à s tiras perde o medo.

O que me faz confusão é que as duas pequeninas comem mais do que os três gatos adultos. Estão sempre com fome!
Aparecem cada vez que se abre o frigorifico e uma hora depois de comer já são capazes de se por a miar por mais. Espero que seja só uma coisa de crescimento, porque senão estamos lixados.
As obras continuam e o que me irrita mais neste momento é que os tipos devem ser todos analfabetos e não distinguem esquerdo de direito – passam a vida a tocar para a minha campainha como se o mundo fosse acabar. Quando é à s 4 da tarde menos mal, mas à s 9 da manhã estão a arriscar-se a levar com uma frigideira na tromba quando finalmente aparecem cá em cima.

Eu ignoro a campainha mas a inteligência desta gente parece ser demasiado escassa. Acho que é desta que pinto uns simbolos satânicos na porta do lado.

à€ hora de almoço voltaram a tocar à  campainha e passei-me. Fui lá gritar com os gajos para pararem de tocar para aqui e espero que a mensagem passe. Mais que isto só se começar a electrificar o botão.

Dobradiças

Hoje é o dia em que as dobradiças começam a ranger.

Dois dias por ano, um no verão e um no inverno, as dobradiças das portas todas cá de casa começam a ranger ao mesmo tempo. É um fenómeno curioso e que não deixa de me surpreender. Como é possível começar nas portas todas no mesmo dia? Será que combinam durante a noite?

A verdade é que hoje de manhã levantei-me para ir à  casa de banho e apanhei com um concerto desconcertante. Estava a tentar sair do quarto silenciosamente para não acordar o Pedro e fui cobardemente traà­da. A porta do quarto gemia ao fechar enquanto a da casa de banho rosnava ao abrir. É que não é um ligeiro ‘creek’, é um ruà­do choroso que  parece nunca mais acabar.

Malditas portas.

O porco e a aranha

As obras recomeçaram à s 9 da manhã, como era esperado. Estranhamente acho que me estou a habituar. Já consegui passar a tarde sem querer arrancar o cabelo e até consegui trabalhar. Em princà­pio acabei o trabalho de design que tenho andado a fazer (salvo bug imprevisà­vel) e dei as minhas voltas do costume pelo banco e correio.

Ontem acabei o porco que falta apenas fotografar e comecei a fazer uma aranha. Coloquei online uma foto do projecto:

Aranha

Falei com o meu irmão que me deu o contacto de uma loja que pode estar interessada em colocar os meus bonecos à  venda. Vamos ver como corre.

A tortura continua

Passei grande parte da manhã na sala, com os headphones nos ouvidos, a fazer bonecos mas é impossível abafar o som. Parece que me estão a partir a casa quando estão apenas a partir a casa do lado. Felizmente tenho uma série completa de Gilmore Girls para me distrair enquanto não sou obrigada a estar ao computador.

O pior é que são uma carrada de gajos e estão em todo o lado ao mesmo tempo – na cozinha, nas casas de banho, no hall…

As gatas estão em pânico constante e começaram a esconder-se outra vez e tenho que passar algum tempo com elas de vez em quando para as tentar acalmar. Isto para gatos do campo, habituados ao som dos pessarinhos deve ser um pesadelo.

Por volta da uma da tarde faltou a luz. Foi mau mas ao mesmo tempo pensei ‘porreiro’, pelo menos assim acaba-se o barulho. Mas estava enganada. Se não podem prosseguir com ferramentas eléctricas podem partir a casa com um martelo gigante, por isso está tudo na mesma. Pouco tempo depois de me aperceber disso voltou a luz e em três segundos já estavam a brocar em harmonia com o tal martelo gigante.

A minha única alegria foi o facto de ter faltado a luz exactamente no momento em que os tipos voltavam do almoço o que fez com que tivessem de subir oito andares a pé. É uma pequena vitória mas por agora vai ter de chegar.

Odeio vizinhos

Quando nos mudámos, há uns 3 anos, tinhamos como vizinhos um dos tipos dos Da Weazel e respectiva namorada que passava os dias em casa a ouvir música o mais alto que conseguia. Pouco tempo depois mudaram-se e a casa ficou vazia desde então.

O ano passado, como o dono da casa não pagava o empréstimo, o banco apropriou-se da mesma e fez obras para a vender. Foram meses de barulho para um resultado nojento, com uns azulejos horrà­veis até meio das paredes do hall (aquilo que se vê da escada).

Entretanto a casa foi finalmente comprada há um mês ou dois por um casal de meia idade que aparentemente não perdeu tempo em destruir as obras anteriores e começar de novo, o que quer dizer que pouco depois das nova da manhã começa o ruà­do ensurdecedor dos berbequins ou martelos pneumáticos ou seja lá o que for que eles usam para partir azulejos e levar à  loucura os vizinhos.

E sim, a segunda parte é propositada – desta vez tenho a certeza – porque esta barulheira infernal é feita alegremente com a porta aberta para poder rossoar devidamente na escada e incomodar ao máximo.

Estou aqui sentada a sentir o chão a tremer e receio que daqui a umas horas tenha subitamente um ataque de loucura com um impulso irresistivel de me dirigir à  casa do lado e matar toda a gente com uma faca afiada. Pode ser que um homà­cio garanta que a casa nunca mais é ocupada.

Odeio vizinhos.

Odeio o Internet Explorer

Uma pessoa faz um site que funciona lindamente e depois vai ver no Internet Explorer e há sempre qualquer coisa mal. E nem é necessariamente por falha do html, css ou falha humana. É simplesmente porque o IE tem as suas manias e pode não lhe apetecer.

Odeio o IE e todas as pessoas que o usam.

Dia cinzento

Tenho andado a fazer um pequeno redesign para um cliente. É um trabalho simples em teoria mas na realidade demora uma eternidade porque o site é composto por templates partidos em bocados, que só é possível ver se ficaram bem depois de colocar online, o que implica alterar, colocar online, fazer preview, mudar mais um bocadinho e repetir tudo de novo – isto umas duzentas vezes.

A meio do dia tive um ataque de pânico porque o cliente fez publish do site e ficou tudo trocado mas resolveu-se depressa.
Resolvi então esperar até ao final do dia para evitar confusões e basicamente só acabei quase à s onze da noite e o meu ombro esquerdo estava uma desgraça.

Hoje continuei mas a segunda parte é ligeiramente mais simples. Mesmo assim ainda falta fazer as traduções para as outras duas linguas por isso ainda não deve ficar pronto hoje.

Entretanto estive também a fazer o redesign do meu site de forma a usar finalmente um backend. Ainda faltam muitos pormenores, como transferir o domà­nio, transferir o site antigo para uma directoria e criar um link, etc, e estou à  espera de ter um dia mais calmo para fazer isso.

Hoje está um dia cinzento e cheio de vento, em oposição ao calor infernal que esteve ontem. Já tinha saudades de dias assim. As estações do ano deviam mudar mais depressa para não fartar. Apetece-me abrir as janelas e deixar entrar os pingos de chuva que começaram a cair mas com cinco gatos isso não é possível. Tudo tem desvantagens.

Como tenho andado ocupada com trabalho de design ainda não tive tempo de acabar o porco e preciso de decidir como faço a cauda.

Aniversário de Casamento

No dia 4 de Julho celebrámos o nosso oitavo aniversário de casamento. Como nos conhecemos há bastantes mais anos nem parece um número assim tão grande. O último ano foi um teste pesado e se conseguimos chegar aqui acho que conseguimos ultrapassar qualquer coisa. Não que eu tivesse dúvidas. A minha relação com o Pedro sempre teve uma base de amizade muito forte que segura tudo o resto. Não é uma relação perfeita, porque isso não existe, mas tem bastantes mais momentos bons que maus e isso é que importa. à€s vezes apetece-me bater-lhe mas não gosto menos dele por isso. E como eu também não sou nada fácil de aturar acredito que o sentimento seja mútuo. Aliás, no último ano tenho sido muito dificil de aturar mesmo e ele aguentou tudo incluindo as minhas crises de atirar pratos ao frigorà­fico. Love you, honey.

Como o Pedro teve de trabalhar a celebração foi apenas jantar num restaurante italiano. Estava a dar o joge de futobol da itália e a dona do restaurante teve um ataque de histeria quando a itália marcou golo. Nunca ouvi uma pessoa gritar tanto.

Uma coisa que nos acontece frequentemente é ter pessoas a perguntar-nos como é que sabemos que estamos com a pessoa certa, como é que conseguimos aguentar este tempo todo, como se isso fosse um grande sacrificio. Já consegui perceber por muitas dessas conversas que as pessoas têm medo que a sua relação não dure para sempre, como se existisse uma fórmula qualquer que garantisse isso, tipo escolher a pessoa certa = feliz para sempre. Sinceramente não acredito na história do ‘para sempre’. Vai sempre acontecer qualquer coisa que estraga tudo, nem que seja a morte. Acho que não vale a pena estar constantemente a pensar no que pode vir e é melhor concentrarmo-nos no que temos à  frente naquele momento. A pessoa certa é a pessoa que nos faz sentir bem e que está lá. Se deixar de estar lá não era a pessoa certa. Parece-me simples.

O que não quer dizer que assim que qualquer coisa corre mal seja sinal de fugir, que é o que deve acontecer muitas vezes. O que eu faço quando as coisas correm mal é pensar “se eu me fosse embora agora ficava feliz ou ia doer?” Se doer, nem que seja um bocadinho, vale a pena resolver a questão e continuar em frente. Acho que uma relação só acaba quando parece estar tudo a correr bem e as pessoas mesmo assim estão infelizes. Ou quando existe violência, claro. Mas isso acho que nem vale a pena dizer.

A Carla ofereceu-me recentemente um livro que ainda não acabei de ler mas que até agora me parece giro e que se chama ‘Jane Austen’s guide to dating’. É escrito por uma inglesa que foi viver para New York e apanhou com os concelhos estupidos dos amigos que tratam as relações como se fossem um jogo em que alguém tem o poder, em vez de se limitarem a tratar a outra pessoa com respeito. Acho que a nossa cultura já absorveu muito dessa forma de pensar e isso só dá confusão. Essa mania de tratar o sexo oposto como o inimigo é o que impede que se formem relações duradouras. Isso e andar sempre a embirrar com as manias da outra pessoa quando finalmente se está numa relação. A minha filosofia sempre foi: toda a gente tem defeitos. Temos é que encontrar uma pessoa cujos defeitos não nos incomodem muito. Por isso entre um tipo que dorme com uma gaja diferente todas as semanas ou um que deixa as meias no chão do quarto, penso que não é difà­cil escolher, nem vale a pena arranjar confusões por isso.

A teoria inerente a todas as histórias da Jane Austen é que o companheiro ideal é alguém que consideramos um igual. Uma pessoa que não é apenas atraente mas que também nos acompanha a nivel intelectual e emocional. O respeito mútuo e o companheirismo são elementos muito mais importantes numa relação que que pernas bem feitas e o livro defende que as pessoas se atiram para relações sem tentar imaginar o que será viver com aquela pessoa a longo termo. A questão é que as pessoas mudam fisicamente e até mudam de gostos e atitudes, mas a base é sempre a mesma durante toda a vida. E se as pessoas tivessem menos medo de mostrar como são realmente provavelmente cometiam menos erros.

E, claro, depois há o factor sorte.

A loja tem tido imensas visitas, o que é óptimo e já acrescentei dois bonecos novos.