Todos os artigos de Dee

No lunch for you

So, my eleven year old son brings a friend over for lunch. I cook their lunch, call them to the kitchen and he goes “mom, can you leave us alone?”

I feel like a waitress being dismissed at the private room of a fancy restaurant. “Can you give us some privacy, please?”

Except, my son doesn’t even say please. He’s just trying to get rid of his embarrassing mom. I mean, it’s lunchtime, the food’s in the kitchen, where exactly do you want me to go?

Septo desviado – cirurgia

Sempre respirei mal. Nunca liguei muito porque para mim era uma coisa normal. No entanto, nos últimos anos, cada vez que me constipava desenvolvia uma infecção , tipo sinusite mas que não era bem, e passava semanas e até meses doente de cada vez. à€ conta disso já nem sei quantos antibióticos tive de tomar nos últimos dois anos.

A minha sogra sugeriu-me que fosse fazer um TAC ao nariz para ver se haveria alguma razão fà­sica para o problema, e foi assim que descobri que tinha um grande desvio do septo.

Fui à  consulta de otorrino no hospital, onde a médica me disse também que para além disso tinha também os cornetos muito grandes. Sugeriu logo que num caso como o meu, o ideal é cirurgia, mas como não gostam de dar logo esse passo drástico, tentámos primeiro tratamento através de medicação.

Fiz uma vacina oral e um spray nasal, para além de lavagens constantes com spray de água salgada.

Como esperado, o resultado foi mà­nimo. A única alteração que notei foi que, graças à  vacina oral não me constipei tantas vezes, mas quando adoeci inevitavelmente, lá voltou a infecção.

Na consulta seguinte avançámos então para a marcação da cirurgia. Isto foi no inà­cio de Dezembro de 2017. Ligaram-me a marcar a cirurgia a meio de Fevereiro.

Depois de mais uma série de telefonemas para marcar a data da consulta de anestesia, sempre para o dia seguinte e ao fim do dia. Da primeira vez o Pedro estava em viagem portanto não podia ser. Da segunda vez não cheguei ao telefone a tempo e não dava para ligar de volta. Na terceira chamada já estava preparada e já tinha avisado os meus pais que se calhar tinham de ficar com os miúdos um dia com pouco antecedência, portanto pude dizer que sim. Lá fui eu, então, numa quinta feira.

Tanto a consulta como a cirurgia, foram efectuadas no serviço de Cirurgia de Ambulatório do Hospital Garcia de Horta. É uma secção com obras recentes e não estava à  espera que aquilo fosse tão hi-tech. Toquei à  campainha porque não havia outra forma de abrir as portas de correr e não aconteceu nada. Pedi ajuda a umas pessoas que passavam e disseram-me que tinha de ficar em frente à  câmara para abrirem a porta. Ok… só faltava um identificador de retina.
Estive na sala de espera uma meia hora até ser a minha vez. Era a última pessoa desse dia. Pelo meio iam saindo pessoas da zona da cirurgia, em cadeiras de rodas, que levavam atrás os acompanhantes que esperavam comigo, até restar só eu.

Primeiro preenchi um formulário, depois falei com uma enfermeira. Não tenho nenhum problema de saúde grave portanto a conversa foi breve.

A única excepção foi a tensão arterial que estava bastante mais alta do que é costume para mim, nos 15/9. Percebi que isso era a minha ansiedade em acção, não por causa da cirurgia mas porque soube que o Tiago tinha sido perseguido e agredido na escola nesse dia e isso estava a afectar-me ainda. Acabei por fazer uma participação do Bully que andou a torturar o meu filho mas a coisa estava ainda muito fresca nesse dia. Falámos da questão da ansiedade mas o que a enfermeira queria saber era se eu ia ter um ataque de pânico no dia da cirurgia. Garanti-lhe que não e que nem sequer estava preocupada. Uns dias mais tarde, depois de me acalmar do drama todo com o Tiago, voltei a medir a tensão arterial e tinha voltado ao normal.

Depois de falar com a enfermeira passei para a sala do lado para a consulta com o anestesista que fez duas ou três perguntas, pediu-me para inclinar a cabeça para trás e abrir a boca, e disse-me que estava aprovada para cirurgia e podia ir embora.

A cirurgia estava marcada para dia 17 de Março mas na semana depois da consulta ligaram a pedir se podia ser logo na próxima segunda feira. Ainda hesitei porque era a semana do aniversário do Tiago e estava com receio de não conseguir fazer as preparações necessárias logo a seguir à  cirurgia, mas o medo de me constipar durante as semanas seguintes e ter de cancelar a cirurgia falou mais alto e disse que sim.

No dia 5 de Março, cerca de um ano depois de ter feito o TAC, fui ao hospital para ser operada. Estava uma tempestade enorme nesse dia. Não havia barcos no Tejo e o trânsito na ponte foi interrompido por causa do vento. Havia um trânsito absurdo por todo o lado. Graças a isso os médicos chegaram atrasados e a primeira cirurgia da manhã, que devia ter começado à s 9 da manhã, estava a decorrer quando cheguei ao hospital à s 11.00h.

Uma amiga do meu pai que trabalha no hospital foi muito simpática e, sabendo que havia atraso, foi ter comigo e deixou-me ficar um bocado na sua sala de trabalho. Sentei-me a ler o meu Kindle enquanto ela trabalhava no computador até ligarem a dizer que eu podia ir.

Pouco depois do meio dia entrei para o vestiário para me despir e vestir a já familiar bata do hospital com os atilhos nas costas.

A pior parte destas situações, para mim, é não poder usar nem os óculos nem as lentes de contacto. O mundo torna-se uma massa colorida mas desfocada. É particularmente complicado reconhecer pessoas ou perceber as suas expressões faciais, o que torna o contacto humano difà­cil de navegar, como quando a enfermeira da consulta da semana anterior veio espreitar à  sala e pela conversa eu percebi que devia saber quem ela era.

Sentaram-me numa cadeira reclinada para os exames de pré operatório ““ temperatura, tensão arterial (que desta vez estava normal), perguntas de rotina e finalmente, colocar o soro, que é a parte mais desagradável. Mesmo assim, a colocação do meu soro não me fez tanta impressão como a mesma coisa a ser feita ao senhor que estava ao meu lado. A conversa da enfermeira sobre veias que rebentam e ter de picar outra vez estava a dar-me vontade de trepar pela parede.
Fora isso devo dizer que as pessoas com quem contactei durante este processo foram todas muito simpáticas e prestáveis.

Ainda esperei quase duas horas até ir finalmente para o bloco operatório.

A maca era incrivelmente estreita e por isso prenderam-me os braços ao lado do corpo com o lençol, para não caà­rem quando eu adormecesse.

Começaram a injectar a anestesia e de inà­cio não senti nada. Depois comecei com comichão por baixo do nariz. A certa altura comecei a sentir os efeitos. Mantive os olhos abertos e ia respirando o oxigénio da máscara que tinham colocado por cima da minha cara, até apagar completamente.

Quando acordei, estava já noutra sala. Sentia-me ligeiramente enjoada e tinha a boca ultra seca porque o nariz estava tapado com tampões de algodão e tinha de respirar pela boca.

Acho que se calhar já tinha aberto os olhos antes mas não me lembro. Só digo isto porque a minha primeira memória é alguém a dizer-me que tinha consulta na próxima quarta-feira. Se estavam a falar comigo só posso crer que tinham razão para achar que eu estava acordada.

Deram-me medicação para o enjoo, pelo soro, e ainda estive ali um bocado de olhos fechados, porque quando os abria parecia que ficava pior. Depois de ouvir o que as enfermeiras diziam aos outros pacientes, como por exemplo que não deviam tentar ler nem fazer nada que requeresse demasiada concentração no primeiro dia, concluà­ que o problema era a minha visão desfocada. Estava a fazer esforço inútil para ver e isso piorava os sintomas. Pedi que me fossem buscar os óculos ao cacifo e daà­ para a frente senti-me melhor.

Ainda tive de esperar um longo bocado até me deixarem levantar da cama. Dei uns passos algo vacilantes até chegar a uma cadeira onde tive de esperar mais umas duas horas antes de poder ir para casa. Nunca os ponteiros do relógio andaram tão devagar como nesse tempo de espera sem nada para fazer. Fui novamente a última pessoa a sair. Já eram sete e meia da tarde e o serviço estava quase a fechar.

O Pedro chegou finalmente com uma cadeira de rodas (teve de andar à s voltas até descobrir onde é que se iam buscar as cadeiras) e lá me deixaram vestir e ir para casa. Levava comigo um saco de comprimidos com tudo muito bem explicadinho. Também me disseram que não podia comer comida quente e no primeiro dia tinha de fazer dieta là­quida.

Pela quantidade e frequência dos comprimidos, estava à  espera de ter imensas dores. Afinal não. Aliás, não tomei nem metade dos comprimidos porque não senti necessidade. Tive algumas dores de cabeça mas no nariz não senti nada de especial. O mais irritante foi mesmo não conseguir respirar.

Aquilo que gostei mais foi quando me disseram para não assinar nada nesse dia porque podia não me lembrar depois.

Quando me vi ao espelho pela primeira vez tive imensa vontade de rir. Parecia um porquinho.

Disseram-me para não fazer esforços nem baixar a cabeça por isso estive quietinha os primeiros dois dias. Estava cansada por não conseguir respirar e acho que também ainda devido aos efeitos da anestesia.

Na quarta-feira fui à  consulta tirar os tampões do nariz. Devido a uma cirurgia de urgência estive duas horas à  espera, desejosa de tirar aquilo.

O tamanho dos tampões foi uma surpresa curiosa. Eram muito mais compridos do que eu pensava mas não custou a retirar. Pensei que pudesse doer por terem crostas agarradas, mas não me posso queixar. Isso é, porém, apenas a minha opinião pessoal.

O médico assistente que estava na sala connosco fez um comentário tipo “pois, parece que isso só dói aos homens”. Achei curioso mas não perguntei (até porque tinha uma médica com uma pinça enfiada na minha narina e não era boa altura para falar). Mais tarde, quando saà­ do hospital, o senhor que foi à  consulta mesmo antes de mim veio dizer-me que tirar os tampões lhe tinha custado mais do que a cirurgia.

Em teoria, a partir daqui, já podia respirar pelo nariz. Infelizmente, como o nariz estava todo em ferido por dentro, forma constantemente coágulos enormes e crostas que bloqueiam a passagem do ar, portanto não melhorou muito. Como ainda por cima não me podia assoar para não fazer aquilo sangrar mais, continuou a ser uma recuperação desagradável, semelhante a ter uma bruta constipação ou um herpes que deixou o interior do nariz todo ferido. O gelo ajuda

Comecei, no entanto, a conseguir fazer algumas coisas mais normais como alguns dos meus trabalhos de wire wrapping, o que pelo menos ajudou a passar o tempo e cortar o tédio.

Já voltei à  consulta entretanto, para tirar alguns desses coágulos e crostas. O alà­vio que senti quando ela tirou uma coisa do tamanho de uma azeitona da minha narina direita foi indescrità­vel. E fiquei bastante impressionada com o jeitinho e o cuidado da minha médica de quem só tenho coisas boas a dizer.

Depois da consulta já me posso assoar, o que ajuda. Tenho só de ter cuidado para não abanar o nariz porque o osso ainda não está sólido.

Também já posso martelar ““ algo essencial para o meu trabalho ““ mas ainda não posso fazer exercí­cio. Ou seja, nada que faça dilatar os vasos sanguà­neos. Há alturas em que sinto o nariz a ficar quente pelo que continuo com o gelo.

A parte mais complicada, desde o inà­cio, tem sido dormir. Durmo sentada mas mesmo assim o nariz entope rapidamente e passo a noite a acordar, a ressonar, a ter pesadelos e acordo com o pescoço num estado lastimoso.

Enfim, a recuperação requer muita paciência e é cansativa mas pelo menos não é dolorosa portanto não me posso queixar muito.

Anel oco “fraldinha” com topázio – processo de construção

Este anel foi concluà­do há algum tempo mas só agora tive oportunidade de descrever o processo de construção.
Basicamente é um anel oco, com uma secção interna e outra externa. Este modelo é muitas vezes usado para fazer anéis de curso mas pode ser adaptado a projectos muito diferentes.

A parte externa é composta por uma só peça enrolada que também serve de base para a pedra. O desenho desta peça assemelha-se a uma “fraldinha”. Para determinar o tamanho fiz o desenho aproximado da peça em papel e depois ajustei, com cortes e fita-cola, até ter o molde com a dimensão certa.

Depois de cortar a forma em chapa de metal (usei chapa de 0,5 mm), enrola-se no embutidor até ter a forma aproximada do anel.

Depois cria-se um anel interior. Forma-se um tubo a partir da mesma chapa, mais comprido do que o necessário para termos alguma margem para cortar mais tarde. Este anel interior é que deve ter o tamanho do dedo. A “fraldinha” deve ser ligeiramente maior.

Nesta fase comecei a moldar o top do anel à  pedra que tinha escolhido – um topázio em bruto. A escolha da pedra deu o tema para o aspecto do anel daà­ para a frente. Se fosse uma pedra facetada teria feito um anel completamente diferente.
Como a pedra era funda, optei por enterrá-la no anel. Se fosse baixinha teria ficado apenas assente no topo.

Soldei as abas laterais do anel.

Para o tubo interior entrar a direito dentro da parte externa é necessário limar a abertura até alargar o suficiente.

Quando o tubo entra justo e direito, pode-se marcar a zona a cortar. Deve-se deixar ainda uma pequena margem que será limada depois de soldar. É sempre mais seguro trabalhar com marges de segurança do que cortar tudo logo à  medida e depois arriscar a que falte 1 mm no final.
\nDepois de cortado, foi altura de decorar o tubo interior. Com a serra, recortei umas formas irregulares que achei estarem de acordo com o aspecto que queria dar ao anel.

Soldei o tubo interno à  parte externa.

Limei o topo para se adaptar à s irregularidades da pedra e para eliminar o máximo de linha direitas.

Testei para ver se a pedra ficava bem enquadrada e apoiada.

Usei uma técnica interessante para criar elementos decorativos que iriam rodear a pedra. No atelier de joalharia chamavam-lhe “tirar a nata”. Basicamente consiste em fundir o metal num carvão e depois usar a pinça ou outro utensà­lio para puxar uma tira de metal là­quido para o lado. Ao arrefecer formam-se peças texturadas interessantes. É preciso repetir o processo muitas vezes até se obterem elementos com o aspecto que queremos mas é divertido. Não consegui foi fotografar porque precisava das duas mãos.

Montei os diferentes bocados sobre plasticina, à  volta da pedra, para planear o layout. As pontas mais compridas iriam servir de garras para segurar a pedra.
Fotografei de diversos ângulos para conseguir mais tarde refazer o encaixe, quando fosse soldar.

Aqui já se podem ver os vários elementos soldados ao anel. Fui soldando um a um, amarrando com fio de ferro e isolando as parte já soldadas com corrector para evitar que a solda voltasse a correr.

Depois de polir, cravei a pedra. Nalguns casos foi necessário limar um pouco por dentro para conseguir dobrar as garras irregulares.
E o anel estava terminado. Chamei-lhe o anel de gelo.
Até hoje continua a ser uma das minhas peças preferidas.
Mais tarde fiz uma versão mais simples, com uma azurite, para oferecer à  minha mãe:

Existe um tutorial muito completo sobre a construção deste tipo de anéis (sem a parte da pedra, só com uma virola para cabochon) no site Ganoksin, para quem quiser ler mais sobre o assunto.

Rough topaz hollow “diaper” ring – fabrication process

I finished this ring some time ago but only now did I have the opportunity to describe the fabrication process. It is basically a hollow ring, with an internal and an external sections. This ring construction is often seen in class rings, for example, but can be adapted to a multitude of designs.

The outer shell and top are just one piece that is curled around itself. A stone can sit inside the top or over it, depending on the design.
To figure out the correct size for my ring, I drew the general shape and then adjusted it by cutting and sticking it together with scotch tape. The shape resembles a “diaper”, which is the nickname we used for it in class.

I drew around my paper template and cut the shape out of metal sheet. I used 0,5 mm sheet (24g). Then I used a dapping block to curve it until the side tabs almost closed.
The inner tube was made out of the same metal sheet. It should be longer than necessary so there’s enough to cut down to size later on. This inner tube should be the ring size you want to obtain. The outer shell needs to be a little larger.

I chose a rough topaz for the ring and began shaping the top of the ring to fit the around the shape of the stone. Because it was a large stone, I chose to sink it into the top of the ring. A flat stone would just sit on top.The stone determined the look of the ring from this point on. A faceted stone would have inspired a very different ring. Once the shape was formed, I soldered the side tabs to close the top.

So that the inner tube could slide in straight, I had to file the side openings of the outer shell until it fit.
Once the tube could slide in tight and straight, I marked the area I needed to cut away. I left a little extra to file away later on, after it was soldered in place. It’s always best to leave a little extra for safety.

After cutting the excess from the sides of the inner ring, I cut some decorative shapes with the jeweller’s saw. Then I soldered the inner ring in place.

I filed the top of the ring so it would conform to the shape of the stone and also because I didn’t want straight lines in the design. I tested the fit of the stone several times during the whole process.

I used an interesting technique to obtain the decorative elements that would frame the stone. In class we called it “skimming the cream”. The general idea is to melt the metal on a coal block and then pull a bit of it to the side with tweezers. As it moves away from the heat source and cools, it creates a streak with an interesting molten texture. Sometimes it takes a while to get enough bits with a shape you can use but it’s fun getting there. Unfortunately I couldn’t take pictures of the process as I needed both hands. Maybe I’ll make a video one of these days, if anyone is interested.

I assembled the bits I wanted to use around the stone over plasticine, to plan the layout. The longer bits would be used as prongs for setting the stone.I took pictures from several angles so I could reassemble the design I chose later on, when soldering.

I soldered the elements one or two at a time. I used binding wire to keep them in place during the process and also protected the rest of the ring with liquid correction fluid to prevent the rest of the solder from plowing again.

After polishing, I set the stone. I had to file the inside of some of the thicker “prongs” in order to bend them.
The ring was finished. I called it my Ice Ring. It’s still one of my favourite pieces to this day. Later on I made a similar, simpler version of this setting for my mom with a rough azurite.

There is a great tutorial on the hollow “diaper” ring on Ganoksin’s website, for anyone who wants to read more about it.

Como se formam pulseiras em chapa

Há algum tempo resolvi fazer umas pulseiras em chapa de latão. Este artigo explica o processo.


Comecei com uma chapa de latão bastante grossa. Esta tinha 2 mm de espessura e a grossura final que eu queria obter era 0,7 mm. Como o latão é um metal rijo, a chapa pode ser relativamente fina sem medo de perder a forma.


Para reduzir a espessura do metal é necessário recorrer a um laminador. Ao laminar a chapa, esta vai esticando em comprimento pelo que o primeiro passo foi serrar a chapa em pequenos bocados. O cálculo que fiz foi que uma secção com 7 cm de comprimento iria esticar até 16 a 18 cm de comprimento final, que é o necessário para uma pulseira. Basicamente o metal estica para cerca do dobro a cada cm que se espalma. O cálculo não é exacto, porque também estica para os lados, mas é aproximado o suficiente.
Em termos de largura das pulseiras, cortei tiras de 3 e de 4 cm.
É necessário recozer muitas vezes e, ao utilizar um laminador mini, como o meu, convém apertar pouco de cada vez. Eu abusei um bocado deste e acabei por partir um dos rolos.


Aqui vemos a diferença de comprimento entre a chapa inicial, com 2mm de espessura e a chapa depois de laminada, com 0,7 mm de espessura.


Quando tinha as diversas chapas com a espessura desejada, comecei a dar textura ao metal. Utilizando novamente o laminador, e com o metal bem recozido, cortei tiras de diversos tecidos que, ao passar no laminador junto com o metal, conferem uma textura interessante à  superfà­cie.


Esta foto mostra as várias texturas aplicadas. Os tecidos usados foram diversos – fraldas de pano, toalhas turcas, rendas, brocados, tule.


Criei um mini catálogo de texturas que consigo fazer com os tecidos que tenho. Cortei um quadrado de cada tecido e quadrados de chapa de cobre e guardo tudo junto para ver rapidamente qual o efeito produzido pelos tecidos. O resultado nem sempre é óbvio só de olhar para o tecido.


Limei as arestas do metal, arredondei os cantos e formei as pulseiras. Se quisesse pulseiras direitas teria ficado por aqui mas como quis experimentar dar uma forma cà´ncava, utilizei o kit da Durnston, apoiado num torno.


Vai-se martelando e recozendo o metal apoiado na peça cà´ncava. Ao princà­pio o aspecto é um bocado irregular mas com paciência vai ganhando a forma que se quer.


Aqui já se nota a forma cà´ncava sem tantos altos.


Finalmente, depois de polir, temos a pulseira pronta a ser usada.

Pode ver e comprar algumas destas pulseiras na minha loja online.

 

How to form cuffs from sheet metal

Some time ago, I decided to make textured brass cuffs. This post explains the process.

I began with a rather thick brass sheet. This one was 2 mm thick and the final thickness I wanted was 0,7 mm. As brass is quite a hard alloy, the sheet can be fairly thin without fear of deforming the cuff easily.

To reduce the thickness of the metal I had to use a rolling mill. As the metal passes through the tight rollers it also stretches in length. To reduce stress on the rolling mill I began by sawing the metal into smaller bits. The calculation I made was that a 7 cm long section would stretch to about 16 to 18 cm by the time it was down to the thickness I wanted, which is the length of a cuff. Basically it stretches to about twice the size per cm of thickness reduced. There’s a little room for error because it also stretches to the sides, but it’s fairly accurate.

For some variation in the height of the bracelets I cut strips of 3 and 4 cm. It can be done in any size.
The metal needs to be annealed very often and turn only a little bit at a time, especially if you use a mini roller like mine. I overdid it and ended up breaking a roller on mine.

Here you can see the difference in length between the initial 2mm thick section and the final 0,7 mm thick section.

Once I had all my strips in the desired size I annealed them once more and began to add texture. I used several different fabric strips for that, that I passed through the rolling mill along with the metal.

I made a sampler so I know what textures I can produce with the fabrics I have. I cut a piece of each cloth and a square of copper sheet and keep them together so I know right aways what fabric produces each effect. It’s not always obvious when you look at the fabric.

I filed the edges, rounded the corners and formed the cuffs on a mandrel. If I wanted a straight bracelet I could stop here, but I wanted to try out the Durnston bracelet kit to give them a concave shape.

By alternating annealing and hammering over the concave die, the cuff slowly gains its shape. At first the middle looks very lumpy, but as you keep hammering, the lumps disappear and the flare develops evenly. It just requires a little patience.

Finally, after polishing, the cuff is ready to be worn.

You can see and buy some of these cuffs in my online shop.

Tutorial para principiantes: brincos girassol

Estou a tentar começar uma série de lições de bijutaria em video. Comecei por fazer um tutorial de brincos simples, para testar a colocação da câmara e ver se funciona tudo.

Aqui fica o video:

E se quiser experimentar, pode adquirir o kit com os componentes na loja

 

Beginner tutorial: sunflower earrings

I’m attempting to make more jewellery tutorial videos. I started with some very basic earrings, mostly to test my setup and see if everything is working properly.

After watching the above video, if you want to try making these earrings, the components may be acquired in the shop.

Feliz ano novo

Não ligo muito à  passagem de ano, mas em termos psicológicos acho o ano novo uma época muito positiva porque parece sempre cheia de possibilidades e oportunidades de mudança. Muda-se o calendário, começa-se uma agenda nova, fazem-se limpezas e arrumações e planos para o novo ano.

Todas as decisões e tentativas de fazer dieta, exercí­cio ou organizar melhor as nossas tarefas podem desaparecer ao fim de umas semanas ou meses, mas este princà­pio de ano dá pelo menos a esperança e força de vontade renovada para tentar.

Depois dos kg ganhos com todos os almoços e jantares de natal, no dia 1 de Janeiro comecei a fazer exercí­cio e parei de comer doces e hidratos de carbono processados. Fiz um planeamento semanal das tarefas, limpei o meu atelier e instalei um sistema de ventilação na zona de soldar, que estava a precisar há algum tempo.

Estou toda partida do exercí­cio e só me apetece dormir mas ao mesmo tempo estou entusiasmada pelas coisas novas que quero fazer. A ansiedade tem andado controlada e isso ajuda imenso a cumprir objectivos. Espero que assim continue.

O ano passado até foi um ano bom para mim, em termos de objectivos pessoais. Terminei o curso de joalharia e fiz imensas peças especiais que me deram prazer e algum orgulho em ver o progresso atingido. Defini finalmente qual o estilo que quero desenvolver e qual o misto de técnicas que isso implica. Ainda não as domino todas mas parte da diversão é praticar até conseguir.

Espero que estejam a enfrentar o novo ano com uma energia igualmente positiva. Tudo de bom para o novo ano.

Happy new year

I don’t find new year’s eve particularly interesting but psychologically, a new year appears to be a very positive time, full of possibilities and opportunity for change. We change our callendar, start a new planner, clean and declutter the house and make plans for the new year.

Decisions to diet, exercise or better organize your tasks from now on may fall by the wayside after a few weeks or months, but at least this new beginning gives us hope and renewed strength to at least try.

After the weight gained during the endless family meals that occurred throughout the holiday period, on the first of January I began exercising and stopped eating sugar and processed carbs. I made a weekly task plan, cleaned my studio and installed a ventilation system over the soldering area that I needed for a long time now.

I can barely move from the soreness in my muscles and all I want to do is sleep, but at the same time I’m excited about all the things I plan to do. My anxiety has been under control for a while and that’s a huge help when it comes to sticking to my goals. I hope it stays that way.

Last year was actually a good year for me in terms of personal goals. I finished my metalsmith/jewellery course, made several items that were a pleasure to do and I feel a certain pride in the progress I’ve made. I finally defined the style I want to pursue and what techniques I need to master. I’m not there yet, but practice is half the fun.

I hope you are all facing the new year with an equally positive attitude. I wish you all the best in the coming year and all the years after.

Viva o fim de semana

Cheguei finalmente a uma fase da vida em que é mais descansado ter os filhos em casa do que na escola.
Nos dias de escola perco duas horas a ajudar com roupa, comida, malas, etc. Podia ser menos mas eles entram a horas diferentes por isso acordo para tratar de um, levo-o à  escola e depois volto para repetir o processo com a outra. A primeira hora, ainda por cima, é inteiramente feita sem café no sistema, por falta de tempo.
Ao fim de semana, como já estão crescidinhos, já se levantam sem nos acordar. Arranjam comida, ligam a tv e deixam-nos dormir mais um bocadinho. Já não é preciso acordar à s 7 da manhã todos os dias do ano.
Vá lá, só demorou uns 10 anos.

A Joana já tem brincos

A Joana começou há algum tempo a pedir para furar as orelhas. Recentemente o pedido tornou-se mais insistente.
Como nos tinham dito que as pistolas podiam ser menos seguras se não forem convenientemente esterilizadas, resolvemos marcar numa loja de tatuagens. Quando lá chegámos, porém, disseram-nos que o ideal era mesmo fazer com a pistola porque o que eles fazem é um piercing de 1,2 mm, que é bastante mais largo do que o necessário, que dói mais e na idade dela não é o ideal.
Lá fomos então à  ourivesaria onde eu furei as orelhas quando era adolescente. A senhora da loja foi muito simpática e fizeram algo que não me teria ocorrido – furaram ambas as orelhas ao mesmo tempo, pra ela não ter sequer tempo de ter medo. Num instante estava tudo terminado.
A Joana portou-se muito bem. Não gritou, não chorou nem se queixou. E a mamã tem já uma encomenda para uns brincos da Harley Quinn 🙂

Para onde vai o tempo livre…

É domingo à  tarde. A Joana foi brincar com as primas e o Tiago está a jogar Cuphead no computador.
Resolvo então aproveitar o tempo livre para ver tv e fazer uns brincos. Agarro no tabuleiro com o arame, pedras e alicates e levo para a sala. Reparo que a Joana deixou o telefone no sofá e que precisa de ser carregado. Em vez de ignorar, agarro no telefone e levo para o quarto dela para ligar ao carregador. Mesmo ao lado estão uma série de batons que ela deixou espalhados. Abro a caixa da maquilhagem – porque a minha filha de 7 anos já tem uma caixa de maquilhagem – e guardo os batons. Vejo um pincel de lábios todo sujo. Vou lavar o pincel e arrumo.
Por fim vou lavar as mãos e o sabonete là­quido está no fim. Lá vou eu encher o frasco.
Entretanto passou-se sei lá quanto tempo e o meu tabuleiro com materiais continua abandonado no sofá.
Tenho de aprender a andar pela casa de olhos fechados…

A exaustão de parecer estar bem

Estou sempre cansada. Não interessa quantas horas durmo, se me mexo mais ou menos. Viver é cansativo quando se passa o tempo a fazer de conta que está tudo bem.

Sou uma pessoa extremamente ansiosa pelo menos desde a adolescência. E quando falo em ansiedade refiro-me a coisas como ter 15 anos e entrar em pânico por ter que ir ao banco depositar dinheiro porque podia fazer qualquer coisa mal, enganar-me, dizer a coisa errada. E depois? Não sei, mas isso não interessava porque este pavor tremendo não está interessado em lógica.

É acordar de manhã com a sensação que está tudo errado, que vai acontecer algo terrà­vel. Por mais que eu saiba que é irracional e absurdo, não consigo eliminar esse sinal de alarme que toca insistentemente no meu cérebro. Ignorá-lo de forma a conseguir continuar a funcionar, porque há crianças para alimentar, ajudar a estudar e levar à  escola, porque há trabalho para fazer, é desgastante. Exige toda a minha energia e força de vontade.

Nunca fui ao médico, nunca fui diagnosticada, nem medicada, nem coisa nenhuma, porque para mim isto é simplesmente a forma como eu sou, para bem ou mal, e aprendi a viver com isso. Mas esta ansiedade moldou a minha vida de formas que não poderia prever. É o que me levou à  joalharia, por exemplo. Porque fazer trabalho artesanal é a minha terapia ocupacional. Enquanto produzo algo com as mãos consigo concentrar-me e acalmar-me um pouco. Dá-me a sensação de controlo que preciso.

A joalharia também serviu para me tirar de casa e do isolamento, durante pequenos momentos. Tenho dias em que não quero sair, em que sinto que não consigo falar com ninguém. O mundo fora da minha porta parece-me um deserto árido cheio de criaturas perigosas, venenosas, que tenho de evitar a todo o custo. Ter de ir para as aulas obrigava-me a enfrentar o exterior.

Independentemente da ansiedade sou uma pessoa introvertida. Não gosto de estar rodeada de muita gente, fujo do barulho. Salto quando toca o telefone ou a campaà­nha, como se viesse alguém matar-me ou algo do estilo.

Gosto de conversar com uma ou duas pessoas de cada vez, num ambiente calmo, mas se ficar sozinha durante longos perà­odos também não me faz impressão nenhuma. Pelo contrário, preciso de estar sozinha para recarregar as baterias.

No entanto, a ansiedade levou-me a isolar-me ainda mais do que a minha natureza introvertida gostaria. Sinto-me sempre isolada mesmo com muita gente à  volta. Na minha cabeça sou sempre a pessoa mais estranha e diferente em qualquer situação. É mais fácil sentar-me num canto a ler um livro do que iniciar uma conversa.

Aprendi a sorrir e a dizer as frases educadas que são esperadas em situações socais mas raramente passo daà­ a não ser com duas ou três pessoas que me conhecem melhor e com quem estou relativamente à  vontade.

Profissionalmente preocupo-me quando não aparece trabalho e depois ando a trepar as paredes quando há trabalho porque, então e se não consigo fazer aquilo? Mesmo quando é algo que já fiz inúmeras vezes, que não tem nenhuma dificuldade técnica especial, há sempre o risco de cometer um erro. E isso é imperdoável.

Passo os dias a sentir o coração a bater, a tentar descontrair os ombros permanentemente tensos. Tenho pesadelos constantes por isso nem a dormir descanso. É absurdo e só me apetece bater em mim mesma, seguir os conselhos da minha mãe que são coisas como “tem calma” ou “não penses nisso”, como se não fossem as palavras mais inúteis do universo. Se fosse assim tão fácil não vivia assim há décadas. Não tinha de lutar tanto para ganhar coragem para me levantar da cama, para sair de casa. Não sentia um alà­vio tão absoluto quando é finalmente hora de ir para a cama, hora em que já não tenho que lidar com mais nada nem mais ninguém.

Tudo isto é muito cansativo e não acaba. Nunca.

Concurso de design “Finish it! 2017” de Nicole Hanna

Terminou recentemente o prazo para mais um concurso anual de design de jóias em wire wrapping criado pela Nicole Hanna, uma das artistas que mais admiro dentro desta técnica.
A ideia do concurso é simples: ela dá uma lista de materiais, ferramentas e os primeiros passos das instruções e nós depois temos de terminar como quisermos, criando uma peça ao nosso gosto.
O ano passado concorri pela primeira vez e adorei o desafio de ter de terminar uma peça apenas com a quantidade de arame referida. Esta foi a minha peça do ano passado:

Os primeiros passos das instruções foram tirados de um tutorial chamado “The Well Spring Pendant“, mas só no final do prazo é que foi publicado, para comparação com as peças dos mais de 60 concorrentes.

Como podem ver, há muito poucas semelhanças entre as duas peças, apesar de terem começado da mesma forma.

Este ano foi mais complicado porque não era permitido usar pedras. Uma peça feita exclusivamente de arame, para ser interessante, tem de ser bastante mais pensada.

Eu fiz três versões até à  peça que entreguei para o concurso, todas elas variações da mesma coisa.

O design original de onde foram tirados os primeiros passos das instruções pode ser visto no blog da Nicole Hanna.

Desta vez não andei tão longe, apesar do meu se parecer mais com uma rena e o dela com um coelho.

A galeria com todas as entradas do concurso está disponà­vel no Pinterest. Eu não tenho qualquer hipótese de ganhar mas o objectivo também não é esse. Gosto do desafio e de ver o que as outras pessoas fazem e planeio voltar a participar para o ano.

Nicole Hanna’s 2017 “Finish it!” design contest

This year’s Finish it contest has just ended. The contest is hosted by Nicole Hanna, one of my favorite wire wrapping artists and is always great fun.

Nicole supplies the contenders with a list of materials and tools, as well as the first few steps to get you started on your piece. From then on it’s up to you to create whatever you want so long as you stick to the materials, length of wire and tools listed. Simple, right?

I participated for the first time last year and loved the challenge of having to figure out what to do with all the wire I was meant to use and make a visually pleasing piece.
The steps provided were taken from a tutorial called “The Well Spring Pendant“, which we only got to see at the end of the contest.

As you can see, if you look at the first picture on this page, there’s little in common between what I made and the original pendant.

This year the task was harder because it was a “wire only” piece. Since gemstones usually steal the show when it comes to jewellery, a wire only item needs to be well thought out to be interesting enough.

I made two other versions before the one I finally submitted, right at the end of the deadline. I actually prefer my first version but I had hammered the wire and that wasn’t allowed, so I made another a couple more until I was happy with the result.

The instructions provided came from a design that can be seen on Nicole Hanna’s blog.

This time I wasn’t so far off although I think my pendant looks like a reindeer and hers is more like a rabbit.

There’s a pinterest board with all the entries if you want to take a look at what all the talented contestants came up with.

I have no chance of winning but that’s beside the point. I love the challenge and have fun doing it and also seeing what everyone else makes. It’s always surprising and I’ll be sure to enter again next year.

Jóias de leite materno

Comecei há algum tempo a fazer jóias de leite materno.

O interesse por este tipo de peças tem sido imenso e permitiu-me pà´r os meus conhecimentos de joalharia ao serviço de um tipo de peça que, para as mamãs, tem um grande valor sentimental.

Muitas mães gostam de ficar com uma recordação desta época tão especial que é a fase de alimentação dos seus bebés, e se for integrado numa jóia bonita que podem usar sempre que desejarem, melhor ainda.

Tudo começou quando a minha cunhada comprou um kit para fazer um anel de leite materno. Teve receio de não conseguir fazer todo o processo sozinha por isso pediu-me para o fazer por ela.

Eu tinha conhecimento da existência das jóias de leite materno e a minha experiência prévia com resina deixou-me curiosa sobre o processo. Basicamente não compreendia como seria possível adicionar o leite em estado là­quido à  resina, quando toda a informação que eu tinha indicava que a resina se dá muito mal com água.

Segui as instruções e lá fiz o anel. Aparentemente funcionou tudo bem. Ficou branquinho e a resina curou sem problemas.
Como tinha leite extra e a quantidade a misturar era muito pequena, fiz uma experiência adicional com a resina epoxy que eu já utilizara antes, para ver se fazia diferença. Correu tudo igualmente bem.

O problema ocorreu mais tarde. Passado um mês, a experiência que tinha feito com a resina epoxy começou a amarelecer. A amostra adicional que eu tinha guardado, feita com a resina do kit, continuava branquinha.

Ocorreu-me então que a diferença estava na resina, o que hoje em dia sei que também é verdade. Só que uns meses mais tarde mesmo a mistura feita com a resina do kit também começou a ficar amarela. Mais devagarinho mas o resultado final seria o mesmo.

Por esta altura falei com um colega da joalharia que é formado em quà­mica e discutimos o processo. Comecei a fazer experiências e pesquisa para encontrar um método mais estável e durável para esta técnica.

Finalmente cheguei, depois de muita experimentação, a um método que funciona. Mudei para resina poliester e o leite passa por um processo anti-bacteriano e antifúngico e é desidratado e moà­do antes de ser misturado com a resina. Ao retirar o là­quido e prevenindo a multiplicação de micro-organismos, consegui finalmente chegar a um produto final mais durável.

Fico sempre com uma amostra de cada dose que faço para ir avaliando o resultado com o passar do tempo e ao fim de um ano nota-se que a peça fica um ou dois tons mais amarela do que a cor inicial mas sem mudanças dramáticas, o que é esperado de um produto com uma componente biológica. Também é possível que haja diferenças de acordo com a composição do leite, que varia de pessoa para pessoa.

É claro que o leite não é completamente branco e nalguns casos, dependendo da percentagem de gordura, há logo algumas zonas mais amarelas desde o inà­cio, especialmente se a composição tiver mais gordura. Isso é perfeitamente natural e faz parte da composição do próprio leite. O importante é que se mantenha com o passar do tempo. O meu objectivo é fazer jóias duráveis que possam ser usadas e apreciadas durante muito tempo.

Os corações são muito populares por isso já fiz diversas variações.

Quem quiser ver mais exemplos, pode consultar a página do portfolio.

Se estiver interessada numa peça personalizada de leite materno, contacte-me.

Breast milk jewellery

Some time ago I began making breast milk jewellery.

There has been a great deal of interest for this kind of jewellery item and it allowed me to use my metalsmith knowledge to make something that means a great deal to my clients.

Many mothers want to have a keepsake to remind them of that precious time when they breastfed their babies. A beautiful breastmilk jewel, that can be worn close to their heart is the perfect souvenir of such a special time in their life.

For more examples, please go to my jewellery gallery.

If you’re interested in a personalised breastmilk keepsake, you may contact me.