No final do ano passado descobri uma artista de aguarela botânica com um estilo realista que gosto muito. Chama-se Billy Showell e tem alguns livros de pintura publicados, assim como aulas em video no seu website. Comecei a fazer os seus tutorials de iniciação para aprender técnica e alguns truques e aprendi bastante, mesmo só com os videos grátis que ela tem disponàveis, por isso fiquei interessada em aceder ao resto do conteúdo.
No natal, o Pedro ofereceu-me um ano de subscrição no curso e tenho estado a praticar desde então. Ainda só estou a fazer os projectos para principiantes mas noto uma diferença enorme em relação às pinturas que fiz antes de começar.
Basta comparar a magnólia que pintei o ano passado (à esquerda) com a que pintei recentemente, seguindo o tutorial da Billy Showell (à direita):
A nàvel de pormenor é uma melhoria clara. Continuo a precisar de trabalhar muitas áreas mas estou muito feliz com a evolução.
Isto tudo para dizer que recomendo o curso para quem compreende bem o inglês e está interessado em aprender ou melhorar a pintura em aguarela.
A nàvel de materiais, segui as recomendações da Billy e tenho estado a usar o papel Fabriano Hot Press (ela prefere o verso das folhas mas não noto grande diferença). Tinha começado com o Arches Cold Press mas a textura não ajuda quando estamos a fazer uma pintura muito detalhada e linhas precisas. Ainda tentei o Arches Hot Press mas também não obtive grandes resultados. Senti muita dificuldade em fazer os contornos direitos e limpos.
O Fabriano HP (tem de ser a nova versão que diz “enhanced quality” porque o anterior estava a dar problemas) aguenta tudo o que atiramos para cima. Deixa esfregar com o pincel “erradicator” para retirar tinta em certas zonas sem danificar a superfàcie (algo que o Arches não aguenta) e não tem ficado particularmente ondulado – também se ficar, molha-se o lado oposto, coloca-se debaixo de um livro pesado e vai tudo ao sítio.
Comprei também os pincéis da Billy Showell, que ela desenvolveu especificamente para as técnicas que utiliza. Devo dizer que não pensei que fizessem grande diferença mas estava enganada. Para pintura de detalhe são essenciais. São mais compridos do que quaisquer outros que eu tenha encontrado e a ponta é mesmo muito fininha o que dá um controlo tremendo nas linhas, contornos e aplicação de textura. Valem mesmo o dinheiro. Tive de encomendar de Inglaterra e estava com medo que ficassem retidos na alfândega décadas, como aconteceu com as últimas compras que fiz de lá, mesmo na altura do Brexit, mas descobri que há uma regra que permite aos vendedores cobrarem logo o IVA na compra, facilitando a passagem na fronteira. Chegaram uma semana depois da encomenda, sem problemas.
Nas fotos abaixo podem ver a embalagem com os 4 pincéis redondos e à direita a comparação entre o pincel da Billy (no meio) com um Raphael (à direita) e um de caligrafia japonesa (à esquerda) que eram os mais compridos e afiados que tinha conseguido encontrar até aqui.
Por fim deixo algumas imagens das pinturas que tenho feito este ano. Vou continuar a treinar e estou a ganhar coragem para passar ao nàvel seguinte.