Tenho precisado de me distrair com alguma coisa e para mim a melhor distração é aprender uma técnica nova. Comecei com a ideia de gastar os acràlicos que tenho cá em casa mas acabei por descobrir que é muito divertido pintar com aguarela.
Nunca tinha trabalhado muito com aguarela e a minha experiência com gouache não foi das melhores. Ficava sempre tudo manchado e parecia-me muito difàcil de controlar. Parte disso é mesmo tàpico do material mas a outra parte é técnica que se aprende.
Depois de alguma experiência já consigo controlar melhor a questão da mancha na aguarela, e a mistura das cores, e gosto do facto de ser possível corrigir erros ou detalhes, mesmo depois da aguarela secar. É possível não só continuar a trabalhar por camadas, tanto a seco como molhado, mas também retirar excesso de pigmento de zonas onde está a mais ou queremos criar uma sensação de maior luminosidade e uma simples folha de papel de cozinha, para absorver o excesso de água ou tinta que correu para uma zona que não queremos, é uma ferramenta tão importante como os pincéis.
Também comecei a conseguir controlar melhor as linhas finas com o pincel. Aqui, sem dúvida, o tipo de pincel que se usa é muito importante mas também é preciso treinar a estabilidade da mão.
Podia fazer batota e desenhar as linhas finas com caneta ou aparo mas resolvi aprender a fazê-lo com o pincel e aguarela, mesmo só por teimosia 🙂
Descobri os tutorials da Inglesa Kathryn Coyle (Little Red Boots) há uns meses e mais com a intenção de entreter a Joana. Ao fim de pintar dois pássaros a minha filha perdeu o interesse e eu é que tenho continuado a fazer as pinturas segundo as suas lições.
Acabei por ir comprar aguarelas mais a sério (estava a usar um conjunto para crianças da Giotto, que não é mau mas não tem o pigmento muito concentrado e é mais difàcil fazer zonas de sombra) e as minhas tentativas nunca ficam fenomenais e têm imensas falhas mas são sempre divertidas e, melhor que isso, permitem-me desligar o cérebro durante uma hora.
Também fiz algumas tentativas de pintura sem instrutor, usando fotos como referência para o desenho.
Achei alguma piada a pintar os meus gatos mas o resultado tem pouca tridimensionalidade, que ainda preciso de trabalhar muito. Tenho de tentar de novo com as novas aguarelas a ver se já consigo fazer melhor.
É bom sentir novamente o desafio de aprender algo novo. Acho que preciso disso regularmente.