Há umas 3 semanas fui à s compras. Quando experimentava uma camisola no provador de uma loja, de repente vi-me de costas, naqueles espelhos que fazem quase 360 graus e não me reconheci. Achei que estava na hora de ganhar coragem e perder uns quilinhos outra vez.
Como me conheço bem sei que o problema maior é ter de ser eu a decidir o que comer. Por isso pedi ao Pedro para me formular uma dieta. Ele tem tido bastante sucesso coma dieta slow carb e tornou a coisa um projecto. Arranjou um caderninho para tirar notas das regras, quantidades de cada elemento e as nossas medidas semana a semana.
A vantagem desta dieta é que não implica parar de comer. Muito pelo contrário, algumas das doses pareceram-me grandes demais e tive, por exemplo, de parar de comer feijão à noite porque ficava cheia demais.
O objectivo é comer os alimentos certos e cortar aqueles que são transformados em gordura. Não vou entrar em grandes pormenores porque o Pedro sabe mais disto do que eu e já escreveu um post no macacos para quem estiver interessado, mas basicamente é comer proteàna, carbo-hidratos de absorção lenta e vegetais e cortar açúcar, cereais e lacticànios.
Ter um personal chef dá montes de jeito nestas coisas, porque se eu tiver que comer o mais provável é ir comer porcaria. Sabendo isso, o Pedro tem cozinhado as nossas refeições para os dias seguintes e eu, que sou o mais preguiçosa na cozinha que se possa imaginar, só tenho que aquecer a comidinha no dia seguinte.
Ao fim de duas semanas perdi quase 3 kg e vários centàmetros em todas as partes medidas, pelo que acho que está a funcionar. A barriguinha não desaparece mas desde que a roupa me sirva já estou feliz.
Ao princàpio cortar o açúcar foi tramado, e os cravings continuam a atacar ocasionalmente mas uma coisa muito estranha ajudou-me a não ceder. “Não me consegui conter” é uma desculpa muito comum entre predadores sexuais e sempre a achei muito esfarrapada. As pessoas são capazes de grande auto-controlo, especialmente quando se trata de magoar os outros, a menos que não se queiram controlar. Portanto cada vez que sentia vontade de mandar tudo à s urtigas e comer um gelado pensava que era melhor que essa escumalha humana e lá passava mais uma crise. Espero acabar por me habituar sem ter de pensar em coisas nojentas.
É claro que o nosso auto-controlo não é tão bom no que diz respeito a fazer mal a nós próprios. Por isso é que comemos montes de porcarias que nos fazem mal, ou passamos horas e horas sem comer nada ou noites sem dormir porque há algo mais importante.
Hoje foi um bom exemplo disso. Até à s oito da noite tudo o que comi foi um batido de proteànas de manhã, um ovo cozido e umas cinco ou seis nozes durante a tarde. Tudo porque tenho uma encomenda com um prazo apertado e queria adiantar o máximo que conseguisse ainda hoje. E com essa desculpa passei o dia sem comer.
No entanto, apesar de ser pouco saudável, acho que mereço um prémio por me ter limitado aos alimentos aprovados quando tinha um armário cheio de bolachas.
A boa notàcia é que amanhã é o cheat day e posso comer o que me apetecer sem grande estrago.