Em Agosto fomos passar uma semana de férias no Alentejo. Para além de ceder a casa, a minha mãe avisou-me que havia uma gatinha que ia lá todos os dias pedir comida e fiquei encarregue de a alimentar. É uma gata linda, com o pelo creme clarinho, quase branco. Acho que deu umas arranhadelas aos miúdos, mas no geral era muito meiguinha.
Aquilo que reparámos logo foi que tinha os mamilos inchados e a pele da barriga muito solta pelo que devia ter tido uma ninhada recentemente. Quando a minha mãe voltou para a casa, confirmou-se essa versão porque um dia apareceu lá com os gatinhos. Eram 3: um branco com a cauda creme, como a mãe, e dois amarelos. A minha mãe achou que dois deles eram gatas porque pareciam mais pequenas mas entretanto já confirmámos que são todos gatos.
Infelizmente a misoginia parece estender-se aos animais e para aqueles lados matam todas as gatas e gatinhos que apanharem, por isso a minha mãe começou com a tentação de trazer os bichos. Eu, que já tenho 4 gatos, ao inàcio estava muito lá, lá, lá, não estou a ouvir, mas depois de ver umas fotos e ir lá ver os fofinhos em pessoa comecei a ficar entusiasmada com a ideia de ter um gatinho bebé em casa outra vez. Já tinha falado disso com o Pedro porque achámos que os miúdos iam adorar, e se esperamos muito eles crescem e não tem tanta piada.
Disse então que ficava com um. A minha mãe ainda ficou no alentejo mais umas semanas a ganhar a confiança dos bichos para os tentar apanhar sem ser cortada à s tiras (a minha tentativa de apanhar um deles não correu muito bem e vou ouvir falar disso para o resto da vida, porque aparentemente o gatinho ficou “muito traumatizado”).
Finalmente lá vieram dois dos três gatos. Por essa altura eu já estava ansiosa para ter cá o gatinho mas a minha mãe entrou em modo de “ah, deixa-os ficar cá em casa uns dias para se adaptarem” e foi um bocado como dizerem a um miúdo de 5 anos que o natal tinha sido cancelado esse ano. Eu percebo que ela está com os instintos maternais em overdrive mas adaptar um gato a uma casa para depois o mudar para aoutra não faz sentido nenhum. Enfim. Ao segundo dia lancei um ultimato porque sinceramente também não aguentava mais tempo aquela coisa do é, não é.
O Chewie finalmente veio cá para casa. É um gato super meigo, brincalhão, que ronrona assim que se pega ao colo. Nunca tive um gato que se adaptasse a estas mudanças de ambiente e humanos tão depressa. Tem mesmo a personalidade certa para ser domesticado.
O Tiago estava muito reticente ao princàpio porque tem uma grande empatia com bebés e imaginá-los em sofrimento faz-lhe muita confusão, por isso prefere evitar qualquer assunto que meta bebés. Ter um cá em casa estava a causar-lhe uma ansiedade tremenda até se aperceber da fofura que é ter um gatinho, especialmente um tão simpático como este.
Aquilo que ainda está a decorrer é a aceitação do gato novo pelos outros que já cá estavam. A Nikita é a mais agressiva e não resiste a ir lá dar umas patadas de vez em quando. Os outros rosnam ocasionalmente mas deixam-no em paz. O problema é que o Chewie não tem medo deles e quer companheiros para a brincadeira por isso de vez em quando ataca-lhes a cauda e eles não ficam mesmo nada satisfeitos 🙂
Ao fim de duas semanas, os meus pais fizeram uma viagem e deixaram cá os outros dois gatinhos (o terceiro tinha sido apanhado entretanto pelo vizinho que toma conta da gata quando a minha mãe não está lá). A felicidade do Chewie foi indescritàvel. Não param de brincar, dormem todos juntos e ele anda a mostrar a casa aos irmãos. Os outros, apesar de desconfiados, como percebem que o irmão anda à vontade e sem medo, também já começaram a andar pela casa mais à vontade.
– So, I got a new kitten. His name’s Chewie.
My mom had to go on a trip so she left Chewie’s brothers with me for a few days. They’re happy to be reunited 🙂
O Chewie faz-me lembrar imenso o Cooper. Não é que os laranjas sejam sempre iguais, mas os que conheço têm tanto de louco e aventureiro como de mimalho. O meu amarelo gosta de colo, não tira olhos a ninguém se alguém quiser mais colinho do que a ele lhe apetece, ronrona sempre que interagimos com ele, raramente mete as unhas de fora.. Nunca me arranhou excepto quando me resolvia trepar para os ombros para me encher de marradinhas e mamar no pescoço. Tem maluqueiras de correr pela casa, e quando se chateia adora deitar coisas ao chão, mas é tão doce. Parabéns pela nova aquisição! Também tenho saudades de gatinhos bebés, mas estou a tentar controlar-me 🙂
Já tive uma gata amarela, mas era super ansiosa. Este de facto é um achado. E o irmão, que ao princÃpio era uma fera, também já deixa fazer festas e já esteve no meu colo. São ambos lindos. o teu Cooper também é uma maravilha, que eu tenho visto as fotos 🙂