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Viagem a Inglaterra: Londres, dia 1

Há uns meses decidimos marcar férias. O ano passado fomos uma semana ao Gerês, mas fora isso não tirávamos umas férias decentes há oito anos. A última tinha sido uma viagem a Praga quando eu estava grávida do Tiago. Viajar com crianças pequenas é uma complicação e nunca mais nos atrevemos.

Este ano, porém, num momento de loucura, resolvemos então planear uma viagem a Inglaterra, com o duplo objectivo de levar os miúdos à  Legoland de Windsor e também visitar o meu irmão em Leamington Spa.

Estava convencida que, com as marcações online, tinha a vida facilitada, mas a verdade é que a coisa requer muito mais tempo e paciência do que eu pensava. É preciso comparar preços de várias companhias aéreas, que também variam muito de acordo com o dia da semana e a hora do và´o. Acabámos por marcar voo de ida pela Easyjet e de regresso pela Ryanair, o que significa que aterrámos em Londres no aeroporto de Luton e regressámos pelo de Stansted.

Como estes aeroportos ficam no meio de lado nenhum, foi também necessário marcar shuttles e comboios. A marcação dos comboios é outra aventura. Há um site central mas depois há imensas companhias diferentes. Os bilhetes podem ser “anytime” ou com hora marcada e os preços têm variações brutais. Para 3 pessoas (porque a Joana tem menos de 5 anos e não paga), os bilhetes mais baratos custaram 15 libras e os mais caros 95,90 libras (de Windsor para Leamington Spa).

Marcar o hotel em Londres foi simples mas o da Legoland nem por isso. Tentei usar o formulário do site mas eles só têm aquilo preparado para moradas inglesas e não aceitava o nosso código postal. Acabei por ter de telefonar para lá e fazer a reserva por telefone. Estão a imaginar o que é dizer os nossos nomes e moradas por telefone a um inglês? Foi preciso soletrar praticamente tudo. Porém, o senhor que atendeu o telefone e fez a reserva foi muito simpático, de acordo com o espà­rito orientado para as crianças do hotel. Aliás, acho que até foi simpático demais porque pà´s-se a elogiar o meu inglês (para uma estrangeira) entre outros comentários conversadores, enquanto eu estava era a tentar despachar a coisa porque as chamadas internacionais são caras. Mas lá ficou resolvido.

Depois de tudo planeado, marcado e investigado, o último fim de semana antes da viagem foi para fazer as malas, tentando planear tudo o necessário sem levar tralha a mais. O pior é mesmo prever que roupa levar para o clima bipolar dos ingleses. Sabia que estavam menos 10 graus que cá mas uns dias chove e outros faz sol e é preciso planear roupa para frio e calor ao mesmo tempo.

Na manhã do dia 15 de Junho lá fomos nós para o aeroporto, em grande conforto graças à  boleia do meu pai. Ir de transportes com duas crianças ensonadas por se terem levantado à s 6 da manhã teria sido muito mais difà­cil.

Fomos para o terminal 2 do aeroporto onde, depois de despachar as malas, estive numa fila gigante. Era tão grande que fazia um U para não sair porta fora. É claro que há sempre uma maltosa que se aproveita destas coisas e fartei-me de ver familias inteiras de portuguesinhos a saltar de um lado para a outra da fila como quem não quer a coisa. É só espertalhões por este paà­s fora.

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A primeira viagem de avião dos miúdos correu bem excepto na descida, quando o Tiago se queixou da pressão nos ouvidos. É de facto a parte mais desagradável para quem não está habituado e não sabe bem fazer aquela coisa de dar os estalinhos para libertar a pressão. Lembrei-me de levar comida de casa porque nas companhias low cost não servem comida a menos que se queira ser extorquido. O Tiago declarou que foi a melhor sandes que já tinha comido. Quando a fome aperta, as coisas mais simples são as melhores 🙂

Chegados ao aeroporto de Luton, comprámos comida na loja da M&S, levantámos os bilhetes de comboio (pré-reservados) numa máquina automática e fomos à  procura do autocarro de shuttle para a estação de comboio. A viagem foi rápida e o comboio para Londres era confortável. Ficámos nuns lugares com mesa, o que deu para o almoço improvisado. Quando saà­mos na estação de Farringdon é que andámos um bocado à s aranhas porque era suposto aquilo ter ligação com o metro, mas para se comprar bilhete de metro era necessário sair da estação e voltar a entrar e as máquinas da saà­da onde estávamos não aceitavam os bilhetes de comboio. Enfim, lá fomos ter com um funcionário que nos abriu a porta e conseguimos ir comprar os oyster cards, que são os cartões de metro pré-pagos.

Quando chegámos finalmente à  estação de Paddington já estava tudo farto da viagem. Ainda foi preciso andar imenso tempo dentro da estação para chegar à  saà­da mais próxima do hotel e ter muita paciência para os semáforos da zona que ficam fechados meia hora e abrem para os peões 5 segundos. Pronto, OK, a meia hora é um bocado exagero mas o outro nem por isso. Se uma pessoa olha para o lado, já está vermelho outra vez.

Cinco minutos depois estávamos no Rose Park Hotel que tinha um ar um pouco menos acolhedor do que nas fotos, e um empregado que conseguiu logo meter um comentário machista na primeira interacção.

O quarto era pequeno mas tinha 3 camas confortáveis e casa de banho com duche. Infelizmente estava um calor insuportável lá dentro e o AC não parecia fazer grande coisa. O tempo passado no hotel consistiu em aturar dois miúdos de cuecas a saltitar de cama em cama aos gritos enquanto lhes dizà­amos para fazerem pouco barulho e eu tentava planear o que visitar a seguir.

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Na primeira tarde fomos a pé até Hyde Park e Kensington Gardens que era mesmo ali ao lado. Basicamente é tudo a mesma coisa só que Hyde Park fica de um lado da estrada e Kensington Gardens do outro. Vimos os Italian Gardens com as suas múltiplas fontes e começámos a andar em direcção ao Diana Memorial Playground, mas os miúdos estavam cansados da viagem e não chegámos longe antes de voltar para trás. Acabei por levar a Joana a um parque infantil perto do Lancaster Gate, onde subitamente o cansaço desapareceu. Aliás, durante a viagem foi assim com tudo. Estavam sempre muito cansados até aparecer um sí­tio para brincar onde de repente tinham uma energia infindável.

Fomos jantar ao McDonalds e a comida era horrà­vel. Tinha ideia que McDonals era igual em todo o lado, mas não é. A coca cola era só água com gás, sem sabor nenhum, e os hamburgers eram indescrità­veis. A Joana adormeceu assim que chegámos e dormiu deitada na cadeira o tempo todo. Aliás, a Joana dormiu em todo o lado. Foi preciso andar com ela ao colo metade do tempo.

Assim terminou o primeiro dia.

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