Há uns meses li o livro The Time Machine e mais recentemente, por mera coincidência vi dois filmes sobre viagem no tempo com uma premissa muito semelhante mas ambientes completamente opostos.
O primeiro já tem uns anos e chama-se “The Butterfly Effect” . O segundo é mais recente e chama-se “About Time”.
Ambos têm como personagem principal um rapaz que, ao crescer, descobre que consegue viajar no tempo, mais precisamente ao passado, e alterar eventos. Em ambos os casos esta é uma caracteràstica que é passada de pai para filho.
As semelhanças param aqui e os filmes não podiam ser mais opostos em todos os sentidos. O Butterfly Effect é deprimente, obscuro e tudo o que se imagina que alguma vez poderia correr mal na vida de uma pessoa acontece. Por mais que o personagem regresse a momentos chave no passado para corrigir um evento, as consequências são sempre horràveis. É o exagero extremo para demonstrar um ponto de vista. Compreendo e admito que até é um bom filme mas fiquei deprimida durante dias depois de o ver.
O filme About Time, pelo contrário, é uma comédia romântica, escrita pelo Richard Curtis (que também escreveu o Love Actually). É mais ou menos o mesmo estilo. É divertido, com algum drama à mistura, mas mais lamechas do que bruto.
Neste filme as consequências são geralmente positivas e por vezes hilariantes, com alguns percalços pelo caminho, facilmente solucionáveis.
O personagem precisa de fazer escolhas difàceis por vezes, porque não pode estar em dois sítios ao mesmo tempo e logo, não pode afectar a vida de toda a gente, mas acaba por safar grande parte das situações, e o filme termina com a moral da história, que é sobre viver cada momento como se fosse a segunda vez, ou seja, prestando atenção aos pormenores e apreciando-os.
Este foi certamente o filme de que gostei mais porque sinceramente, já ando deprimida o suficiente sem ajuda.
Achei interessante o facto de ambos os filmes abordarem parte da natureza humana mas se focarem em extremos opostos. Para a maioria das pessoas o mundo não é nem tão negro nem tão cor de rosa. E ainda bem.