Outras ferramentas úteis
Um dos elementos mais básicos na bijutaria são as argolas. Podemos comprar argolas feitas mas também podemos fazer as nossas, já que isso nos permite maior flexibilidade nos tamanhos e grossura de arame disponàveis e também nos dá a certeza de não se acabar o material a meio do projecto, uma vez que podemos sempre fazer mais.
Podemos fazer argolas com o alicate de pontas redondas, mas se precisarmos de muitas de uma vez e quisermos ter a certeza que ficam todas com o mesmo tamanho, o ideal é usar uma adrasta para enrolar o arame. As espirais que se formam com este método, são depois serradas para formar argolas individuais.
Não é preciso investir numa ferramenta cara. Em muitos casos, algo como uma agulha de tricot com o diâmetro certo serve perfeitamente. No entanto, se fazer argolas for uma tarefa muito frequente, como no caso de pessoas que se especializam em peças de cota de malha, uma ferramenta especàfica para enrolar espirais de arame, como o coil bead maker (à€ esquerda na foto), reduz bastante o esforço necessário. Enquanto que para enrolar as argolas numa simples agulha de tricot precisamos de exercer alguma força para impedir que a espiral alargue, esta ferramenta tem uma alavanca que, ao rodar, estica enrola o arame sem ser necessária tanta força fàsica.
Para além de serem óptimos moldes para fazer espirais, as agulhas de tricot também servem para o seu propósito original – tricotar – só que com arame.
Utilizando arame fino – 0,2 ou 0,3mm – podemos elaborar peças usando os mesmos pontos do tricot tradicional, tendo apenas o cuidado de formar cada laçada com o tamanho certo. Podemos também juntar fio de crochet ou lã juntamente com o arame para dar cor e textura, e adicionar contas ou misturar arames de cores diferentes.
A par do tricot, também é possível fazer crochet com arame. As agulhas podem ser finas ou grossas mas tanto as de tricot como as de crochet devem ser de metal. As de plástico ou madeira são muito moles e ficam facilmente estragadas quando usadas com arame.
Para fazer anéis precisamos de um objecto cilàndrico com a grossura do dedo para formar a base do anel. Este objecto pode ser qualquer coisa, desde a pega de um utensàlio de cozinha a um marcador grosso. Porém, quem prefere utilizar a ferramenta apropriada para o efeito, pode adquirir uma adrasta de anéis, que se vê no topo da foto ao lado. É um cone metálico que permite formar anéis mais grossos ou finos, variando a zona onde se molda o metal.
Também existem adrastas com outras formas – quadradas, ovais, triangulares, etc. – e adrastas para pulseiras, com um diâmetro maior.
O objecto do meio serve para medir anéis já formados. Não serve para formar aneis porque a zona dos números é plana e causaria deformação no anel. É uma ferramenta útil para descobrir que medida de anel uma pessoa usa através da medição de um anel que já tenha, mas não é necessária para o artesão comum. A aneleira é outra ferramenta de medida para anéis com o objectivo inverso: consiste num conjunto de anéis de tamanhos graduados e serve para medir o próprio dedo para determinar o tamanho do anel a executar.
A forja é uma técnica de trabalho de metal que consiste em martelar o metal em cima de uma superfàcie ràgida, como o aço. Há quem use apenas uma chapa de aço com cerca de 1 a 2 cm de altura mas o tradicional é a bigorna. Ao lado vemos uma versão pequena de uma bigorna, ideal para trabalhar argolas e outras pequenas peças de bijutaria. O metal, ao ser martelado torna-se mais duro e por isso tem mais tendência a manter a forma que lhe demos.A ferramenta mais abaixo na foto chama-se um paquàmetro e serve para medir a espessura da chapa metálica, tamanho das contas, espessura do arame, etc. Recomendo a versão moderna digital que é extremamente precisa.
Ao usar um martelo de metal vamos achatar o arame, uma técnica que permite dar mais interesse à s peças pelas diferenças na espessura ao longo do arame. Alguns martelos têm um lado direito e ou lado curvo, como uma bola, que permite dar textura ao metel. Se quisermos fortalecer um componente sem o deformar devemos utilizar um martelo de nylon (à esquerda na imagem) ou de cabedal (mais tradicional).
Na foto do lado vemos dois exemplos de serras de joalheiro ajustáveis, que utilizam umas serras muito finais ideais para cortar arame e placas metálicas sem criar um espaço muito grande entre as duas pontas a serrar. Esta serra é ideal para cortar espirais de argolas, sendo mais rápida e eficiente do que o alicate de corte a criar um grande número de argolas de uma vez. A serra deve ser lubrificada com óleo ou cera para não agarrar ao metal (porque poderia partir) nem aquecer demasiado
à€ direita das serras vemos 3 limas, utilizadas para retirar os bicos das pontas do arame e marcas dos alicates. Tal como a lixa, as existem limas com um grão mais grosso que permitem retirar mais metal de uma só vez ou mais finas para os acabamentos. Os arames coloridos ou banhados a prata ou ouro não podem ser limados porque a cor é apenas uma camada superficial que é arrancada com este processo.
O tambor rotativo (tumbler) ilustrado na foto ao lado, foi criado para polimento de pedras mas também é muito utilizado em bijutaria para endurecer o metal dos componentes que requerem alguma resistência, como por exemplo os anzóis de brincos, e também para limpar e polir as peças terminadas.
O funcionamento desta ferramenta consiste em colocar dentro do tambor a peça que queremos limpar ou endurecer, juntamente com pequenos pedaços de aço de diversos formatos que, com a rotação do tambor chegam a todos os recantos da peça, permitindo um acabamento mais perfeito. Se não quisermos endurecer o metal mas apenas limpá-lo, as bolinhas de aço podem ser substituàdas por arroz cru e seco. Estes fragmentos vão friccionando a peça através da rotação do tambor e procedem assim à limpeza ou endurecimento.
O processo pode ser feito a seco (no caso do arroz) ou adicionando água e sabão ou outro pó de limpeza quando se utilizam as bolinhas de aço.
É preciso cuidado no que diz respeito ao tipo de peças que se podem colocar no tambor rotativo. Pérolas, turquesa e outras pedras moles, ficam danificadas com este processo e não podem ser limpas aqui. O mesmo acontece com contas de vidro que tenham uma camada colorida superficial ou no interior já que essa camada será arrancada juntamente com a sujidade da peça. Os arames com banho de prata ou ouro são geralmente seguros desde que a camada não seja demasiado fina. Este método é particularmente eficaz para limpeza de correntes e outros objectos com recantos onde é difàcil chegar manualmente.
Por fim temos as ferramentas necessárias para soldar, que podem ser vistas na foto do lado.
Aqui começamos já a entrar no domànio da joalharia mas a soldadura pode ser necessária em alguns casos, mesmo em bijutaria.
Antes de começar, convém obter bastante informação sobre o assunto ou até mesmo ter umas aulas. É importante compreender as normas de segurança uma vez que estamos a trabalhar com fogo e metal que chega a atingir os 800 graus, o que pode causar graves queimaduras. Para além disso, a soldadura requer alguma experiência porque o ponto de fusão da solda e da chapa ou fio é um intervalo muito pequeno que ocorre em poucos segundos. É boa ideia fazer algumas experiências com pequenos restos de metal antes de tentar soldar uma peça que já deu horas ou dias de trabalho.
Necessitamos primeiro de um maçarico. O da imagem é pequeno e semelhante aos utilizados para culinária. Para não pegar fogo à mesa, é também necessária uma base que dissipe o calor, como por exemplo um azulejo ou tijolo refractário. A soldadura requer obviamente solda, que pode ser em pasta, em fita ou em chapa e um fluxo de soldar, ou seja, um làquido que ajuda a solda a fluir e que em português se chama “tincal“. Existe tincal làquido (frasco amarelo), em pó (frasco branco) ou sólido. O tincal também serve para proteger o metal da oxidação, especialmente na zona da soldadura, uma vez que a solda só corre se o metal estiver bem limpo. É aplicado com pincel ou por imersão da peça. Quando ferver tem tendência a desalojar os palhões de solda pelo que, em trabalhos delicados, prefiro usar a solda em pasta (a seringa da imagem).
Quando mexemos nos quàmicos convém usar luvas para proteger a pele das mãos e também é conveniente usar uma máscara e trabalhar num ambiente ventilado devido aos gases de combustão que são produzidos pelo maçarico.
Na imagem vemos também um tijolo de carvão que se usa como base para soldar. Ao contrário do material refractário que dissipa o calor, o carvão concentra-o, aquecendo a peça mais rapidamente. Também é útil para soldar pequenas peças em que a chama directa faria derreter o metal rapidamente. Apontando a chama para o carvão, criando assim um calor indirecto, permite soldar fios muito finos e outras peças delicadas.
Olá. Você sabe onde posso encontrar, no Brasil, ferramentas como essa coil bead maker?
Obrigado.
Sou de Portugal pelo que não o posso ajudar mas certamente que encontra essa ferramenta em lojas online. Foi como comprei a minha.
No Amazon tem.
ola! sabe onde posso encontrar arame de soldar? aqui em Portugal? mais precisamente em Lisboa.
Solda para quê? Há solda para prata, ouro, cobre e também aquela solda de estanho que se derrete com um ferro eléctrico.
A solda para metais preciosos vende-se numa loja de materiais para joalheiros (há uma ao pé da Praça do Chile), a de cobre e estanho vende-se em lojas de ferragens e sÃtios como o Leroy Merlin, Aki, etc.