Fui hoje tirar o aparelho. Foi ano e meio de dentes robóticos e aposto que a minha filha não me vai reconhecer quando me vir hoje.
O dente problemático já foi ao sítio há meses e meses e estes últimos foram, aparentemente, para estabilizar. Go figure. Os outros continuam todos tão direitos ou tortos como já eram, mais coisa menos coisa.
Amanhã vou colocar a contenção, que é um araminho pela frente e um bocado de plástico por todo o céu da boca. Diz que aquilo dá vómitos a colocar mas passa e tem a vantagem de se poder tirar, tanto para comer como para lavar os dentes. Vá, cantem lá comigo – I belieeeeeve I can floooosss! É verdade, a coisa mais irritante do aparelho é a higiene oral. Demorar meia hora para lavar os dentes quando estou cheia de sono é uma seca.
Mas, claro, como agora tenho um dia de dentes branquinhos pela frente, tinha que haver alguma coisa para equilibrar. Desta vez foi uma conjuntivite viral (leia-se, associada a dor de garganta e outros sintomas respiratórios) com infecção bacteriana secundária. Não fiquei tão mal como o Pedro mas não tem sido agradável. Está a passar relativamente depressa mas deixei de poder usar as lentes de contacto e ainda estou com os olhos um bocado vermelhos.
Já não me lembrava de como é horràvel usar óculos. Estão sempre a escorregar pelo nariz abaixo, ficam molhados pela chuva, não dá para usar óculos escuros (a menos que venham acompanhados de uma bengala e um cão, que eu tenho mais de 5 dioptrias), não posso olhar para baixo se estiver a descer escadas a menos que queira cair e acertei com a porta do carro na cara porque medi mal a distância.
Mas pronto, sem o aparelho fico mais com ar de bibliotecária e menos com ar de Ugly Betty.
Agora vou ali trabalhar mais um bocadinho para ver se tenho tempo esta semana de acabar as coisas para o aniversário do Tiago.