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Kindle

No post anterior falei no Kindle que o Pedro me ofereceu como presente de aniversário de casamento e isso lembrou-me que ainda não tinha escrito nada sobre isso.

Quando o meu irmão me ofereceu o ipod comecei a usar imenso o ibooks porque posso andar com quatro ou cinco livros atrás sem o peso dos calhamaços. O único problema é que o ecrã é muito pequeno.

Comecei então a pensar no ipad, não só para ler mas também por causa de um programa de música que me pareceu muito giro, só que é super caro. Foi então que o Pedro resolveu dar-me o Kindle.

O Kindle é muito mais barato do que o ipad, mas também só serve mesmo para ler, e tem um ecrã um pouco mais pequeno que uma página A6. Tem um peso semelhante a um livro mas é fininho e permite armazenar montes de livros ao mesmo tempo para se poder mudar conforme o estado de espà­rito ou para não corrermos o risco de ficar sem nada para ler na sala de espera do dentista porque se chegou ao fim do livro que estávamos a ler. Dá montes de jeito.

O ecrã não é iluminado, pelo que precisa de luz ambiente para ler, tal como um livro normal. Ou seja, quando vou para o quarto da Joana à  noite, enquanto espero que ela adormeça, continuo a levar o ipod para poder ler ou jogar sem ter de acender a luz. Em qualquer outra circunstancia passei a usar o Kindle. O ecrã é excelente e não cansa os olhos, algo que é um problema com ler no computador ou ipod.

Uma das grandes vantagens do Kindle é que só consome energia quando mudamos de página. Assim que a página é ‘impressa’ no ecrã ele já não está a fazer nada. Isto quer dizer que a bateria dura imenso tempo, ao contrário do ipod que é preciso por a carregar todas as noites.

Fora isso tem uma série de caracterà­sticas que os outros programas de ebooks também têm, como poder aumentar ou reduzir o corpo de texto ou ler com o ecrã vertical ou horizontal.

O Kindle também tem função de pesquisa que nunca usei mas que deve dar imenso jeito quando se anda à  procura de uma citação especà­fica num livro sem saber a página, e dá também para sublinhar ou acrescentar notas associadas a determinadas passagens nos livros, algo que dá imenso jeito a quem usa um livro para estudar, por exemplo. No meu caso é mais por diversão portanto ainda não precisei de nada disso.

O index pode ser organizado pelo livro que foi lido mais recentemente, autor ou tà­tulo, cada livro é seguido de uma linha ponteada que indica até onde é que lemos (os pontos ficam maiores na parte que já lemos). Pode parecer pouco importante, mas quando estou a ler uma série que tem tà­tulos parecidos, basta olhar para ali para ver quais já li e em qual vou a meio.

Escusado será dizer que o Kindle fica na página em que estávamos a ler mesmo que se saia do livro e se vá a outro. A maior falha que encontrei com este sistema é que já me aconteceu mais do que uma vez ter a Joana a gatinhar por cima de mim, carregar em botões ao acaso e fazer aquilo ir parar à  primeira página. A partir daà­ já não sei como voltar onde estava – pode ser falha minha e precisar de ir ler melhor o manual mas que é irritante é.

Uma coisa que gosto bastante no Kindle é que não está sempre a entrar em power save como o ipod ou o computador. Como não está efectivamente a gastar energia, fica na página imenso tempo antes de trancar. Aquilo que gostava mesmo é que o trancar fosse opcional e desse para desligar porque tenho muitas situações em que sou interrompida constantemente pelos miúdos ou estou a fazer algo que requer a minha atenção durante um bocado e acontece-me imenso aquilo trancar precisamente quando volto à  leitura. Mas compreendo que o lock automático faça sentido para o caso de nos esquecermos daquilo em qualquer lado não correr o risco de alguém carregar nos botões ao acaso e mudar de página acidentalmente.

Também não gosto muito do facto dos números serem no menu ‘symbol’ porque quando queremos saltar muitas páginas de cada vez é preciso andar para ali a carregar em montes de teclas, mas o teclado de letras já ocupa tanto espaço que compreendo que não fosse prático tentar espetar também números ali.

No geral gosto imenso do meu novo brinquedo e acho que vou continuar a usar. Há quem diga que não gosta destas coisas porque prefere os livros em papel, e eu até compreendo, mas a verdade é que já tenho a sala cheia de estantes com livros e não há mais sí­tio, especialmente considerando que leio um livro a cada dois ou três dias se tiver tempo para isso. Como a maior parte do que leio são coisas em que provavelmente não vou voltar a pegar, para quê estar a ocupar espaço em casa com esses livros? Vou continuar a comprar em papel aqueles que eu sei que gosto mesmo e que pretendo reler e o resto serve perfeitamente em digital, com a opção de apagar se não gostar.

E para terminar, o Kindle também lê PDF, o que pode dar jeito a quem lida muito com este formato em situações de trabalho, por exemplo. É mais complicado de ler porque não temos tanto controlo sobre o comprimento da linha e é preciso fazer zoom para ver as páginas A4 com um corpo de letra aceitável. No entanto, para quem tem paciência, existem programas grátis que transformam PDF em Mobi para facilitar a leitura, permitindo assim ter o ficheiro nos dois formatos se necessário.

Outos extras do Kindle são o browser que permite aceder à  internet mas que sinceramente não recomendo excepto em situações em que não se tem outra hipótese. Dá jeito para aceder ao site da Amazon para comprar livros ou ver a lista que temos disponà­vel mas é complicado de navegar porque estamos limitados a setinhas para andar muito devagarinho para os lados, cima e baixo, até chegar ao link que queremos. Torna-se frustrante e cansativo e sente-se rapidamente o desejo de ter na mão um rato ou um touch screen. Para além disso é a preto e branco, o que também não ajuda.

O Browser tem dois modos – web mode e article mode. O web mode mostra a página toda e o article mode mostra a notà­cia/post que estiver no ecrã de forma mais simplificada, ocupando toda a área útil om o texto, para facilitar a leitura. Neste modo o texto fica tão legà­vel como o dos livros, portanto vale a pena usar se quisermos ler noticias ou posts longos.

Outra ‘experiencia’ que não recomendo excepto em caso de necessidade é o ‘text to speech’. Para cegos deve dar jeito mas a voz é muito monótona e mecânica, algumas palavras são difà­ceis de compreender ou estão ligeiramente cortadas no fim e certas frases e palavras que deveriam ter pausas são coladas e vai tudo de seguida por ali fora. Tentei usar essa função uma vez que estava a fazer um anel e não queria largar o livro mas desisti rapidamente.

A outra função extra é a hipótese de por mp3 no kindle para ter música de fundo enquanto se lê mas nunca usei essa função porque tenho o ipod para música e acho um desperdà­cio estar a gastar bateria do kindle por causa disso.

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4 Comments

  1. Também queria um Kindle para mim, acabei por desistir da ideia porque cada livro que queria comprar ou não existia para Kindle ou quando existia não havia licença para Portugal. Como tem sido contigo? Consegues comprar todas as licenças dos livros que queres ler? Olha, e o Kindle não dava também para navegar na net?
    Voltei a ficar animada com a tua review!

  2. Boa review! Parece valer bastante a pena e não é estupidamente caro. O que me chateia um bocado nisto é quando os e-books são mais caros que a edição em papel. Acho que vou esperar pelo próximo modelo, supostamente devia estar prestes a sair. Boas leituras!

  3. Acrescentei mais uns detalhes sobre os extras no fim do post. Ontem fui interrompida antes de acabar e de qualquer forma não são coisas que use muitas vezes.

    Quanto aos livros, alguns são mais baratos na versão kindle e alguns são mais caros, não sei bem porquê. Suponho que depende dos autores e das edições serem recentes ou antigas. O preço dos livros para Kindle costuma andar algures entre o hardcover e o mass market paperback. É um bocado como DVD e Blu Ray. Por outro lado, se contarmos com o custo do envio, a versão kindle é capaz de ficar mais barata porque geralmente a diferença são só cerca de 2 dollars a mais que o paperback. Os livros que tenho andado a ler são já antigos e custam cerca de 8 dollars.

    Claudia, quanto a licença para Portugal, se fores a amazon.co.uk não consegues comprar mas se fores a Amazon.com não tens problemas – pelo menos lá ainda não apanhei nenhum que não desse.

  4. Gostei da tua análise e vou deixar a minha opinião.

    No meu caso, comprei o kindle, porque também leio imensos livros (imensos nos transportes e filas) que me duram 3 dias a 1 semana e como podem imaginar, nos dias de hoje a despesa já era demasiado elevada.

    Logo andei ali a namorar o aparelho até que me decidi a comprar um em 2ª mão (uma sugestão).

    No meu caso, que leio bem em inglês, não tive dificuldades em encontrar bastantes livros para me entreter e muitos dos quais já estavam na minha lista “a comprar” e não tinha tido possibilidade financeira.

    Os livros em português é realmente uma frustração, pois ou os preços são semelhantes aos produzidos em papel (os editores ainda não perceberam que não custa o mesmo), ou então não existem no formato digital, ou então existem (depois de muita procura) em português brasileiro.

    Pessoalmente, passei de não ter livro novo para ler e ter de reler os que lá tinha em casa ou andar nas feiras a procura do mais barato, para o ter mais de 100 livros novos para ler.

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