Todos os dias faço o mesmo percurso a pé, para ir buscar o Tiago à escola. Vou a empurrar o carrinho da Joana e tenho de atravessar várias estradas, sempre na passadeira, claro.
Apesar das passadeiras, alguns carros param para me deixar passar e outros continuam como se não fosse nada com eles. Comecei a reparar nos condutores em ambas as situações e cheguei a uma conclusão interessante. Na maioria das vezes, quem pára me deixar passar são os homens e as mulheres continuam, fazendo uma expressão que identifico como ‘isto não é nada comigo, ah pronto, já passei’.
Sendo mulher, era mais lógico para mim que fosse ao contrário – afinal muitas daquelas mulheres também são mães e devem saber como é complicado navegar as nossas ruas e estradas com um bebé – carros estacionados no passeio que não deixam espaço para o carrinho passar, o facto de não podermos simplesmente atirar-nos para a estrada para atravessar porque não podemos correr o risco dos carros não pararem, etc. Mas pelos vistos não. Em vez de empatia encontro apenas egoàsmo e indiferença e são os homens, que geralmente são acusados de ser egocentricos e umas bestas ao volante, que se dão ao trabalho de parar e me indicar que posso avançar em segurança. É no mànimo curioso.
Custa-me imenso ter coisas negativas a dizer sobre o meu género mas ao fim de mais de 6 meses de observação não tenho grandes dúvidas sobre este fenómeno.
Parece-me que a atitude destas mulheres é que se algo não lhes diz directamente respeito não querem saber. Os homens ao volante têm outras falhas, nomeadamente a tendência para o excesso de velocidade e manobras perigosas, mas parecem observar melhor o que os rodeia. As mulheres dentro do seu carro agem como se estivessem isoladas do mundo e nada as afecta nem lhes diz respeito. Pior que isso – fazem de conta que não estão a ver. É uma atitude falsa e maldosa que tenho pena de presenciar tantas vezes.
De certeza que já ouviram muitas mulheres com a conversa do ‘se o mundo fosse dominado por mulheres não havia guerras’. A minha opinião hoje em diz é que se calhar não havia de facto muitas gerras como elas existem agora mas não sei se a alternativa era melhor. Acho que iamos viver num mundo de intrigas mesquinhas, facadas nas costas e veneno no copo da vizinha.
pois é Dalila… ainda bem que não sou a “única” a pensar assim 🙂
eu por cá apanho constantemente com o tipo de comportamento que mencionas e pensei que fosse “typisch deutsch”, não só com as mulheres condutoras mas em qualquer atitute que implique um pouco de gentileza para com uma mulher com um carrinho de bebé ou com uma criança. Inúmeras as vezes em que a senhora que acabou de entrar à minha frente numa superfÃcie comercial me fechou a porta na cara quase acertando no carrinho do T. se eu não me desviasse; ou o grupo de velhotas a ocupar o passeio todo de um lado ao outro e nenhuma se querer desviar quando a alternativa seria desviar-me eu com o carrinho para a estrada… needless to say que neste tipo de situações tornei-me perita em atropelar gentilmente para passar a mensagem. O pararem na passadeira é sempre o pior, inclusivé das vezes que quase fomos (eu e o T.) atropleados em passadeiras com sinal verde para os peões foram sempre mulheres no volante. Uma, que por 5 cm não levou o Tiago à frente quando nós já estávamos a meio da passadeira e ela, que estava parada, resolviu abrir à velocidade toda, teve o azar de a conseguir apanhar junto ao estacionamento da polÃcia….disse que não viu .
em contrapartida dos homens, desde o voltarem para trás do caminho para abrir e segurar a porta ao aperceberem-se que eu ia entrar no espaço de onde tinham saÃdo, do carregar o carrinho com o T. pela rua fora até casa porque ficámos entalados na neve (:-D), carregar compras. E na passadeira, param sempre….pelo menos até agora…
eu pergunto-me muitas vezes se essas mulheres ainda não têm filhos, não tiveram ou não quere vir a ter. Sinceramente espero que seja a última hipótese
Isso tem uma explicação lógica. Nós mulheres estamos sempre com muito mais pressa do que os homens porque temos 500.000 coisas para fazer a mais que eles 😉
Oh Ana, isso é a mesma desculpa que as velhas usam para passar à frente na fila do supermercado, que é mais um exemplo (entre muitos) de mulheres que só vêem os seus próprios interesses à custa de toda a gente que as rodeia.