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O desafio da primeira semana

Passámos a ter que nos levantar mais cedo para estarmos prontos quando chegam os homens das obras à s 8 da manhã. Isso até é bom porque o Tiago estava sempre a chegar atrasado á escola ““ é suposto entrar à s 9 ““ e a educadora já se tinha queixado que isso interferia com as actividades da manhã.

O maior problema, mesmo assim, é com a Joana porque como as obras do sotão continuam a Joana não dorme com o barulho. Só consigo que ela durma sestas deitada no berço quando os homens saem para almoçar e quando finalmente se vão embora ao fim do dia. Mas por essa altura chega o Tiago, que não é propriamente silencioso, e é outra vez o mesmo problema.

Tive também a tarefa de convencer o empreiteiro que o algeroz não podia ficar por fora e que ele tinha de arranjar solução. Depois de muitos argumentos lá o consegui convencer a voltar a colocar o algeroz por cima da placa ““ é pior para nós mas pelo menos acaba com a guerra. O empreiteiro diz que o problema é que o algeroz devia ser mais inclinado do que ele consegue fazer lá em cima, o que pode causar entupimentos mais frequentes. Eu sei que ele tem razão nestas questões técnicas e que vamos voltar a ter problemas de futuro mas vai ser uma questão de sermos nós uns grandes chatos e esperar que o condominio resolva e pague os estragos futuros.

O Pedro ligou à  administradora do nosso prédio a dizer que estavamos a resolver o problema e eu tentei ligar à  administradora do prédio do lado que não atendeu. Voltou a ligar na terça de manhã e lá consegui falar com ela. Ainda vão enviar uma cartinha oficial a expor o problema, só para se protegerem e poderem dizer que nós fomos informados mas em pricà­pio a situação não irá piorar porque o algeroz interno começou a ser montado nesse mesmo dia. Acho que prefiro ter baldes espalhados pela casa do que vizinhos a chatear-me.

Estou extremamente cansada e nem consigo descansar nem consigo avançar o suficiente nas arrumações. Na terça à  tarde vieram montar o roupeiro e já comecei a vazar mais uma caixas, arrumando a roupa no sí­tio, mas sobra muita coisa porque ainda não decidimos onde colocar as estantes e estamos à  espera que o sotão fique pronto para o usar finalmente como arrecadação para todas aquelas coisas que não se usam diariamente.

Como exemplo do meu nà­vel de cansaço, na terça de manhã levámos a Joana à  consulta e afinal era só em Novembro. Só liguei ao dia do mês e ignorei o resto. O Pedro diz-me coisas e eu até estou a prestar atenção mas não fica nada registado na memória e o cansaço fà­sico, de passar dias e dias a carregar caixotes, é indiscrità­vel. O mais estranho é que à s 6 da manhã já estou completamente acordada e não consigo dormir mais. Go figure…

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