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A sonhar com um castelo

Com a previsão do aumento da famà­lia torna-se cada vez mais obvio que a certa altura vai ser necessário mudar de casa. Já estava convencida que não ia haver mais nenhum bebé e como tal podiamos ficar confortavelmente por aqui, mas com a confirmação da gravidez os nossos planos de mudar de casa começaram subitamente a solidificar.

Já andavamos há algum tempo a visitar ocasionalmente os sites das imobiliárias, um bocado por desporto, e um dia o Pedro encontrou uma casa com uma área que parecia brincadeira pelo preço que pediam. Não tinha uma única foto e dizia claramente que precisava de obras pelo que a nossa ideia foi logo ‘está a cair de podre’. De qualquer forma resolvemos ir ver a casa, até porque a ideia de fazer obras e conseguir por a casa ao nosso gosto era tentadora.

No sábado, depois de um atraso forçado porque a entrega das compras do Jumbo chegou uma hora mais tarde do que o horário previsto – se os gajos precisam de tirar uma hora para almoçar porque é que fazem entregas das 12 à s 2? É óbvio que se vão atrasar! – fomos ver a casa. Devo dizer que não vi quase nada. Estava à  espera dos buracos, e isso encontrei – duas manchas de humidade enormes nas paredes externas, instalação eléctrica medieval, um buraco no tecto da casa de banho que parecia uma tentativa amadora de passar canalização para o sótão, uma viga do telhado fora de sí­tio e assente num tijolo, etc – mas de resto não vi nada com grande pormenor. Tentei ignorar ao máximo os móveis velhos e o lixo que proliferavam por toda a casa pensando que isso não é para ficar e como tal não deveria influenciar a minha opinião da casa.

Apesar da casa ter graves problemas a resolver, a verdade é que isso não me fez desistir da ideia porque como os problemas são mais ou menos óbvios (pode sempre haver surpresas desagradáveis, mas não nos vamos precipitar) podiamos partir para esta aventura com a clara noção do que seria necessário fazer em vez de estar a comprar uma casa em que aparentemente está tudo bem e ao fim de um mês rebenta um cano.

Por incrà­vel que possa parecer, a minha maior dúvida prende-se com a entrada do prédio, que tem uma escada até chegar ao elevador. É que com duas crianças e carrinho de bebé, é uma desvantagem desagradável.

A casa em si precrisaria de ser completamente descascada e as obras incluiriam canalização, electricidade, chão, azulejos, loiças de casa de banho, móveis de cozinha, reparação das paredes com humidade, reparação e isolamento do telhado (inteiramente por nossa conta porque o sótão pertence ao apartamento e não ao condomà­nio) e substituição ou destruição dos aluminios do terraço que não estão em grandes condições.

A vantagem é que a casa tem bastante espaço – bastante mais do que eu alguma vez esperei encontrar numa casa a um preço que talvez consigamos pagar. É uma daquelas casas onde consigo ver-me a viver daqui para a frente sem estar constantemente com vontade de me mudar.

Esta noite comecei pela primeira vez a ficar ansiosa. Comecei a conseguir imaginar-me a viver na casa e comecei a pensar em todas as questões financeiras, que iriam ser um jogo de equilibrismo durante uns meses.

Hoje vamos ao banco saber se há alguma hipotese de nos darem um empréstimo, sem o qual não poderemos avançar. Hoje em dia ter algum dinheiro no banco, vários produtos financeiros e nunca ter tido qualquer espécie de atraso nos pagamentos não parece contar para grande coisa e não há certezas de nada. Como não devemos conseguir vender a nossa casa actual, teriamos de ficar com dois empréstimos, o que sobe a taxa de esforço bastante para além do limite que o banco costuma aceitar. Vamos ver como corre.

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2 Comments

  1. Sabe tão bem fazer planos!!!!!!!

  2. pachita says:

    Ai meu deus! Há tanto tempo que não vos visitava e chego aqui e vão ter mais um baby!

    Que boas notícias! Muitos parabéns, muitos beijinhos e tenham um excelente ano de 2010. Tudo de bom para vocês! 🙂

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