No fim de semana passado notámos um aumento na agressividade do Tiago. Começou a bater-nos quando fica irritado e avisei na escola. Hoje quando o fui buscar tive de ralhar com ele por estar a empurrar um dos outros miúdos. O outro não estava a fazer nada de especial, mas pelos vistos aproximou-se demasiado do carrinho, que o Tiago vê como sendo a sua propriedade, e toca de o afastar.
No escorrega tivemos um incidente semelhante. Um dos colegas, que costuma ir para ali ao mesmo tempo que nós, levou um empurrão assim que se aproximou e caiu ao chão. É um miúdo grande e que gosta muito de dar uns abraços um bocado estrangulantes e já tinha percebido que o Tiago não acha muita piada a essa intimidade forçada mas mesmo assim tive de fazer o meu papel e ralhar com ele outra vez.
Só que fiquei um bocado desconfiada e no elevador perguntei-lhe se o outro lhe batia e o Tiago respondeu ‘sim, bate. É mau!’ Não sei até que ponto é que a visão dele é assim tão clara nestas coisas mas disse-lhe que sendo assim tinha todo o direito de se defender.
Quando chegámos a casa falei com ele mais calmamente, e tenbtei explicar que se deve defender quando alguém é mau para ele mas que se bate em meninos que não lhe fazem mal ele é que é o mau. Olhou para mim de boca aberta, com um ar muito surpreendido.
O problema destas idades é que é muito complicado falar com eles. É preciso simplificar e é fácil ser mal entendido. Não quero que o Tiago fique a pensar que é mau mas também não quero que desate a bater em toda a gente sem pensar duas vezes. Acredito que de momento não é o caso e que quando empurra é na generalidade para se defender mas como não estou lá para ver nunca poderei ter a certeza. Oh well. Espero não ter feito uma mossa muito grande.
é verdade,é dÃficil explicar coisas deste tipo nestas idades mas a técnica do “massacre” resulta muito bem.Consiste em “massacrá-los” constantemente com as mesmas frases.Eu comecei a massacrar o meu com 1 ano com coisas do tipo “só se atravessa com o sinal verde”,”diz obrigada e por favor”,”não se corre perto da estrada”,”não se bate”,”não se atira lixo para o chão” etc etc etc até me cansar.Com 3 anos vejo bem os resultados.Tem essa conversa com ele várias vezes,vais ver que mais tarde ou mais cedo ele vai perceber.Quanto à agressividade é normal desde que não se exceda…eles ainda não percebem muito bem o conceito de partilhar,seja um carrinho seja um espaço,há que ter pachorra,muita pachorra…
Hoje falei com a educadora e parece que a fricção entre aqueles dois é mesmo uma coisa diária. Têm o cacifo ao lado um do outro e não gostam muito de partilhar o mesmo espaço, por isso não foi uma coisa ao acaso. Vamos ver como corre.