Esta noite o Tiago voltou a levantar-se diversas vezes. Tentei deixá-lo dormir connosco mas não dá – não consigo adormecer com ele na minha cama porque não consigo desligar o radar mamã que me põe alerta cada vez que ele se mexe.
Passei o dia com dores de cabeça de cansaço e dolorosos nozinhos no pescoço.
Estes dias fazem-me repensar seriamente a decisão de tentar engravidar de novo. Por muito que adore o meu filho, continuo consciente que não tenho personalidade para ser mãe 24 horas por dia. Gosto muito de brincar com o Tiago mas ao fim de suas horas de comboios, desenhos e puzzles começo a olhar para o relógio, a sentir-me cansada e aborrecida e com vontade de fazer outra coisa. Aproveito um momento em que o Tiago parece estar concentrado com qualquer coisa e sento-me a ler um livro ou a rabiscar desenhos para um colar. Geralmente não dura mais de um minuto ou dois porque essa é precisamente a altura em que o Tiago decide que está na hora de ser perseguido pela casa e brincar à s escondidas no meio das almofadas do sofá e requer a minha atenção incondicional.
Eu sei que há muitos pais e mães que não se deixam manipular desta forma mas sinto que ignorar o meu filho quando ele quer a minha atenção, nas poucas horas diárias que passo com ele, seria errado e por isso faço todo o esforço por interagir e entrar nas brincadeiras. Mas não posso negar que à s vezes é um grande sacrifàcio, principalmente em dias como este em que estou mais cansada.
Pensar na possibilidade de ter de dividir a minha atenção por dois humanos com este nàvel de exigencia deixa-me ainda mais cansada e faz-me pensar que é capaz de ser boa ideia pensar melhor no assunto.
Como não vai ser um processo fácil nem inteiramente natural engravidar de novo – já ando em fase de análises hormonais, etc – começo a tentar convencer-me que isso é um ‘sinal’ para estar mas é quietinha, deixar este ir crescendo e continuar com a minha vida em vez de voltar à estaca zero com um recém nascido quando tiver quase 40 anos, ainda por cima com todos os riscos adicionais que a idade implica.
Já sabia que isto ia acontecer. Se tivesse sido um processo natural já estava e não pensava mais no assunto. Assim, vou ter dúvidas até ao fim.
eu tb sinto isso, passados umas horas apetece-me ter tempo para mim e fazer outras coisas 🙂
quanto ao segundo filho, pois, hã de tomar a melhor decisão para vocês! mas o que tu dizes é muito pertinente (depois tens de ter aguentar,e com conhecimento de causa, jã nao vais “ao engano! 🙂 )
Minha querida, quem não passou já pelas mesmas dúvidas? Eu pelo menos já. Cada gravidez foi um processo de ponderação, planeamento…
Depois de 3 filhos sei que não posso dizer que sou uma mãe espectacular mas também não os pus no mundo para os deixar ao abandono, não é? Brinco com eles umas vezes, outras deixo-os a brincar uns com os outros…e, ao contrário do que possa parecer, acho mais fácil agora que tenho mais filhos do que quando tinha só um.
Bjs e força!