Na quarta feira foi feriado em Almada por isso a escola do Tiago esteve fechada.
Depois de uma noite horràvel graças ao fogo de artificio que as bestas do poder local acharam boa ideia lançar à uma e meia da manhã, durante meia hora, tão perto de uma zona residencial que as janelas abanavam todas, só me apetecia ficar na cama, mas o Tiago não perdoa e acordou à hora do costume.
Fomos passar a manhã no jardim e a minha mãe veio connosco. O Tiago não resistiu ao escorrega dos mais crescidos e como não estava sozinha e dava para estarmos uma de cada lado nos buracos onde ele podia cair, deixei-o andar à vontade. Acho que ele já tem noção suficiente do perigo para não se atirar das plataformas abaixo mas gosta do desafio de trepar as áreas mais difàceis.
Antes de voltar para casa passámos no lar onde está a minha avó. É impressionante ver a forma como ela se tem modificado nos últimos anos. Lembro-me dela como uma mulher forte, grande, até agressiva, e agora está magràssima e com um ar super frágil. Acho que começar a ouvir mal contribuiu em grande parte para uma ruptura de contacto com o mundo exterior e tem vindo a desistir aos poucos. A memória e o reconhecimento das pessoas também já deixaram de funcionar. Teve uma grande conversa comigo sobre como eu não conseguia dizer o meu nome em criança e comecei a dizer que me chamava Dida, porque o nome da minha outra avó ser Candida. Já ouvi esta história dezenas de vezes (e o nome pegou ao ponto de ainda me chamarem Dida hoje em dia) e ela lembra-se perfeitamente da história e sabia quem eu era, mas no dia seguinte, quando a minha mãe voltou lá, já não se lembrava que tinha sido eu a visitar. Ficou convencida que era a filha de uma prima. É muito triste e fico horrorizada ao pensar que um dia vou chegar a esse ponto.
O Tiago adorou os canários que estavam a um canto do lar e esteve suficientemente entretido durante a visita mas no caminho de volta fez birra no metro, como já vem sendo hábito.
Quando chegámos a casa fiz o almoço e depois tentei convencer o Tiago a dormir a sesta mas já percebi que as sestas em casa acabaram.
Precisava de um bocadinho para tentar perceber o que se tinha passado com a minha loja, que foi atacada por um imbecil qualquer daqueles que não tem mais nada que fazer na vida e o administrador do servidor teve de desligar o script.
Passei o resto do dia a fazer upgrade ao software, que dá uma trabalheira enorme e vontade de começar de novo com outro programa qualquer, mesmo que isso implique ter que meter os produtos todos de novo na base de dados. Não consegui acabar porque ainda faltava comparar os ficheiros de linguagem um a um.