De facto eu continuo a sonhar todas as noites que uma ou outra das vizinhas de baixo vem queixar-se de água a pingar mas agora na sala ou outro sítio qualquer. E hoje, lá estava ela, a mulher mais detestável do planeta, com a sua cara de sapo, a tocar à campainha para se queixar que o homem que apareceu para lhe pintar a casa de banho, enviado pela minha seguradora, queria usar uma tinta diferente da que ela tinha, que pelos vistos é tão excepcional que presumo que é toda armadilhada, brilha no escuro e devora intrusos.
Aparentemente já tinha falado com o pintor que lhe disse que aquela era a tinta que a seguradora tinha aprovado – leia-se, a que estava no orçamento – e que se por qualquer razão daqui a 3 meses ela visse que a tinta estava a descamar ou outra coisa qualquer, para apresentar uma reclamação.
Como não obteve o que queria dali, veio chatear-me a mim com o seu problema de vida ou de morte, interrompendo o meu dia de trabalho, que ainda por cima consistia em actualizar uma tabela de números daquelas em que se páro já não sei onde ia.
Consegui não a insultar mas dei-lhe a única resposta que podia. Disse-lhe para comprar ela a tinta que quer ou aceitar a que foi proposta porque o orçamento não dá para mais. Então e se ela decide pintar a casa de banho com tinta de ouro eu também tenho que pagar isso? Sinceramente!
Já não tenho paciencia para isto. Acho que tem de haver um limite para as manias dos vizinhos que uma pessoa é obrigada a aturar, raios!
Se a gaja continua a chatear-me começo a pensar em processá-la por assédio.