A febre do Tiago baixou finalmente, por isso aproveitámos para sair de casa, ao fim de dias de prisão.
O tempo não estava convidativo o suficiente para ir à praia e estava vento demais para andar a passear na rua com uma miúdo em recuperação pelo que aproveitámos para ir ao IKEA comprar uma cama nova, mais larga do que a actual.
Já tinhamos este plano há pelo menos um ano mas só agora nos decidimos. A nossa cama era muito estreita mas não queriamos ter de substituir os móveis todos. Quando encontrámos uma cama no IKEA que se integrava bem com os restantes móveis do quarto vimos a solução ideal para o nosso problema.
O colchão foi o que deu mais dores de cabeça. Já tinhamos comprado um colchão que era suposto ser firme e no entanto acordamos sempre enterrados na cama. A solução ocorreu-me de repente: temos é que comprar um colchão mais baixo para não afundar. Parece estupidamente óbvio mas nunca tinhamos pensado nisso. Da ultima vez acabámos por comprar um colchão mais alto porque ‘on paper’ parecia o melhor. É cair naquela asneira de presumir que só porque é mais caro é melhor do que os outros.
Desta vez optámos então por um colchão mais baixo mas que acaba por ser mais firme porque não tem muito para onde descer.
O Tiago passou algum tempo a vaguear pela loja e a esconder-se dentro dos roupeiros, feliz por estar fora de casa e poder explorar um sítio novo. Adorou enfiar-se nas camas todas, como faz na nossa em casa, e o problema foi convencê-lo a sair.
Desta vez, felizmente, havia tudo o que queriamos e até consegui comprar umas prateleiras extra para as estantes da sala (estantes essas que queriamos em preto mas na altura não havia. Será que consigo pintá-las?)
O mais incómodo é sempre a entrega. Uma cama, mesmo desmontada, é uma coisa grande e não conseguimos enfiá-la no carro. Para além disso, prefiro pagar para me carregarem aquilo até a casa em vez de ser eu a fazê-lo, só que demora uma eternidade a tratar da entrega.
Desta vez foi particularmente mau porque havia pessoas a mandar entregar as coisas mais absurdas, como guardanapos de papel. Enquanto o Pedro planeava matá-los de forma lenta e dolorosa eu tive que andar a entreter o Tiago como pude.
Quando estávamos finalmente de saàda ainda tive mais um daqueles momentos de nojo à espécie humana. Uma parva que tinha chegado aos elevadores depois de mim mas que conseguiu ser a primeira a entrar, cortou-se à minha frente para poder ir imediatamente carregar no botão do elevador, apesar de estarem mais pessoas para entrar, inclusive com coisas grandes no carrinho. Ficou furiosa comigo porque me meti à frente dela, quando o que eu queria era simplesmente encostar-me a um canto para os outros terem espaço suficiente. É preciso ser muito reles para achar que se safa a pirar-se com um elevador de carga só para ela e ainda ter a lata de mandar olhares raivosos a alguém que a impede de o fazer pelo simples acto de entrar para o mesmo elevador. Há pessoas com muita pressa, coitadas.