Como a creche vai estar fechada segunda e terça feira, hoje é a festa de Carnaval da escola.
Eu nunca liguei ao carnaval. Quando era pequena e tinha idade para me interessar por estas coisas acabava todos os anos vestida com o vestido de espanhola que já tinha sido da minha mãe quando queria mesmo era ser princesa. A decepção e repetição das mesma cena ano após ano deu-me uma raiva infinita ao carnaval. Durante a adolescência o Carnaval era um mês infernal de corridas por campos minados a evitar levar com ovos e balõs de água, nem sempre bem sucedidas, o que só intensificou o meu desagrado. Com os anos tornei-me meramente indiferente à data.
De repente encontrei-me na posição ingrata de ter que decidir se vou ou não mascarar o meu filho, que ainda nem tem dois anos e não percebe minimamente o que se está a passar, por uma questão de peer-pressure: não quero que ele se sinta excluido da festa se os outros meninos estão todos vestidos com fatos de carnaval e ele não.
Acabei por chegar a um meio termo. A educadora disse que nesta idade poucos miúdos costumam ir mascarados por isso levei-o vestido normalmente mas com um fato de backup no saco.
Quando cheguei à escola estavam TODOS mascarados. Sapos, princesas, dragões e até um bebé vestido de homem-aranha. Achei que de facto era pena ele destoar dos outros por isso saquei do fato que os meus sogros compraram na sua viagem à China e que por acaso é mesmo para dois anos, meti-lhe o chapéu de cowboy na cabeça (que não condiz com o fato, obviamente, mas e depois?) e lá foi ele.
Como dormiu mal esta noite – acordou à uma e meia e o Pedro esteve com ele ao colo quase meia hora até ele aceitar voltar para a cama – estava muito rabujento. Espero que com a aula de dança e os trabalhos manuais fique mais bem disposto.
Para o ano ele já deve ter idade suficiente para escolher que fato quer usar, por isso tenho de começar a prever estas coisas. Por mim tudo bem, desde que ele se divirta.