Esta tarde levei o Tiago a fazer uma visita ao seu futuro infantário. Precisava de ir buscar a lista dos materiais que preciso de comprar e tinham-me dito que era boa ideia levá-lo a passar uns minutos umas quantas vezes antes de começar a ir a manhã ou o dia inteiro em Setembro.
Deram-me a lista de material e por sorte estava na secretaria a educadora que vai ficar com o Tiago e aproveitei para falar com ela. Ela acha que mais vale levá-lo no primeiro dia e pronto e que ir aumentando o tempo aos bocadinhos não adianta nada em termos de habituação. É obvio que há opiniões diferentes no que diz respeito a estas coisas mas como ela é que vai tratar do miúdo resolvi aceitar a sua opinião.
De qualquer forma, antes de sair, resolvi levar o Tiago à sala onde vai ficar. Ele nem sequer queria ir para o chão apesar dos outros miúdos se mostrarem muito simpáticos – uma menina foi logo buscar um triciclo para o Tiago e tudo. A educadora conseguiu interessá-lo por uma bola, que é o brinquedo preferido do momento e ele lá andou com a bola na mão durante um bocado, mas sempre a choramingar e a tentar voltar para o colo. Percebi que de facto comigo lá não vale a pena e deixá-lo cinco minutos e voltar parece ser apenas um exercício cruel sem grande resultado prático. Suponho que o primeiro dia será um choque mas ficou combinado que se ele não parar de chorar me avisam e depois logo se vê.
Tudo isto fez-me lembrar o tempo que eu passei no infantário, mais precisamente no externato Frei Luis de Sousa. Acho que até gostava de lá andar mas a memória mais vàvida que tenho é do dia em que a minha mãe se atrasou de tal forma que eu e o meu irmão fomos transferidos para o refeitório do liceu porque era a única parte da escola que ainda tinha funcionários porque o pessoal do infantário já tinha saàdo todo. O refeitório estava aberto porque serviam jantar na parte do liceu. O meu irmão, que devia ter 3 anos, estava muito calmo mas eu, que teria 4 ou 5, à medida que o tempo passava fui ficando cada vez mais convencida que tinhamos sido abandonados e nunca mais voltaria a ver os meus pais. Por um lado é uma memória boa porque pode ser que me impeça de fazer o mesmo ao Tiago.
Cá por casa temos brincado principalmente a fazer torres de cubos. O Tiago gosta de empilhar os 6 cubos, por vezes ainda põe um copinho ou uma cabeça de urso no topo e depois deita tudo ao chão e começa outra vez. Está a tornar-se mais colaborativo e já ouve quando eu aponto e digo onde é que está um dos cubos e ele vai buscar.
As refeições continuam uns dias bem e uns dias mal. Hoje por exemplo não comeu nada ao almoço por isso fui forçada a dar-lhe a sopa e o peixe ao lanche.
E preciso de escrever isto porque o Pedro pode não se lembrar de passar o video para o computador durante uns tempos: a música favorita do Tiago neste momento é o March of the pigs dos NIN. Cada vez que ouve a música começa a dançar frenéticamente. É absolutamente fantástico de ver. Será que foi por ter ido ao concerto dentro da minha barriga?