Temos há algum tempo uma aranha a viver na nossa varanda. É claro que isso implica teias por todo o lado, que eu tenho de destruir ocasionalmente e que no dia seguinte já estão lá outra vez. Mas como é uma aranha muito eficiente que impede uma série de bicharada de nos entrar pela casa, deixo-a em paz. Tem vindo a ficar cada vez maior e mais gorda, mas desde que se mantenha no seu espaço e eu no meu vamos continuar a entender-nos.
Até aqui tudo bem. O único problema é que eu tenho um horror brutal a bichos rastejantes, voadores ou de qualquer outra espécie. Então e as borboletas que são tão bonitas?, perguntarão alguns. Nem consigo olhar para as fotos de borboletas dos livros do Tiago sem ficar enjoada e com comichões. E se vir alguma a voar na minha direcção o mais provavel é esconder-me debaixo da mesa mais depressa do que se ouvisse um tiro. E apesar de aranhas me fazerem menos confusão que o resto, isso só se aplica se mantiverem a sua distância. Assim sendo, todas as manhãs e todas as noites vou verificar onde está a aranha para ter a certeza que não resolveu ir passear para a minha cama, por exemplo. Isso seria o fim da nossa relação pacàfica.
Já aconteceu estar a sair do banho, esticar a mão para a toalha exactamente no momento em que outra aranha do mesmo tamanho ou ligeiramente maior (na minha mente têm sempre o tamanho da palma da minha mão apesar de na realidade ser mais do tamanho da unha do polegar) aparecer por detrás da toalha gerando uma grande gritaria que terminou com o Pedro a ter de se livrar da aranha enquanto eu pingava à gua por todo e tinha um interminável ataque de arrepios.
A nossa aranha de estimação também já me pregou uma partida semelhante. Tinha resolvido ir de férias para o regador e quando o fui encher de água sai ela pela ponta, começando a dirigir-se para mim. Desta vez consegui não entrar em pânico. Agarrei no regador, voltei a levá-lo para a varanda, esperei que a aranha saàsse do regador e depois fui acabar de o encher.
Suponho que esta coabitação pode ser vista como uma espécie de terapia. No outro dia até estava com vontade de fotografar a aranha, já que temos uma lente macro sensacional. Mas ainda não tive coragem porque tenho medo de ver a foto em grande, no ecran, e ter um ataque fóbico que resulte em aracnocàdio. Acho que é melhor conviver com a aranha se não olhar com muito pormenor para ela.
Eheh!
Agora ri-me um bocado! Também detesto bicharada…aliás, tudo o que for menor que meu gato já me assusta!
E baratas???ai as baratas….ca nojo!