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Dois meses custam a passar

Tenho andado muito cansada. Parte do cansaço vem da anemia e parte vem do facto de não conseguir encontrar uma posição confortável para dormir. Acho que os próximos dois meses vão ser assim e tenho que me habituar.

Tenho tido algum trabalho para fazer, o que me mantém à  secretária e o resto do tempo parece ser ocupado a tentar dar conta das tarefas domésticas.

Fomos a uma consulta na sexta feira e em princà­pio, se continuar tudo a correr como até aqui, vamos marcar a indução do parto para o final das 37 semanas, ou seja, à  volta de 15 de Março.

Mas como pode acontecer muita coisa até lá, já tive de começar a pensar em fazer a mala para o hospital e vou ver se consigo enfiar tudo na malinha que o meu irmão me ofereceu no natal. Mas a tarefa não tem sido agradável. Ter de voltar a mexer na roupa de bebé e a lembrança constante da última vez que estive no hospital são coisas que gostava muito de poder evitar. Aquilo que devia ser uma altura feliz não o pode ser. Até agora estive simplesmente a ver o tempo passar e a tentar não pensar nisso, e quanto mais a gravidez se aproxima do fim mais dificil é ignorar a questão e sinto a ansiedade a aumentar, por mais que me tente controlar.

Os gatos parecem estar finalmente recuperados e o House começou já a ganhar coragem para comer na cozinha e hoje até passou o dia no escritório connosco em vez de estar na sala como é costume. Acho que vai começar a engordar, agora que percebeu que há um prato na cozinha com ração o dia todo, mas paciência. Também já se mexe por isso pode ser que ainda consiga recuperar completamente antes de ficar uma bola de banha como o Jones.

A exploração genealógica tem estado um bocado parada porque estou demasiado cansada para ir passar dias em Lisboa a ler microfilmes. O máximo que tenho feito é enviar pedidos de pesquisa para as conservatórias e arquivos distritais onde não posso ir pessoalmente e esperar que com isso consiga avançar um bocado mais na famà­lia do Pedro, que tem sido muito complicada de pesquisar. Ao contrário da minha famà­lia, que são da mesma aldeia ao longo da diversas gerações, cada elemento da famà­lia do Pedro vem de uma freguesia, concelho e distrito diferente, geralmente para o norte do paà­s. E pior ainda, a maior parte deles é de distritos que conservam todos os registos, ou seja, de que não existe absolutamente nada na Torre do Tombo. O que odeio verdadeiramente é quando não encontrar um registo que eu sei que tem de estar lá porque tenho outro documento que refere a freguesia de nascimento e a idade da pessoa. É daquelas situações em que, se for eu a consultar até sou capaz de encontrar porque consigo perceber que o nome da mãe está ligeiramente diferente ou algo do estilo, mas como só posso pedir pesquisa não posso discutir com os resultados.

Geralmente isso não é um problema porque a maior parte dos arquivos só cobram a pesquisa se encontrarem o registo. Mas o arquivo de Coimbra, por exemplo, cobra pesquisa quer encontrem quer não, o que até compreendo porque o serviço de pesquisa deve ser separado do serviço de fotocópia/certidões. Mas não há dúvida que sai caro.

E há mais diferenças de arquivo para arquivo. De Beja, por exemplo, estou há espera de uma pesquisa há cerca de um mês. Até mandaram um mail a dizer que tinham pouco pessoal e a pesquisa ia demorar, mas eu entretanto encontrei muitos dos registos que pedi na Torere do Tombo e enviei um mail com esses dados adicionais e mesmo assim ainda não obtive resposta.

O arquivo de Castelo Branco, por outro lado, é uma maravilha. São super rápidos a responder e até já me fizeram pesquisas para além das datas que eu tinha indicado sem ser preciso dizer nada. E o mais estranho é que não cobraram tempo de pesquisa. São verdadeiramente eficientes. Até me apetece mandar-lhes uma prenda 🙂
Isto porque pensava que a linha de onde vem o meu apelido estava arrumada para todo o sempre e afinal parece que vou conseguir continuar graças ao último registo que me enviaram. É bom saber que algumas coisas em Portugal funcionam bem.

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4 Comments

  1. Experimenta no Arquivo Geral de Braga, é o mais completo e antigo depois da Torre do Tombo

  2. Referes-te ao arquivo distrital de Braga, certo? Em primeiro lugar, vivendo em Lisboa não dá jeito nenhum consultar um arquivo de Braga e em segundo, não tem o que preciso a menos que esteja à procura de registos dessa região, o que não é o caso.

  3. Como referiste que muitos antecedentes eram do Norte nunca se sabe e não precisas de ir lá, basta enviares uma carta a explicares o que queres e porque queres e eles investigam por ti. O arquivo não se limita à região de Braga, engloba quase toda a região norte e expande alguns séculos, pelo menos uns 4/5

  4. Há um livro em dois volumes chamado Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais que indica onde estão os registos de cada freguesia, concelho e distrito de Portugal. É por aí que sei onde está o que procuro.
    Os registos estão geralmente nos arquivos distritais correspondentes e é para cada arquivo distrital que tenho escrito a pedir pesquisa. Nada disso é novidade para mim e era exactamente a isso que me referia quando disse que o Arquivo de Castelo Branco tem sido impecável. Peço pesquisa por email e eles enviam os registos por correio.
    Porém alguns dos arquivos mais antigos de muitos dos distritos estão na Torre do Tombo. Isso dá-me imenso jeito porque a partir de uma determinada data para trás posso ser eu a fazer a pesquisa em vez de ter que a pagar.
    Até agora tenho requesitado pesquisas de muitos distritos, entre eles Beja, Castelo Branco, Viseu, Coimbra e Porto, mas pelos vistos não tenho ninguém na família da região de Braga.

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